Alguém nos pergunta se é
normal a perturbação dos
Espíritos nos instantes que
se seguem à morte do corpo
físico.
Ensina o Espiritismo que por
ocasião da morte tudo, a
princípio, é confuso. O
Espírito desencarnante
precisa de algum tempo para
entrar no conhecimento de si
mesmo. Ele se acha como que
aturdido, no estado de uma
pessoa que despertou de
profundo sono e procura
orientar-se sobre sua
situação. A lucidez das
idéias e a memória do
passado lhe voltam aos
poucos, à medida que se
apaga a influência da
matéria que ele acaba de
abandonar e se dissipa a
espécie de névoa que lhe
obscurece os pensamentos.
O processo de desprendimento
espiritual é lento ou
demorado, conforme o
temperamento, o caráter
moral e as aquisições
espirituais de cada ser. Não
existem duas desencarnações
iguais. Cada pessoa desperta
ou se demora na perturbação,
conforme as características
próprias de sua
personalidade.
A perturbação pode, assim,
ser considerada o estado
normal no instante da morte,
e perdurar por tempo
indeterminado, variando de
algumas horas a alguns anos,
de conformidade com o estado
evolutivo do Espírito. Breve
no caso das almas elevadas,
pode ser longa e penosa no
caso das almas culpadas.
Para aqueles que já na
existência corpórea se
identificaram com o estado
que os aguardava, menos
longa ela é, porque
compreendem imediatamente a
posição em que se encontram.
|