ASTOLFO O. DE OLIVEIRA
FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
A Revue Spirite de 1861
Allan Kardec
(6a
Parte)
Damos
continuidade ao
estudo da Revue Spirite
correspondente ao ano de 1861. O texto
condensado do volume citado será aqui
apresentado em 14 partes, com base na
tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela
EDICEL.
Questões preliminares
A. Como definir a prece?
Em um poema intitulado “A Prece”, Joly
(Espírito) define a prece como “um impulso
de amor, de fluídico ardor que se escapa da
alma e se eleva ao Senhor”. “Orar não muda
em nada a lei do Pai Eterno”, diz Joly, “mas
o coração paterno derrama o seu influxo no
que o implora.” Kardec comenta o assunto
afirmando que, certamente, Deus não derroga
suas leis a pedido nosso, mas a prece age,
principalmente, sobre aquele que é seu
objeto, inspirando-o ao arrependimento e ao
desejo de reparar seus erros. (Revue
Spirite de 1861, pp. 184 a 186.)
B. Os Espíritos puros têm asas?
Não. Comentando uma mensagem do Espírito de
Anais Gourdon, evocada a pedido do pai e do
marido, Kardec esclarece que as asas dos
anjos, arcanjos e serafins não passam de
atributo imaginado pelos homens. Os
Espíritos puros podem, no entanto, aparecer
aos homens com esse acessório, para
responder ao seu pensamento, como outros
Espíritos tomam a aparência que tinham na
Terra para se tornarem conhecidos. (Obra
citada, p. 192.
C. Que é o perispírito?
Lamennais diz que faltam às palavras cor e
forma para exprimir o perispírito e sua
natureza, mas uma coisa é certa: o
perispírito é o envoltório fluídico material
da alma. O perispírito é para os Espíritos,
diz Lamennais, o agente pelo qual eles se
comunicam conosco, quer indiretamente, quer
diretamente. (Obra citada, pp. 201 e
202.)
Texto para leitura
92. Comentando carta recebida de Roustaing,
Kardec considera-o espírita sério e elogia a
declaração com que Roustaing fechou sua
carta: “Eu me honro de ser altamente e
publicamente Espírita”. (PP. 182 e 183)
93. A Revue transcreve um poema intitulado
“A Prece”, de autoria do Espírito de Joly,
que define a prece como “um impulso de amor,
de fluídico ardor que se escapa da alma e se
eleva ao Senhor”. (PP. 184 e 185)
94. “Orar não muda em nada a lei do Pai
Eterno”, diz Joly, “mas o coração paterno
derrama o seu influxo no que o implora”.
Kardec comenta afirmando que, certamente,
Deus não derroga suas leis a pedido nosso,
mas a prece age, principalmente, sobre
aquele que é seu objeto, inspirando-o ao
arrependimento e ao desejo de reparar seus
erros. (PP. 185 e 186)
95. Comentando o caso do Marquês de
Saint-Paul, que antes de morrer teve a
revelação do mundo que ia habitar, Kardec
diz que o fenômeno do antecipado
desprendimento da alma é muito freqüente:
antes de morrer, muitas pessoas entrevêem o
mundo dos Espíritos, suavizando assim, pela
esperança, o pesar de deixar a vida. (P.
187)
96. Nos seus últimos momentos, o Marquês,
estando com sede, dizia: “Ele tem sede”,
reportando-se ao corpo físico, que ele
distinguia nitidamente do “eu” pensante, que
está no Espírito. (P. 188)
97. Evocado por Kardec, ele declarou estar
num estado transitório, em que as virtudes
humanas adquirem seu verdadeiro preço. Seu
estado era mil vezes preferível ao da
encarnação terrena, mas sua alma só seria
saciada quando pudesse voar aos pés do
Criador, nosso Pai. (P. 188)
98. Kardec evoca o célebre calculador e
pastor Henri Mondeux, um homem iletrado que
desde os dez anos se fez notar pela
prodigiosa facilidade com que resolvia de
cabeça as mais complicadas questões de
Aritmética. (PP. 188 e 189)
99. Explicando sua missão, que foi espantar
os matemáticos, Mondeux diz que seu Espírito
foi preparado para ver os números que outros
Espíritos lhe forneciam; ele não passava,
pois, de um médium ao dar suas respostas.
(P. 191)
100. A Sra. Anais Gourdon, evocada a pedido
do pai e do marido, diz ser feliz no mundo
espiritual. “O céu não me causa terror – diz
ela –- e espero confiante e com amor que as
asas brancas me cresçam.” Kardec,
estranhando tais idéias, afirma que as asas
dos anjos, arcanjos e serafins não passam de
atributo imaginado pelos homens. (P. 192)
101. Os Espíritos puros podem, no entanto,
aparecer aos homens com esse acessório, para
responder ao seu pensamento, como outros
Espíritos tomam a aparência que tinham na
Terra para se tornarem conhecidos. (P. 192)
102. Kardec, ao noticiar a morte do Sr.
Laferrière, diz que, se fosse feita uma
estatística das causas que levam aos
desarranjos do cérebro, se veria que o
desespero responde, pelo menos, com 80% das
ocorrências. (P. 194)
103. A imprensa noticiou que o Sr.
Laferrière tinha sentimentos religiosos;
contudo, esses sentimentos não o impediram
de sucumbir ao desespero, o que poderia ter
sido prevenido caso ele tivesse idéias menos
vagas sobre o futuro, como as que oferece o
Espiritismo, que prova a inexistência real
da morte. (P. 194)
104. O suicídio do Sr. Léon L..., 25 anos,
empresário de ônibus, que não suportou a
morte da esposa, causou viva impressão na
região, onde era muito estimado. Ele
matou-se para ir unir-se à esposa, um
equívoco que teria sido evitado, se Léon
soubesse, pelo Espiritismo, a sorte dos
suicidas. (P. 195)
105. Kardec cita um fato em que a
comunicação do Espírito do esposo fez sua
ex-mulher abandonar o propósito de vingar-se
do médico, julgado por ela responsável, por
imperícia, pela morte do primeiro. (PP. 195
e 196)
106. Erasto conclama os espíritas: “Ide e
pregai a palavra divina”. (P. 197)
107. Na mesma mensagem, Erasto ensina como
conhecer os espíritas que estão no bom
caminho. (PP. 198 e 199)
108. Um Espírito afirma que o tédio não
atinge quem vive pelo espírito e cujas
faculdades tendem para um objetivo certo. O
tédio, diz ele, não resulta senão do vazio
da alma e da esterilidade do pensamento. (P.
199)
109. Lamennais diz que faltam às palavras
cor e forma para exprimir o perispírito e
sua natureza, mas uma coisa é certa: o
perispírito é o envoltório fluídico material
da alma. (P. 201)
110. O perispírito -- diz Lamennais -- é,
para os Espíritos, o agente pelo qual eles
se comunicam conosco, quer indiretamente,
quer diretamente. (P. 202)
(Continua no próximo número.)