WELLINGTON BALBO
wellington_plasvipel@terra.com.br
Bauru, São Paulo (Brasil)
A pesquisa da
revista IstoÉ e
a juventude
espírita
A pesquisa
realizada pela
revista IstoÉ,
pertinente ao
assunto
juventude e sua
relação com o
Criador causou
alvoroço no meio
espírita. Alguns
confrades
levantaram-se
contra a
reportagem
exigindo
atitudes de
reparação por
parte da
revista, outros,
como o amigo de
Londrina e
editor da
revista
eletrônica O
Consolador –
ver
www.oconsolador.com
– Astolfo
Olegário Filho,
portaram-se de
forma distinta e
tocaram em ponto
importante: a
pouca instrução
doutrinária
desses jovens
que se dizem
espíritas e, no
entanto,
desconhecem os
mais básicos
princípios da
codificação
kardequiana, que
é contrária à
pena de morte e
o aborto, este
último
consentido no
caso de perigo
para a vida da
gestante.
Todavia, a
pesquisa
realizada pela
revista é um
assunto que se
desdobra a novas
frentes e
raciocínios. O
que mais nos
chamou a atenção
foi o baixo
índice dos
jovens que se
dizem espíritas.
Uma porcentagem
pífia,
irrisória, cerca
de 1,4% dos
jovens, segundo
a revista
IstoÉ, se
dizem espíritas.
Ora, em
realidade o
número é bem
menor, porquanto
a qualidade de
conhecimento
doutrinário
desses jovens
inexiste, e,
inexistindo,
naturalmente não
podem ser
espíritas.
Diante disso,
surgem duas
situações:
1º O número de
jovens espíritas
no Brasil é
pequeno, o que
demonstra a
carência da
divulgação
espírita para
essa faixa
etária.
2º Estamos com
dificuldade na
transmissão das
idéias
espíritas. É
preciso, sem
dúvida, sermos
mais claros e
objetivos no que
compete à
comunicação
espírita,
principalmente
para crianças e
jovens.
Uma pergunta:
será que estamos
repassando
Kardec aos
jovens que
chegam aos
centros
espíritas? Será
que os
fundamentos
kardequianos vêm
sendo estudados
com afinco e
coerência pela
juventude? É
necessário,
antes de mais
nada, fazer uma
real avaliação:
os jovens de
hoje não são os
jovens de ontem,
logo se faz
mister promover
a divulgação das
obras de Kardec
de forma
compatível à
juventude de
hoje, adaptando
a divulgação aos
novos tempos.
É uma questão
prática e
urgente: ou nos
mobilizamos e
fazemos um
planejamento
para a
divulgação
maciça e
coerente do
Espiritismo para
a faixa etária
envolvendo os
jovens e
crianças, ou
corremos o risco
de vermos os
esforços de
Kardec e dos
filósofos da
espiritualidade
tardarem um
pouco mais para
serem
implantados,
adiando ainda
mais o despertar
da consciência
humana para as
realidades que
vão além da
efêmera
existência
física.
Nesse sentido, é
grande a
responsabilidade
de quem esposa a
tarefa de
transmitir os
princípios
espíritas a
crianças e
jovens,
porquanto serão
os jovens os
herdeiros do
Espiritismo e
responsáveis por
levar adiante as
lições da
espiritualidade,
sensibilizando,
consolando,
instruindo,
esclarecendo...
Imperioso que os
dirigentes
espíritas
reforcem o
ensino espírita
nos centros que
estão sob sua
coordenação, que
ofereçam cursos
de estudos e
reciclagem para
aqueles que se
arvoram na
sublime tarefa
de se relacionar
com os jovens e
crianças. A
Codificação deve
ser respeitada e
estudada, de
forma simples,
objetiva,
dinâmica e
atual.
Importante falar
a linguagem da
juventude,
demonstrando a
aplicabilidade
dos princípios
espíritas no
mundo em que
estamos
inseridos,
dentro do
contexto de
mudanças e
rápida evolução.
A grande questão
é: não podemos
falar de
Espiritismo para
os jovens de
hoje como
falávamos para
os jovens de
ontem porque as
situações se
apresentam de
forma distinta e
conforme as
conveniências
dos novos
tempos. Não se
trata de
modificar a
Codificação,
nada disso. A
sua base é
irretocável, no
entanto é
preciso trazê-la
para a
atualidade,
porquanto suas
diretrizes são
atuais e
moldam-se às
exigências do
mundo
contemporâneo.
Este foi um dos
grandes legados
de Kardec:
deixar a
Codificação flexível e adaptável à realidade em que estão mergulhadas as pessoas.
Dentre as
grandes virtudes
do codificador
estavam sua
capacidade de
comunicação e o
espírito
visionário que
enxergava além
de seu tempo.
Essas virtudes
deixaram o campo
aberto para as
novas gerações,
ou seja, o
Espiritismo não
anda engessado
ao século XIX,
mas aberto às
perspectivas e
situações do
século XXI e
seus
posteriores.
Portanto,
importante fazer
uma leitura da
pesquisa
realizada pela
revista e
utilizá-la como
elemento para
planejamento das
atividades
doutrinárias,
pois do
contrário o
Espiritismo
corre sério
risco de ficar
ainda mais
afastado dos
jovens e das
crianças.
Pensemos nisso.