CRISTIAN MACEDO
cristianmacedo@potencial.net
Porto Alegre,
Rio Grande do
Sul (Brasil)
No tempo de
Allan Kardec
era
diferente
Venho
colaborando e
divulgando o
material
produzido por um
grupo idealizado
por Maria
Carolina Gurgacz.
O GEFE (Grupo de
Estudos da
Filosofia
Espírita)
elabora
trabalhos a
partir de uma
perspectiva
histórica. Os
conceitos
apresentados por
Allan Kardec são
pesquisados e
organizados em
uma espécie de
linha do tempo.
A crítica mais
ouvida é a
seguinte: "Isto
era no tempo de
Allan Kardec.
Não funciona nos
dias de hoje".
Bem... É sabido
que a maioria
das orientações
de Allan Kardec
relativas às
questões
operacionais de
um grupo
espírita não é
aceita pelos
espíritas de
hoje; e isso é
fato. Logo, é
também fato que
no tempo de
Allan Kardec era
diferente.
Mas será que
isto significa
um
aperfeiçoamento?
Será que, por
funcionar de
maneira
diferente, os
núcleos
espíritas de
hoje são
melhores?
Não vou tentar
responder esta
questão aqui.
Apenas
levantá-la.
*
Ao longo desses
dez anos de
convívio com
espíritas
percebi que
muitos dos
chamados
"assuntos
polêmicos" são
polêmicos por
desconhecimento
doutrinário. Na
medida em que se
conhece
Espiritismo o
diálogo fica
mais claro, mais
aberto e
conciliador.
É óbvio que
temos muita
criatividade
entre os
espíritas
pós-Kardec.
Muitos conceitos
foram elaborados
por estes
espíritas, e
alguns deles se
chocam com os
escritos de
Allan Kardec.
Quando os
espíritas que
defendem estes
conceitos,
diferentes dos
kardequianos, se
deparam com o
próprio
codificador
afirmando o
contrário apenas
dizem: "Isto era
no tempo de
Allan Kardec."
Engraçado que
estes mesmos
espíritas se
dizem defensores
da pureza
doutrinária.
Que pureza será
esta?
Não sei.
Voltando ao
Grupo... O GEFE
não se propõe a
orientar
ninguém, apenas
a divulgar as
idéias de Allan
Kardec.
É claro que
núcleos
espíritas de
hoje funcionam
de um jeito
diferente da
época do
Codificador. É
claro que
estamos em outro
tempo. No
entanto, quando
um espírita se
sente incomodado
por ver
divulgadas as
idéias de Allan
Kardec presentes
em textos de
conteúdo
desconhecido da
maioria (e
arrisco dizer
que não são
poucos) algo
muito estranho
está
acontecendo...
Como Allan
Kardec pode
irritar
espíritas? Como
as idéias que
elaboraram o
edifício
doutrinário
podem ser
taxadas de
polêmicas por
alguns espíritas
da atualidade.
Que optem por
desconsiderá-las
em suas
atividades, sem
problemas. O
livre-arbítrio
deve ser
respeitado. O
que não se pode,
creio eu, é
tentar diminuir
a figura de
Allan Kardec por
dar orientações
que não lhes
agradem, ou
publicar
mensagens que
eles, espíritas
de hoje, não
publicariam.
É o caso da
mensagem, "Um
remédio dado
pelos
espíritos", que
foi publicada
por Allan Kardec
e transcrita no
blog do Grupo (www.espiritafilosofia.blogspot.com).
Outra avalanche
de críticas se
deu com o
lançamento do
trabalho
histórico
intitulado
"Podemos evocar
os mortos?" que
retrata um longo
debate entre
alguns clérigos
e Allan Kardec.
Estes textos
históricos (pois
escritos no
século XIX)
publicados por
Allan Kardec
precisam ser
lidos. Apenas
isto... é
cultura geral.
E que ninguém se
irrite com o
Codificador,
pois, como
dizem, "no tempo
de Allan Kardec
era diferente".