Assisti ao
documentário em
DVD do Prof.
Celso Antunes,
voltado à
educação, com o
título
Trabalhando com
Projetos,
onde, de maneira
notável, ele
detalha os
passos de um
projeto, além de
explicar por que
trabalhar com
projetos, entre
outras
abordagens.
Notável! Celso
Antunes nasceu
em São Paulo, é
bacharel e
licenciado em
Geografia pela
USP, Mestre em
Ciências Humanas
e Especialista
em Inteligência
e Cognição,
entre outros
títulos, autor
de 180 livros e
uma agenda
lotada de
palestras e
cursos.
No referido
documentário ele
narra um
extraordinário
caso que usou,
num projeto,
para trabalhar
com os alunos o
tema
Segregação.
Por nossa vez,
tomamos a
liberdade de
sugerir a
ampliação do
tema para
incluir também
as palavras
discriminação e
preconceito que,
embora comportem
mais abrangentes
considerações,
limitamos nesta
abordagem.
Pois bem. Para
estudar o
assunto ele
sugeriu aos
alunos que
alguns, que se
apresentariam
como voluntários
e portanto
concordantes,
deveriam usar
uma fita laranja
na cabeça,
durante uma
semana, para que
toda a classe
verificasse as
reações das
demais classes,
demais
professores, da
escola,
diretores e
mesmo do meio
onde viviam.
Todos deveriam
guardar segredo
do acordo feito,
limitando-se,
apenas, diante
de perguntas, à
informação de
que se tratava
de um projeto.
As reações foram
imediatas. O
próximo
professor, sem
fazer perguntas,
apresentou prova
distinta e além
das
possibilidades
da classe,
somente para os
alunos que
mantinham a fita
na cabeça,
qualificando-os
com preconceito.
Nos dias que se
seguiram, tais
alunos foram
sendo
gradativamente
surpreendidos
com reações que
beiravam à
violência,
levando o
diretor da
escola, que não
tinha
conhecimento do
projeto, a
ordenar que tais
alunos
retirassem a
fita da cabeça.
E convocou o
professor para
explicar as
razões daquele
comportamento de
seus alunos. Foi
quando tudo
ficou
esclarecido.
O método usado
pelo professor
visou apenas
explicar o que
significava
segregação,
o que os alunos
puderam sentir
na pele, em
experiência real
vivenciada na
própria escola,
sofrendo
discriminação de
colegas da
escola, de
outros
professores e
mesmo a
indignação do
diretor, pois
todos da classe
guardaram
segredo...
Incrível como as
diferenças
provocam
reações.
Incrível como
quando alguém
faz diferente, o
comportamento
incomoda aqueles
que fazem sempre
igual...
A própria
palavra
discriminação,
em seu
significado mais
comum,
relaciona-se com
os aspectos de
raça, sexo, cor,
religião, entre
outros. Ela é
toda distinção
de exclusão de
comportamentos
diferentes. A
segregação, por
sua vez,
relaciona-se
diretamente com
o preconceito,
aquele de
separar, como
acontece, por
exemplo, com a
segregação
racial, que
limita presença
ou ação de uma
raça em locais
públicos ou
outras
situações.
Por que isso
ocorre? Ciúme,
inveja? Orgulho?
Essas são
algumas razões,
todas elas
lamentáveis.
Quem poderá se
erguer como dono
da verdade ou
possuidor de
qualificações
superiores a
quem quer que
seja? Seja na
raça, no título,
no nome, na
profissão, nos
bens, na
cultura, na cor,
no patrimônio
que detenha, nas
opções que o
diferenciam?
Notemos que as
questões cabem
nas situações
que vivenciamos
na atualidade. E
mais
interessante é
que sempre foi
assim.
O que estamos
esperando para
perceber que
somos todos
iguais, apesar
das diferenças
que ostentamos
ou adquirimos?
Tais diferenças
nos fazem
superiores a
alguém? Não são
justamente as
diferenças que
fazem o valor e
o sabor da vida
humana? Como
desqualificar
alguém,
discriminar,
segregar só
porque é
diferente ou
pensa diferente
do que pensamos?
Cultura,valores,
experiência,
habilidades são
conquistas.
Bens, títulos,
posições e até o
próprio corpo
são meros
empréstimos. Bem
transitórios,
diga-se de
passagem.
Nossa sociedade
passa por
transformações
imensas, onde o
orgulho e a
prepotência
cederão lugar à
fraternidade.
Melhor que nos
exercitemos
nesse
enquadramento
para não
perdermos o
bonde da
história...
Aquele mesmo que
nos auto-segrega
se não
aprendermos o
respeito pelas
diferenças.
O tema comporta
estudo das
questões 803 a
824, de O
Livro dos
Espíritos,
que abordam a
Lei de Igualdade,
onde, quando
indagados por
Kardec se todos
os homens são
iguais diante de
Deus, os
Espíritos
responderam
categoricamente:
Sim, todos
tendem ao mesmo
fim e Deus fez
suas leis para
todos (1).
(...). E Kardec
acrescenta em
seu comentário:
Todos os
homens estão
submetidos às
mesmas leis da
Natureza. Todos
nascem com a
mesma fraqueza,
estão sujeitos
às mesmas dores
e o corpo do
rico se destrói
como o do pobre.
Portanto, Deus
não deu, a
nenhum homem,
superioridade
natural, nem
pelo nascimento,
nem pela morte.
Diante Dele,
todos são iguais.
As questões
citadas no
parágrafo
anterior ampliam
suas
considerações
para a
desigualdade de
aptidões, as
sociais, e
também abordam a
questão das
provas da
riqueza e da
miséria e da
igualdade diante
do túmulo, para
as quais
remetemos o
leitor.