Cristianismo e
Espiritismo
Léon
Denis
(7a
parte)
Damos
continuidade ao estudo
do clássico
Cristianismo e
Espiritismo, de Léon
Denis, conforme a 6a
edição publicada pela
Federação Espírita
Brasileira com base em
tradução
de Leopoldo Cirne.
Questões
preliminares
A. Tendo em vista que os
apóstolos de Jesus eram
pessoas muito simples,
onde a Igreja buscou as
formas do culto católico
e as vestes sacerdotais?
R.: Todas as formas do
culto romano são uma
herança do passado: suas
cerimônias, seus vasos,
os cânticos, a água
lustral são legados do
Paganismo. Do Bramanismo
tomaram o altar, o fogo
sagrado que nele arde, o
pão e o licor. Do
Budismo copiaram o
celibato dos padres e a
hierarquia sacerdotal.
Os próprios dogmas
cristãos se encontram na
Índia e na Pérsia. Os
autores do Evangelho não
previram nem os dogmas,
nem o culto, nem o
sacerdócio. Nada de
semelhante se encontra
no pensamento evangélico
e ninguém foi menos
afeiçoado às práticas
exteriores do que Jesus.
(Cristianismo e
Espiritismo, cap. VII,
pp. 105 e 106.)
B. Conferir o tratamento
de santidade ao
patriarca da Igreja
encontra amparo nos
ensinamentos
evangélicos?
R.: Claro que não. O
próprio Cristo disse a
seus apóstolos: “Não
queirais ser chamados
mestres” (Mateus, XXIII,
8) e, no entanto, os
papas se fazem chamar
Santidade e consentem em
ser incensados,
esquecidos do exemplo de
Pedro que, ante o
centurião Cornélio
prosternado a seus pés,
advertiu-o: “Levanta-te,
que eu também sou
homem!” (Atos, X, 26).
(Obra citada, cap.
VII, p. 106.)
C. Por que o autor desta
obra afirma que a
sociedade que herdamos é
obra da Igreja?
R.: A História nos
mostra que durante 12
séculos a Igreja
dominou, formou a seu
talante a alma humana e
toda a sociedade
terrena. Todos os
poderes estavam em suas
mãos. Todas as
autoridades residiam
nela ou dela procediam.
A sociedade que herdamos
é, pois, obra dela, que,
apesar de concentrar
todo o poder, foi
impotente para dirigir e
melhorar o nosso mundo,
permitindo com isso que
o materialismo
penetrasse até à medula
no corpo social. Se as
pessoas tivessem
encontrado na religião,
tal como lhes era
ensinada, a força moral,
o consolo e a direção
espiritual de que
necessitavam, ter-se-iam
afastado dela? (Obra
citada, cap. VIII, pp.
108 e 109.)
Texto para leitura
82. O mistério da
Eucaristia, que
pressupõe a presença
real do corpo e do
sangue de Jesus na
hóstia consagrada, foi
extraído de palavras de
Jesus, de caráter
puramente simbólico,
tomadas ao pé da letra.
(PP. 102 e 103)
83. Todas as formas do
culto romano são uma
herança do passado: suas
cerimônias, seus vasos,
os cânticos, a água
lustral são legados do
Paganismo. Do Bramanismo
tomaram o altar, o fogo
sagrado que nele arde, o
pão e o licor. Do
Budismo copiaram o
celibato dos padres e a
hierarquia sacerdotal.
Os próprios dogmas
cristãos se encontram na
Índia e na Pérsia. (P.
105)
84. Os autores do
Evangelho não previram
nem os dogmas, nem o
culto, nem o sacerdócio.
Nada de semelhante se
encontra no pensamento
evangélico. Ninguém foi
menos afeiçoado às
práticas exteriores do
que Jesus. (PP. 105 e
106)
85. Jesus disse aos
apóstolos: “Não queirais
ser chamados mestres”
(Mateus, XXIII, 8), e os
papas se fazem chamar
Santidade e consentem em
ser incensados,
esquecidos do exemplo de
Pedro que, ante o
centurião Cornélio
prosternado a seus pés,
advertiu-o: “Levanta-te,
que eu também sou
homem!” (Atos, X, 26).
(P. 106)
86. Durante 12 séculos a
Igreja dominou, formou a
seu talante a alma
humana e toda a
sociedade. Todos os
poderes estavam em suas
mãos. Todas as
autoridades residiam
nela ou dela procediam.
A sociedade que herdamos
é, pois, obra dela, que
foi impotente para
dirigir e melhorar o
nosso mundo. (P. 108)
87. O materialismo
penetrou até à medula no
corpo social. De quem é
a culpa? Se as pessoas
tivessem encontrado na
religião, tal como lhes
era ensinada, a força
moral, o consolo e a
direção espiritual de
que necessitavam,
ter-se-iam afastado
dessas igrejas? (P. 108)
88. Um de seus erros é o
fato de haver falseado,
desnaturado a idéia de
Deus. A Igreja romana
sempre impôs o temor de
Deus às multidões. Seu
plano de domínio exigia
que ela assim agisse.
(PP. 109 e 110)
89. Deus é, ao
contrário, todo amor, e
para o compreender é
preciso desenvolver em
nós esse princípio
divino, porquanto não
podemos conhecer o
Criador e dele
aproximar-nos senão pelo
amor, visto que só o
amor atrai e vivifica.
(P. 110)
90. Se os preceitos
evangélicos tivessem
prevalecido, o
Cristianismo estaria no
apogeu do seu poder e da
sua glória. Eis por que
será preciso voltar aos
puros ensinamentos de
Jesus, se quiserem
reerguer e salvar a
religião. (P. 111)
(Continua
na próxima edição.)