Espiritismo deu
respostas aos
meus
questionamentos
íntimos sobre
quem sou e qual
o objetivo da
minha existência
na Terra.”
O Consolador:
Você nasceu em
que lugar?
No meu
passaporte
consta Paudaico,
Ceará.
O Consolador:
Onde você mora
atualmente?
Moro em Hoorn,
Holanda.
O Consolador:
Que fato a levou
a mudar-se para
a Holanda?
Nasci, como
disse, num
lugarejo chamado
Paudaico,
situado na
região de Missão
Velha, no estado
do Ceará. Quando
tinha dois anos
de idade meus
pais se mudaram
para o Sul do
Brasil fixando
residência em
Ubiratã, uma
cidadezinha
pequena e
aconchegante no
estado do
Paraná. Aos 24
anos me
transferi para a
cidade de São
Paulo para dar
continuidade aos
meus estudos. Em
1987, estava
passando férias
na Holanda
quando conheci
meu marido e
aqui estou até
hoje.
O Consolador:
Qual a sua
formação
escolar?
Sou formada em
Letras com
licenciatura
plena pela
Faculdade de
Filosofia,
Ciências e
Letras das
Faculdades
Associadas do
Ipiranga, São
Paulo.
O Consolador:
Que cargos você
já exerceu no
Movimento
Espírita?
Temos a
felicidade de
ter participado
do ressurgimento
da Doutrina
Espírita no solo
holandês como
co-fundadora e
presidente do
Grupo Espírita
“Vereniging
Allan Kardec”,
de Hoorn, e do
Conselho
Espírita
Holandês.
O Consolador:
Quando você teve
seu primeiro
contacto com o
Espiritismo?
Meu primeiro
contato com o
Espiritismo foi
em 1988 na
Holanda.
O Consolador:
Houve algum fato
ou circunstância
especial, que
haja propiciado
esse contacto?
Conheci o
Espiritismo de
uma forma muito
bonita. Em 1988
recebi numa
carta de uma
amiga de
infância uma
mensagem
extraída do
livro Sinal
Verde, de
André Luiz,
psicografia de
Chico Xavier.
Não me lembro
exatamente qual
foi a mensagem,
mas foi uma
mensagem que me
sensibilizou a
ponto de
escrever para o
editor
solicitando
outras mensagens
semelhantes
àquela. Algum
tempo depois
recebi do Sr.
José Benevides,
à época
presidente do
grupo “Caminho
de Damasco”, de
Garça (SP), um
pacote contendo,
entre outros, o
livro Sinal
Verde e O
Livro dos
Espíritos.
Li O Livro
dos Espíritos
todo, de um
fôlego e, à
medida que ia
lendo, ia tendo
a impressão de
que aquela
informação não
me era estranha.
O Espiritismo
chegou assim de
mansinho e se
instalou
definitivamente
em minha vida.
Devo muito aos
amigos de Garça,
especialmente ao
Benevides e a
Cleide Toffoli.
Durante anos, a
Cleide
carinhosamente
me enviou livros
espíritas e
esclarecia
minhas dúvidas
em decorrência
da leitura dos
livros
espíritas. Foi
meu primeiro
estudo do
Espiritismo.
O Consolador:
Qual foi a
reação de sua
família?
A princípio,
minha mãe,
católica
fervorosa, ficou
um pouco
preocupada
porque a filha
mais velha
estava se
envolvendo com
coisas
perigosas. Por
coincidência,
minha irmã, ao
mesmo tempo,
conheceu o
Espiritismo em
São Paulo. Na
convivência
diária com minha
irmã, minha mãe
logo percebeu
que se tratava
de algo bom para
suas filhas. Ela
continua
católica mas
respeita nossa
crença.
O Consolador:
Dos três
aspectos do
Espiritismo -
ciência,
filosofia,
religião - qual
o que mais a
atrai?
Não consigo
sentir o
Espiritismo
dividido em três
aspectos.
Considero o
tríplice aspecto
da Doutrina
Espírita
igualmente
importante
porque se
complementam.
O Consolador:
Que
autores
espíritas mais
lhe agradam?
Coincidência ou
não, André Luiz
foi minha porta
de entrada para
o Espiritismo.
Depois de ler
O Livro dos
Espíritos,
li todos os
livros da série
André Luiz. Os
livros de André
Luiz através da
mediunidade
abençoada de
Chico Xavier são
como uma luz que
iluminou meu
caminho
mostrando a
plenitude da
vida onde quer
que estejamos.
O Consolador:
Que livros
espíritas que
tenha lido você
considera
indispensáveis
ao confrade
iniciante?
Sem duvida, toda
a codificação
kardequiana,
iniciando por
O Livro dos
Espíritos.
O Consolador:
Se fosse passar
alguns anos num
lugar remoto,
com acesso
restrito à
atividade
espírita, que
livros
pertinentes à
doutrina você
levaria?
Os livros da
codificação, a
série André Luiz
e os livros
Pão Nosso,
Fonte Viva
e Vinha de
Luz, de
Emmanuel.
O Consolador:
As divergências
doutrinárias em
nosso meio
reduzem-se a
poucos assuntos.
Um deles diz
respeito ao
chamado
Espiritismo
laico. Para você
o Espiritismo é
uma religião?
Vejo o
Espiritismo como
uma religião
porque
proporciona o
conhecimento que
conduz a
criatura ao
Criador.
Caminhando em
direção ao
Criador, o ser
humano vai
descobrindo que
qualquer
religião deveria
ser sinônimo de
amor ao próximo
posto em prática
no dia-a-dia.
O Consolador:
Outro assunto em
que a prática
espírita às
vezes diverge
está relacionado
com os chamados
passes
padronizados,
propostos na
obra de Edgard
Armond. Embora
saibamos que o
mais comum seja
a imposição de
mãos, tal como
recomenda José
Herculano Pires,
qual a sua
opinião e como
os passes são
ministrados na
Holanda?
Na Holanda, os
grupos afiliados
ao CEH aplicam o
passe através da
imposição de
mãos. Sem
menosprezar
estudos
aprofundados de
companheiros
espíritas sobre
a aplicação do
passe,
acreditamos que
o desejo sincero
do passista de
ajudar é mais
importante do
que formas
complexas de
aplicação do
passe.
O Consolador:
Como vê a
discussão em
torno do aborto?
No seu modo de
ver as coisas,
os espíritas
deveriam ser
mais ousados na
defesa da vida,
como tem feito a
Igreja?
Devemos, sempre
que surgir a
oportunidade,
esclarecer sobre
as implicações
espirituais
inerentes à
prática do
aborto. O
esclarecimento
de forma
fraterna e
amorosa pode
evitar muito
sofrimento para
quem cogite a
opção de abortar
o filho que
carrega no
ventre.
O Consolador:
A eutanásia é
uma prática que
não tem o apoio
da doutrina
espírita. Kardec
e outros
autores, como
Joanna de
Ângelis, já se
posicionaram
sobre esse tema.
Ultimamente
surgiu a idéia
da ortotanásia,
defendida até
mesmo por
médicos
espíritas. Qual
a sua opinião
sobre o assunto?
Não tenho
conhecimento
médico para
avaliar a
diferença entre
ortotanásia e
eutanásia. Mesmo
assim, gostaria
de dizer que a
eutanásia é uma
prática
conhecida e
aceita na
Holanda, fato
que me preocupa.
Penso que, se as
pessoas que por
qualquer motivo
optam pela
eutanásia
soubessem que a
vida não cessa
com a morte do
corpo e que
continua noutra
dimensão, não
optariam pela
eutanásia,
principalmente
se estivessem
conscientes de
que ao
adiantarem o
retorno para
essa dimensão da
qual vieram
apenas estão
agravando seus
sofrimentos,
sejam eles
físicos ou
morais.
Os espíritas têm
uma grande
responsabilidade
na
conscientização
da sociedade
quanto à
valorização da
vida desde o
momento da
concepção até o
ultimo suspiro
do ser humano na
Terra. Esse é um
trabalho de
conscientização
que deve ser
feito sem
fanatismo mas
com muito amor
ao próximo.
O Consolador:
Você tem contato
com o movimento
espírita
brasileiro?
Sou muito grata
ao movimento
espírita
brasileiro
porque foi
graças à
dedicação de
irmãos
brasileiros
abnegados que
conheci o
Espiritismo.
O Consolador:
Quando e como
surgiu o
movimento
espírita na
Holanda?
O movimento
espírita
holandês atual é
muito recente,
visto que
ressurgiu no
final dos anos
90 do século
passado com o
interesse dos
brasileiros
espíritas
residentes em
vários pontos do
país. Depois de
um período de
trabalho
conjunto entre
alguns espíritas
e grupos de
estudos de
várias regiões,
foi formado o
Conselho
Espírita
Holandês em
outubro de 2002,
com o objetivo
de unir os
esforços dos
grupos
existentes,
apoiar a
formação de
novos grupos
para fortalecer
o movimento
espírita bem
como a
divulgação da
Doutrina
Espírita por
meio de
palestras,
seminários e
atualmente na
internet. O
Conselho é uma
organização
federativa
devidamente
registrada
segundo as leis
holandesas. Isso
nos dá uma base
segura para
lançarmos a
sementinha do
Espiritismo em
solo holandês.
Ele é membro do
CEI – Conselho
Espírita
Internacional
desde sua
fundação em
2002. Percebemos
através dos
visitantes dos
nossos sites,
das palestras
públicas e dos
telefonemas que
recebemos que o
Espiritismo
lentamente vai
conquistando
espaço na
sociedade
holandesa.
O Consolador: Em
face dos
problemas que a
sociedade
terrena está
enfrentando,
qual deve ser a
prioridade
máxima dos que
dirigem
atualmente o
movimento
espírita?
Divulgar
largamente o
conhecimento da
Doutrina
Espírita,
estimular o
estudo da
codificação
entre os
freqüentadores
dos centros
espíritas e,
acima de tudo,
viver os
ensinamentos de
Jesus dentro e
fora da Casa
Espírita.
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