CRISTIAN MACEDO
cristianmacedo@potencial.net
Porto Alegre,
Rio Grande do
Sul (Brasil)
Uma mensagem aos
jovens
Se você é um
jovem, é sinal
de que tem
potencial,
estuda, é
curioso em
relação ao
Espiritismo.
Pois, para
acessar um site
sério como o
www.oconsolador.com,
você está
procurando
informações,
opiniões,
material de
estudo. Ótimo. É
para você este
texto e talvez
só você
entenda.
Se você não for
jovem espírita,
clique no alto à
esquerda em
"página inicial"
ou qualquer
outro link.
Não lhe
interessará este
texto,
certamente.
Mas, voltando ao
nosso
bate-papo...
Você é um jovem
interessado por
estudos
espíritas. Se
você fez um
estudo
interessante,
uma palestra no
que alguns
centros chamam
de "tribuna
jovem" e
agradou, talvez
tenha ouvido
algo do tipo: "É
um
missionário!"
Cuidado. Não
caia nessa.
A missão que
você tem (fora o
caso de ser um
novo Gandhi ou
Martinho Lutero)
é a de se
melhorar. Vencer
seus vícios como
o ódio, o ciúme,
a raiva, a
inveja, a
arrogância...
Muitas pessoas,
quando elogiadas
dessa forma,
acreditam que
realmente têm
uma missão
superior e delas
depende a
salvação da
humanidade.
Passam a forçar
a barra, mudando
a forma de
falar, de
vestir, de
caminhar, se
abstendo de uma
vida normal e se
encaminhando
para uma vida de
recalques e até
perversidades.
Você
perguntaria: O
que uma coisa
tem a ver com a
outra? Por que
aquele que se
acha missionário
se
transtornaria?
A resposta está
na sua pergunta.
Quem se "acha"
missionário não
o é. E, se não
é, acaba fazendo
um teatro
forçado, o que,
para as pessoas
que realmente
raciocinam, é
algo de extremo
mau gosto.
Conheci alguns
"missionários"
destes. Aliás,
nosso movimento
espírita nos
possibilita
encontrarmos
mais
"missionários"
por metro
quadrado do que
qualquer outro
movimento.
O que percebi na
convivência com
eles é muito
interessante.
A maioria deles
não bebe no
conceito de
missão presente
nas obras de
Allan Kardec,
mas entendem
missão como algo
semelhante à
deturpação da
doutrina da
"graça" dos
luteranos
clássicos.
O que diz esta
doutrina: Deus
escolhe alguns
de seus filhos
para atingirem a
salvação. Não
diz para nenhum
deles. Basta a
fé daquele que
tem a graça
divina para
aceitá-la. Os
burgueses
adotaram o
protestantismo
na Idade Moderna
acreditando que
a prosperidade
material era uma
demonstração da
"graça". Ou
seja, a
deturpação do
conceito de
graça se dá na
medida em que,
para ser
realmente
ungido, a
comunidade
precisa ver em
você
características
exteriores de
graça.
Voltando para os
"missionários"
espíritas,
alguns deles
acreditam que
basta a
comunidade
acreditar que
eles são
missionários
para de fato o
serem.
Sendo assim, os
"missionários"
menores acabam
prestando muita
atenção na
maneira de
falar, de agir,
de vestir dos
"missionários"
maiores. E
acreditam que,
nessas
"micagens", a
salvação está
garantida.
Divaldo Franco,
o maior orador
espírita de
todos os tempos,
é quem mais
sofre este tipo
de imitação.
Já pensou que
fácil seria para
Chico Anísio,
Tom Cavalcante e
João Cléber
serem
missionários?
Bastaria copiar
os trejeitos e a
fala para serem
missionários
também.
Repito: Não caia
nessa!
Mesmo com
copiadores de
sucesso sendo
bajulados pela
massa ignorante,
não queira esse
sucesso tosco e
passageiro. De
nada vale usar a
Doutrina para
isso. O mundo é
muito pouco para
você fazer de
tudo para
conquistá-lo.
O que vale é o
que você é e o
que você faz de
si mesmo. Seus
pensamentos,
seus desejos,
suas decisões
éticas... Isso
tudo é que vale.
Pouco importa o
que pensam de
você.
Preocupe-se em
ser o melhor que
puder.
Se estiver em
jogo a fama de
ser mais um "missionariozinho"
e o preço for
perder sua
moral, sua
dignidade, não
faça isso.
Não troque sua
liberdade de
opinião, seus
amigos, sua
seriedade, suas
obrigações por
cargos de
direção, por
espaço para
falar em centros
espíritas, por
sair em fotos de
mesas formadas
em grandes
eventos...
Seja mais que
tudo isso.
Se for divulgar
Espiritismo,
preocupe-se em
divulgar Kardec,
não em entrar em
questões da
moda. Divulgue o
que você está
estudando,
meditando com
seriedade. Não
memorize
palavras bonitas
e vazias, ou
misture
conceitos de
ciências que
você conhece
menos que o
Espiritismo que
está
aprendendo.
Apesar de todo o
carinho que os
adultos
depositarem em
você por falar
bonito e se
esforçar em se
integrar ao
movimento
espírita, tente
usar todo o
esforço em ser
uma pessoa
melhor, em usar
o conhecimento
espírita nisso.
Aí, a palestra,
o cargo, os
cursos serão
meio de trocar
idéias e
experiências.
Não serão o fim
a ser atingido a
qualquer preço.
Ser querido não
significa ser
ungido, ser
especial, ser
missionário. A
crucificação de
Jesus foi a
demonstração
disso.
Por isso, jovem,
agradeça os
tapinhas nas
costas, os
aplausos, o
incentivo, mas
não esqueça que
nada disso vale.
O que vale é
quem você é.
Com o tempo, a
gente aprende.