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Um dia desses folheando
o livro Obras
Póstumas (textos de
Allan Kardec publicados
após sua desencarnação),
encontramos na segunda
parte da obra o
subtítulo Projeto
1868. No magnífico
texto há uma frase
igualmente magnífica:
Dois elementos devem
concorrer para o
progresso do
Espiritismo; estes são:
o estabelecimento
teórico da Doutrina e os
meios de popularizá-la.
A frase é do próprio
Codificador e indica o
caminho para espíritas
conscientes e
comprometidos com a
Causa Espírita.
Analisemos cada item da frase. Estamos falando
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de progresso do
Espiritismo,
finalidade para a
qual devemos
centralizar nossos
esforços,
conhecedores que
somos da grandeza
desta Doutrina e de
seu papel
fundamental para o
progresso humano.
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Bases sólidas
Observemos:
estabelecimento teórico
da Doutrina. Isto
significa estabelecer
teoricamente. O que é
isto? É estar definido o
programa teórico, as
bases. Isto está na
Codificação e deve ser a
base inspiradora,
norteadora das
atividades e dos grupos
espíritas. Em outras
palavras: toda e
qualquer atividade
espírita deve estar
baseada no conhecimento
da Codificação. Havendo
esta conscientização,
não há perigos ou
temores, estamos
orientados e saberemos
como agir. Por aí já
ficamos sabendo a razão
das distorções e
desvios: faltou o
estabelecimento teórico.
Falhou a base. Isto vale
para situação local ou
coletiva, para o
espírita em particular,
para um grupo, ou para o
conjunto do movimento
que se denomina
espírita. Verificamos
com facilidade que os
desentendimentos,
melindres, afastamentos
e práticas abusivas ou
distorcidas provêm da
ausência desta base
estabelecida pela teoria
bem compreendida.
E o outro item: os
meios de popularizá-la.
Eis aqui o efeito do
item precedente. Uma vez
estabelecida a base
teórica, bem formada,
bem compreendida, os
meios utilizados para
sua popularização farão
o restante. Quer dizer,
pessoas ou grupos bem
formados, conscientes,
multiplicarão
conhecimentos sólidos
que evitam distorções e
preservam dos desvios. E
como os níveis de
entendimento são
diferentes, pela própria
característica humana,
há necessidade aqui da
utilização de constantes
meios de popularização
das bases teóricas, onde
entra o esforço e a
criatividade humana. Em
linguagem já conhecida
do Movimento, aí está a
divulgação espírita, que
ocorre por meio de
muitas formas.
Como alcançar?
Mas pensemos na
colocação de Allan
Kardec: estabelecimento
teórico e meios de
popularizá-lo. O
estabelecimento teórico
somente será alcançado
pelo estudo doutrinário,
seja individual ou na
programação da Casa, em
reuniões participativas
e atraentes, que motivem
o estudioso espírita.
Somente o estudo bem
estruturado e bem
conduzido fará o adepto
consciente, esclarecido.
E convenhamos que há
muito a estudar na
Codificação, sendo
absolutamente
incompreensível a
substituição dos livros
da Codificação por obras
de origem duvidosa como
programa de estudo. O
Espiritismo, por mais
incrível que possa
parecer, ainda é um
desconhecido dos
próprios espíritas.
E interessante: os meios
de popularizá-lo serão
igualmente alcançados
pelo estudo. Podem-se
criar inúmeras formas de
divulgação, mas se esta
não estiver alicerçada
no conhecimento de quem
a promove, todo o
esforço estará
comprometido. Daí a
importância da seleção
dos livros a serem
divulgados, dos artigos
a serem publicados, das
palestras a serem
proferidas. Muitas
informações sobre a
Doutrina são
transmitidas com
incorreções e
verdadeiras aberrações,
por desconhecimento de
seus fundamentos.
Divulgação espírita é
coisa muito séria e tem
que ser feita com
responsabilidade, seja
por escritores,
oradores, editores e
outras modalidades e
meios de divulgação. Não
há melhor critério que
embasar tudo que fazemos
em termos de divulgação
do que utilizarmos o
estabelecimento teórico
da Doutrina. Tudo que
vier fora disso será
invenção ou imaginação,
pois os fundamentos da
Doutrina são alicerçados
na razão, no bom senso,
na lógica, e visam o
bem.
Esforço necessário
Esforcemo-nos, pois,
pela permanente
implantação de grupos de
estudos da obra de Allan
Kardec e lutemos pela
expansão dessas idéias
com critério baseado no
próprio conhecimento,
para não corrermos o
risco de comprometer o
que estamos fazendo.
Afinal, trata-se do
progresso do
Espiritismo, esta
Doutrina que tanto bem
nos faz e tanto pode
beneficiar a humanidade.
Agora que alcançamos um
bom nível de maturidade
no entendimento da
proposta espírita,
especialmente
considerando as quinze
décadas já decorridas
após a Codificação do
Espiritismo, é oportuno
esforço redobrado para
que a Doutrina seja
conhecida em suas bases
autênticas. Vivemos um
momento de crescente
adesão aos princípios do
Espiritismo, o que
requer permanente
atualização das
instituições,
dirigentes, divulgadores
e tarefeiros, pois que
também no movimento
espírita não podemos
permanecer estanques e
indiferentes ao
progresso que conduz a
humanidade.
Sempre essencial citar
Como ferramentas: as
citações permanentes de
Kardec, de suas obras e
mesmo de sua biografia,
do conteúdo de sua obra,
dos mais de 150 anos de
Codificação, das
experiências da
Sociedade Parisiense de
Estudos Espíritas, do
laboratório de idéias
que é a Revista Espírita
e de todo o
desdobramento que
resultou na farta
literatura à disposição,
bem como do fecundo
trabalho de nossas
instituições.
Exemplos, experiências
positivas e negativas do
movimento, informações
históricas, debates,
encontros, entre outros,
são os mecanismos à
disposição. E atualmente
ainda temos o
incomparável recurso da
internet.
Tudo isso nos faz
depositários de imensa
riqueza cultural e, ao
mesmo tempo, de imensa
responsabilidade!
Para refletir
Por isso, ousamos
repetir o início do
artigo, usando palavras
de Kardec: “Dois
elementos devem
concorrer para o
progresso do
Espiritismo; estes são:
o estabelecimento
teórico da Doutrina e os
meios de popularizá-la”.
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