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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 70 - 24 de Agosto de 2008

CRISTIAN MACEDO
cristianmacedo@potencial.net
Porto Alegre, Rio Grande do Sul (Brasil)
 

Uma mensagem aos jovens

 
Se você é um jovem, é sinal de que tem potencial, estuda, é curioso em relação ao Espiritismo. Pois, para acessar um site sério como o www.oconsolador.com, você está procurando informações, opiniões, material de estudo. Ótimo. É para você este texto e talvez só você entenda. 

Se você não for jovem espírita, clique no alto à esquerda em "página inicial" ou qualquer outro link. Não lhe interessará este texto, certamente. 

Mas, voltando ao nosso bate-papo... 

Você é um jovem interessado por estudos espíritas. Se você fez um estudo interessante, uma palestra no que alguns centros chamam de "tribuna jovem" e agradou, talvez tenha ouvido algo do tipo: "É um missionário!" 

Cuidado. Não caia nessa. 

A missão que você tem (fora o caso de ser um novo Gandhi ou Martinho Lutero) é a de se melhorar. Vencer seus vícios como o ódio, o ciúme, a raiva, a inveja, a arrogância... 

Muitas pessoas, quando elogiadas dessa forma, acreditam que realmente têm uma missão superior e delas depende a salvação da humanidade. Passam a forçar a barra, mudando a forma de falar, de vestir, de caminhar, se abstendo de uma vida normal e se encaminhando para uma vida de recalques e até perversidades. 

Você perguntaria: O que uma coisa tem a ver com a outra? Por que aquele que se acha missionário se transtornaria? 

A resposta está na sua pergunta. Quem se "acha" missionário não o é. E, se não é, acaba fazendo um teatro forçado, o que, para as pessoas que realmente raciocinam, é algo de extremo mau gosto. 

Conheci alguns "missionários" destes. Aliás, nosso movimento espírita nos possibilita encontrarmos mais "missionários" por metro quadrado do que qualquer outro movimento. 

O que percebi na convivência com eles é muito interessante. 

A maioria deles não bebe no conceito de missão presente nas obras de Allan Kardec, mas entendem missão como algo semelhante à deturpação da doutrina da "graça" dos luteranos clássicos.

O que diz esta doutrina: Deus escolhe alguns de seus filhos para atingirem a salvação. Não diz para nenhum deles. Basta a fé daquele que tem a graça divina para aceitá-la. Os burgueses adotaram o protestantismo na Idade Moderna acreditando que a prosperidade material era uma demonstração da "graça". Ou seja, a deturpação do conceito de graça se dá na medida em que, para ser realmente ungido, a comunidade precisa ver em você características exteriores de graça. 

Voltando para os "missionários" espíritas, alguns deles acreditam que basta a comunidade acreditar que eles são missionários para de fato o serem.  

Sendo assim, os "missionários" menores acabam prestando muita atenção na maneira de falar, de agir, de vestir dos "missionários" maiores. E acreditam que, nessas "micagens", a salvação está garantida.

Divaldo Franco, o maior orador espírita de todos os tempos, é quem mais sofre este tipo de imitação.  

Já pensou que fácil seria para Chico Anísio, Tom Cavalcante e João Cléber serem missionários? Bastaria copiar os trejeitos e a fala para serem missionários também.  

Repito: Não caia nessa! 

Mesmo com copiadores de sucesso sendo bajulados pela massa ignorante, não queira esse sucesso tosco e passageiro. De nada vale usar a Doutrina para isso. O mundo é muito pouco para você fazer de tudo para conquistá-lo. 

O que vale é o que você é e o que você faz de si mesmo. Seus pensamentos, seus desejos, suas decisões éticas... Isso tudo é que vale. Pouco importa o que pensam de você. Preocupe-se em ser o melhor que puder. 

Se estiver em jogo a fama de ser mais um "missionariozinho" e o preço for perder sua moral, sua dignidade, não faça isso.  

Não troque sua liberdade de opinião, seus amigos, sua seriedade, suas obrigações por cargos de direção, por espaço para falar em centros espíritas, por sair em fotos de mesas formadas em grandes eventos... 

Seja mais que tudo isso. 

Se for divulgar Espiritismo, preocupe-se em divulgar Kardec, não em entrar em questões da moda. Divulgue o que você está estudando, meditando com seriedade. Não memorize palavras bonitas e vazias, ou misture conceitos de ciências que você conhece menos que o Espiritismo que está aprendendo. 

Apesar de todo o carinho que os adultos depositarem em você por falar bonito e se esforçar em se integrar ao movimento espírita, tente usar todo o esforço em ser uma pessoa melhor, em usar o conhecimento espírita nisso.  

Aí, a palestra, o cargo, os cursos serão meio de trocar idéias e experiências. Não serão o fim a ser atingido a qualquer preço. Ser querido não significa ser ungido, ser especial, ser missionário. A crucificação de Jesus foi a demonstração disso. 

Por isso, jovem, agradeça os tapinhas nas costas, os aplausos, o incentivo, mas não esqueça que nada disso vale. O que vale é quem você é. 

Com o tempo, a gente aprende.  
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita