Quer
pagar quanto?
Caros leitores, outro
dia me passou pela
cabeça aplicar aquela
chamada publicitária
“Quer pagar quanto?” ao
nosso dia-a-dia, no que
diz respeito às questões
morais. Gostaria de
dividir com vocês mais
esta reflexão.
O “pagar quanto” poderia
referir-se às “penas” da
justiça divina, pelas
quais nós mesmos somos
os responsáveis. É como
afirma a nossa irmã
Joanna de Ângelis:
ninguém colhe em seara
alheia ou o que não
tenha semeado.
Vivemos em sociedade,
sujeitos ao sistema de
justiça terrena, com
suas regras de conduta e
penalidades. Estas, para
serem aplicadas, seguem
um processo e são
decididas por um juiz ou
um colegiado de juízes
que, como nós, são
falíveis, a despeito da
competência e da
autoridade de que são
investidos. É por isso
que, freqüentemente,
deparamos com erros
jurídicos e condenações
que mais tarde
mostram-se indevidas.
Por outro lado, também
assistimos à absolvição
ou à anistia de
criminosos que cometem
delitos graves, como é o
caso dos chamados
“crimes de colarinho
branco”.
Diferentemente de tal
sistema, porém, temos a
justiça divina, cujas
penas são sempre justas
e certas. Dessas, não
podemos fugir. Elas
estão em nós mesmos.
“Não há uma única
imperfeição da alma que
não importe em
inevitáveis
conseqüências”, assevera
Kardec em O Céu e o
Inferno. De outro
lado, “não há uma só
qualidade boa que não
seja fonte de gozo” (Idem,
Kardec). Perante a
justiça de Deus, o bem e
o mal são rigorosamente
considerados, não
havendo uma só ação, um
só pensamento que não
tenha conseqüências.
Daí, a nossa necessidade
de vigilância a todo
instante. Não só nas
ações, mas também nos
pensamentos. Oremos e
vigiemos todos os dias e
todas as horas. Para
iniciar o dia ou uma
nova empreitada, façamos
uma prece. Mas não
confiemos somente na
prece. A partir desta, é
preciso vigiar. Cumpre
admitir que as
influências negativas
existem e, se
facilitarmos, poderemos
ser afetados por elas. É
a lei da sintonia.
Ninguém gosta de pagar
uma pena. O sofrimento,
entretanto, é inerente à
imperfeição. “Toda falta
traz consigo o próprio
castigo nas
conseqüências naturais e
inevitáveis” (mais uma
vez, Kardec). Portanto,
devemos sempre nos
perguntar antes de agir
ou de pensar: estou
sintonizado no bem? Essa
ação – ou pensamento –
me trará recompensas
futuras? Ou, ao
contrário, quanto é que
pagarei por isso?
Concluindo, a título de
alento, lembramos que
todo homem pode
libertar-se das suas
imperfeições, por efeito
da sua própria vontade,
e pode, igualmente,
anular os males
consecutivos e assegurar
a felicidade futura. É a
misericórdia de Deus em
ação.
Muita paz, meus irmãos!