Damos continuidade ao
estudo da Revue
Spirite
correspondente ao ano de
1861. O texto condensado
do volume citado será
aqui apresentado em 14
partes, com base na
tradução de Júlio Abreu
Filho publicada pela
EDICEL.
Questões preliminares
A. O perispírito é
penetrável à matéria
sólida?
Conforme as explicações
de Kardec, no seu estado
normal, isto é, fluídico
e invisível, o
perispírito é
perfeitamente penetrável
à matéria sólida.
Contudo, no estado de
visibilidade, já há um
começo de condensação
que o torna menos
penetrável, e no estado
de tangibilidade a
condensação é completa e
a penetrabilidade
desaparece. (Revue
Spirite de 1861, pp. 159
e 160.)
B. Como os Espíritos
superiores vêem a
música?
Diz Lamennais que a
música, a seu ver, é a
arte que vai mais
diretamente ao coração.
A pintura, a
arquitetura, a escultura
atingem primeiro o
cérebro. “Numa palavra,
a música vai do coração
ao espírito, a pintura
do pensamento ao
coração.” Segundo o
mesmo Espírito, a música
séria, religiosa, eleva
a alma e os pensamentos,
enquanto a música leve
faz vibrar apenas os
nervos, nada mais.
(Obra citada, p. 167.)
C. Há festas no mundo
espiritual?
Sim. As festas, diz o
Espírito de Felícia, são
freqüentes no mundo
espiritual e têm um
encanto indescritível.
(Obra citada, p.
168.)
Texto para leitura
73. Analisando um
curioso fato ocorrido na
Lituânia, onde o cólera
atingiu muitas pessoas,
São Luís fala sobre a
causa dos flagelos
materiais, e, a
propósito do assunto,
Kardec reitera o
ensinamento de que todos
os deuses do paganismo
não têm outra origem
senão as manifestações
espíritas. (PP. 148 e
149)
74. A Revue noticia
interessantes fatos de
transporte ocorridos em
Orléans, e informa que
tais fatos tanto podem
se dar com o médium
adormecido como em
vigília. (PP. 150 a 153)
75. As flores
transportadas são
colhidas pelo Espírito
nos jardins. Os bombons
são tirados do lugar
onde lhe apraz. No caso
noticiado, o anel foi
retirado do túmulo e
levado à filha da mulher
falecida, a quem ele
pertencera. (PP. 154 e
155)
76. O Dr. Glas, espírita
fervoroso, morto aos 35
anos de idade, evocado a
pedido de seu pai, diz
que se encontrava com
freqüência junto da
esposa, do filho e do
pai. Mesmo estando na
Sociedade, ele podia
vê-los em casa, sem
esforço; mas Kardec
ressalva que um Espírito
inferior não o poderia.
“Os que têm uma certa
elevação são os que
podem ver
simultaneamente de
pontos diferentes”,
ensina Kardec. “Os
outros estão ainda muito
terra-a-terra.” (PP. 152
e 153)
77.O Dr. Glas confirmou
que os Espíritos passam
através de tudo, como
tudo passa através
deles. (P. 159)
78. Podendo, em estado
fluídico, ocupar o mesmo
assento ocupado por um
encarnado, se o corpo
espiritual ficasse
tangível ele teria,
forçosamente, de mudar
de lugar,
reconstruindo-se ao
lado. (P. 160)
79. Kardec explica: “No
estado normal, isto é,
fluídico e invisível, o
perispírito é
perfeitamente penetrável
à matéria sólida; no
estado de visibilidade,
já há um começo de
condensação que o torna
menos penetrável; no
estado de tangibilidade,
a condensação é completa
e a penetrabilidade
desaparece”. (P. 160)
80. Kardec diz a Jobard
não ser possível obter
provas materiais de
identidade do Espírito
de personagens antigas.
O nome nesses casos não
é relevante e só se deve
ligar-lhe uma
importância secundária.
(PP. 162 e 163)
81. Depois da morte --
diz Kardec --, a alma
reflete as qualidades e
defeitos que tinha na
vida corporal. (P. 166)
82. Devem ser
consideradas, assim,
como apócrifas as
comunicações que, em
todos os pontos,
desmintam o caráter do
Espírito cujo nome
levam. É, contudo,
injusto lhes condenar o
conjunto, por algumas
manchas parciais. (P.
167)
83. Falando sobre as
artes, Lamennais afirma
que a música, a seu ver,
é a arte que vai mais
diretamente ao coração.
A pintura, a
arquitetura, a escultura
atingem primeiro o
cérebro. “Numa palavra,
a música vai do coração
ao espírito, a pintura
do pensamento ao
coração”, diz o
Espírito, esclarecendo
que a música séria,
religiosa, eleva a alma
e os pensamentos,
enquanto a música leve
faz vibrar apenas os
nervos, nada mais. (P.
167)
84. Felícia conta que há
festas freqüentes no
mundo espiritual, e elas
têm um encanto
indescritível. (P. 168)
85. Ferdinand, em
mensagem dada em
Bordéus, assevera que o
Espiritismo é a
aplicação da moral
evangélica, pregada pelo
Cristo, em toda a sua
pureza, e os homens que
o condenam sem o
conhecer são pouco
prudentes. (PP. 168 e
169)
86. Kardec informa quem
foi Channing: William
Ellery Channing, nascido
em 1780 em Newport e
falecido em 1842, em
Boston, o qual se tornou
em 1803 ministro da
capela unitária -- uma
seita protestante -- de
Boston. (P. 173)
87. Reproduzindo partes
de um discurso feito por
Channing em 1834, Kardec
mostra que sua descrição
da vida futura concorda
perfeitamente com a
doutrina ensinada pelos
Espíritos duas décadas
mais tarde. (PP. 177 e
178)
88. O grande poeta
Milton, citado por
Channing, emite sobre o
mundo invisível uma
opinião conforme à de
Channing, a qual é
também a dos espíritas
modernos. Eles eram, diz
Kardec, espíritas por
intuição, e não o
sabiam. (P. 178)
89. Kardec acusa o
recebimento de uma carta
do Sr. Roustaing,
advogado em Bordéus. (P.
179)
90. Na carta, Roustaing
fala de seus estudos
espíritas, diz
compreender que a Terra
é um lugar de exílio, um
mundo de provas ou de
expiação, e afirma sua
crença na reencarnação,
como realidade e não
como alegoria. (PP. 179
e 180)
91. A reencarnação --
diz Roustaing -- ao
mostrar que não há rei
que não descenda de um
pastor, nem pastor que
não descenda de um rei,
apaga todas as vaidades
terrenas, liberta do
culto material e nivela
moralmente a todos. (P.
182) (Continua
no próximo número.)