F. ALTAMIR DA
CUNHA
altamir.cunha@bol.com.br
Natal, Rio
Grande do Norte
(Brasil)
A
infinitude da vida e a
esperança do reencontro
O leitor já teve a
oportunidade de parar
para refletir que quase
tudo na vida tem oposto?
O oposto de noite é dia;
de bom é ruim; de bonito
é feio; de quente é
frio; mas, de vida, qual
será o oposto? É
provável que a resposta
imediata seja: morte. No
entanto, esta não é a
resposta correta; pois
morte é o oposto de
nascimento.
Por que será que vida
não tem oposto? Porque a
vida não tem fim; ela
sempre existiu e sempre
existirá. A vida é
imanente em Deus, que
pela sua infinitude
torna-a infinita.
Dizer que alguém ou algo
que tem vida morreu é
usar um novo vocábulo
para definir a mesma
coisa que, apesar de se
apresentar em um aspecto
diferente do vulgar, não
deixou de existir.
A vida que existe na
árvore verdejante não
deixa de existir pelo
simples fato dela ser
derrubada ou estar sob a
ação da decomposição;
ela apenas mudou de
aspecto, porém, a vida
que lhe habitava manteve
a sua perpetuidade.
É comum dizermos: o sol
morreu no horizonte! E,
no início do dia
seguinte, contradizemos:
o sol nasceu no
horizonte!
Afinal, o sol nasceu ou
morreu? Nem nasceu nem
morreu; o sol é sempre o
mesmo, apresentando-se
de forma diferente
devido ao movimento de
rotação que a Terra
realiza.
Fenômenos idênticos, de
aparente morte atestando
a vida, acontecem com a
semente que é lançada no
seio da terra,
ressurgindo como planta;
a lagarta, da crisálida
à borboleta; e o
Espírito, ao final da
experiência corporal,
ressurgindo livre no
plano espiritual.
Nessa linha de
raciocínio, lógico e
confortador, não temos
motivo para pensar na
morte como fim da vida,
mas, sim, como marco
inicial de outro aspecto
da vida.
Da aparente morte, a
vida ressurge sempre
vitoriosa em toda parte.
Se experimentas a
saudosa lembrança de um
ente amado, que retornou
à pátria espiritual, não
permitas que tuas
lágrimas tenham outra
causa que não seja a
saudade. Enxugue-as, não
te entregues à revolta,
posto que não existe
separação sem fim.
Do microcosmo ao
macrocosmo, a vida
revela-se abundante e
bela, convidando-nos a
refletir sobre o poder
magnânimo de Deus, que
nos criou para a
eternidade.
Portanto, não há razão
para perderes a
esperança no reencontro,
que algum dia em algum
lugar acontecerá.
Acredita no hoje,
acredita no amanhã; o
amor de Deus,
independente de espaço
ou tempo, estará
contigo, porque está em
todos e em toda parte.