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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 62 - 29 de Junho de 2008

LEONARDO MACHADO
leo@leonardomachado.com.br e www.leonardomachado.com.br
Recife, Pernambuco (Brasil)

Humildade frágil  

 
Ninguém ignora ser a humildade um dos pontos máximos da peregrinação de Jesus na Terra, bem como de sua mensagem entre nós.     

Allan Kardec a esse respeito chega mesmo a anotar que “em todas as circunstâncias, Jesus põe a humildade na categoria das virtudes que aproximam de Deus”. (1)

Sendo assim, o próprio Mestre, exemplo maior, desde o berço envolto de simplicidade até o calvário em torno de silêncio, escolheu esta divina virtude como sendo seu norte seguro e seu símbolo de luz.

Foi exatamente por isso que Ele nunca se cansou de ensinar tal sentimento. Da primeira bem-aventurança, anotada por Mateus (2), à exaltação dos rebaixados da Terra, escrita por Lucas (3), recitou para a posteridade versos de peregrina beleza em louvor à simplicidade de coração.

Há muito, porém, a humanidade vem ignorando tal preceito áureo. Particularmente, muitos cristãos. Esquecê-la, no entanto, é erro gravíssimo, pois que, conforme explicações de Lacordaire (4), “sem a humildade, apenas vos adornais de virtudes que não possuís, como se trouxésseis um vestuário para ocultar as deformidades do vosso corpo”.

A verdade, entretanto, é que sentir a humildade em sua plenitude é algo bastante difícil, especialmente por conta dos milênios entregues aos desvarios do orgulho que, agora, persistem em pesar na balança sentimental íntima.

Nesse sentido, porque se conhece a mensagem objetiva de Jesus, mas ainda não se consegue realizá-la por completo, começa-se a formular ritos, quase dogmas, e atitudes estereotipadas, que seriam a chave da aceitação do mundo para se intitular humilde.

Entrementes...

Roupas gastas? Sinal objetivo de simplicidade!

Um falar manso? Regra ímpar!

Recebe-se parabéns ou palmas com respostas afetadas de recusa – “quem sou eu? que é isso?” Conduta inequívoca de um humilde de coração!

Vangloria-se, com a boca, a crítica? Ótimo! Afinal, esta é sempre construtiva...

Ledo engano.

E, de engano a engano, constrói-se um arsenal do “bom proceder para se ser humilde”, detendo-se na forma, esquecendo-se, no entanto, do fundo.

A humildade, contudo, forjada desta maneira, será sempre uma “humildade frágil”, pois que, passageira como as convenções, não é capaz de arquitetar no indivíduo as benesses inefáveis proclamadas pelo Cristo. Não foi este tipo de simplicidade ensinada pelo Mestre. E não é este tipo que aproxima o ser de Deus.

A verdadeira humildade é aquela que não se envaidece por nada; aquela que promove, de modo espontâneo, atitudes sem perceber e sem pretensões; aquela que permanece íntegra apesar dos elogios e dos clamores do mundo, bem como das pedras que recebe.

E é esta a humildade forte proclamada e vivida por Jesus.
 

Referências bibliográficas:

(1) KARDEC, ALLAN. O Evangelho segundo o Espiritismo. 112. ed. Rio de Janeiro: FEB, capítulo VII, ponto 2, p. 134.

(2) KARDEC, ALLAN. O Evangelho segundo o Espiritismo. 112. ed. Rio de Janeiro: FEB, capítulo VII, ponto 2, p. 134.

(3) KARDEC, ALLAN. O Evangelho segundo o Espiritismo. 112. ed. Rio de Janeiro: FEB, capítulo VII, ponto 2, p. 13.

(4) KARDEC, ALLAN. O Evangelho segundo o Espiritismo. 112. ed. Rio de Janeiro: FEB, capítulo VII, ponto 11, p. 139.
 


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