CLAUDIA SCHMIDT
claudia2704@gmail.com
Santo Ângelo,
Rio Grande do
Sul (Brasil)
A
despedida
Ao sair de casa,
Giovana lembrou
que, embora
tivesse 12 anos,
ainda não havia
enfrentado uma
situação
semelhante. Sua
tia Guiomar
desencarnara
naquela
madrugada e ela
iria ao velório;
afinal, sempre
gostou muito da
tia.
Logo ao chegar,
abraçou seu tio
e primas,
levando seu
afeto e
solidariedade.
Depois fez uma
prece pela tia,
desejando que
ela
compreendesse o
que aconteceu e
pudesse ser
auxiliada nessa
nova etapa no
Mundo
Espiritual.
Giovana é
espírita e sabe
que a tia
poderia, em
Espírito, estar
acompanhando o
velório, ainda
um pouco
perturbada. A
menina lembrou
alguns bons
momentos que
passaram juntas,
das conversas e
dos conselhos
que a tia lhe
dera.
A garota sabia
que a situação
do Espírito ao
desencarnar
depende das
atitudes e
pensamentos que
teve durante a
vida. Recordou,
então, as muitas
vezes que viu a
tia ajudar os
outros, sem
contar a ninguém
e sem querer
nada em troca.
Se alguém dizia
algo, logo
ouvia: só
faço a minha
obrigação.
Nunca ouviu a
tia reclamar da
vida, e sabia
que ela tinha
muita fé em
Deus. Lembrou
também de uma
das frases
preferidas de
Guiomar: Tudo
é aprendizado.
Realmente, ela
havia aprendido
muitas coisas
com a tia e
agradecia a ela,
em pensamento,
naquele
momento.
Enquanto
pensava, Giovana
observou que
algumas pessoas
tinham um
comportamento
estranho:
conversavam e
riam alto, sem
se importar com
o sentimento dos
familiares e do
Espírito que
desencarnava.
Será que eles
não sabiam que
aquele devia ser
um ambiente de
respeito e
oração? Parece
que não, pensou
a menina.
Em seguida, uma
de suas primas
leu um trecho de
O Evangelho
segundo o
Espiritismo
e fez uma prece.
Como era uma
família
espírita, não
haveria um
sacerdote a
encomendar o
corpo, pois
a família
entendia que
apenas o corpo
que tinha
servido de
morada
passageira para
o Espírito é que
tinha morrido e
que Guiomar, em
Espírito,
continuava viva
no Mundo
Espiritual,
sempre unida
pelos
pensamentos aos
entes queridos,
seguindo sua
caminhada
evolutiva.
Enquanto o corpo
era enterrado,
Giovana orava,
silenciosamente,
pela tia. Ela
sabia que a
separação não
era definitiva.
Haveria saudade,
sim, mas um dia
se
reencontrariam,
em Espírito, no
Mundo
Espiritual.