No tocante à
colocação do
pronome átono em
relação ao
verbo, já nos
referimos aqui à
próclise
(quando o
pronome átono
vem antes do
verbo) e à
ênclise
(quando o
pronome átono
vem depois).
Faltou-nos falar
algo sobre a
mesóclise ou
tmese, que é a
intercalação de
pronome átono em
um verbo.
Exemplos:
amar-te-ei,
dir-te-ei,
vendê-lo-ia,
contar-lhe-ia.
Há situações em
que a próclise é
incabível, como,
por exemplo, no
início de uma
oração. Ninguém,
salvo na
conversação
informal, dirá:
- Lhe dei o
recado, conforme
pediste, mas: -
Dei-lhe o
recado, conforme
pediste.
Obviamente, em
face da situação
mencionada, não
sendo possível a
próclise, usa-se
a ênclise:
– Mandaram-me um
claro aviso (e
não: Me mandaram
um claro aviso)
– Ajude-me nesta
tarefa (e não:
Me ajude nesta
tarefa).
Existem, no
entanto, casos
em que não cabem
nem a próclise
nem a ênclise, e
a solução é a
intercalação do
pronome átono no
verbo, ou seja,
a mesóclise.
Exemplos:
– Mandar-te-ei
amanhã a
encomenda (em
vez de:
Mandarei-te
amanhã a
encomenda).
– Contar-lhe-ei
tudo o que
aconteceu (em
vez de:
Contarei-lhe
tudo o que
aconteceu).
– Dir-te-ei quem
é o culpado (em
vez de: Direi-te
quem é o
culpado).
A regra é
objetiva: Não é
possível a
ênclise em
relação às
formas verbais
do futuro do
presente e do
futuro do
pretérito.
Em face dessas
formas verbais a
solução será a
próclise, quando
possível usá-la,
ou a mesóclise.
*
Para facilitar o
emprego dessa
regra, eis as
formas verbais
do futuro do
presente e do
futuro do
pretérito de
três verbos:
Dizer:
Futuro do
presente: direi,
dirás, dirá,
diremos, direis,
dirão.
Futuro do
pretérito:
diria, dirias,
diria, diríamos,
diríeis, diriam.
Amar:
Futuro do
presente:
amarei, amarás,
amará, amaremos,
amareis, amarão.
Futuro do
pretérito:
amaria, amarias,
amaria,
amaríamos,
amaríeis,
amariam.
Sorrir:
Futuro do
presente:
sorrirei,
sorrirás,
sorrirá,
sorriremos,
sorrireis,
sorrirão.
Futuro do
pretérito:
sorriria,
sorririas,
sorriria,
sorriríamos,
sorriríeis,
sorririam.