FRANCISCO
REBOUÇAS
costareboucas@ig.com.br
Niterói, Rio de
Janeiro (Brasil)
A
concentração
exige
educação
da mente
O Dicionário da
língua
portuguesa
define o sentido
da palavra
concentrar
como sendo:
fazer convergir
a um centro;
centralizar;
tornar mais
denso; não dar
expansão a;
convergir.
Segundo a mesma
fonte,
concentrado
é o mesmo que:
reunido em um
centro;
centralizado;
absorto;
condensado; em
que se opera a
concentração.
Não é tão fácil
mantermo-nos
concentrados em
determinadas
atividades que
exijam atenção,
cuidado
redobrado e
vigília de nossa
parte, isto
porque não temos
o hábito de
policiar os
nossos
pensamentos, e,
quando menos
esperamos, já
estamos
distraídos,
desatentos,
desligados da
nossa tarefa de
momento.
Nos trabalhos
espirituais, nas
tarefas das
casas espíritas
em que tomamos
parte, não é
diferente, e não
são todos que
têm a capacidade
de se manterem
concentrados em
uma reunião
espírita, seja
na palestra
doutrinária,
seja nas
reuniões
mediúnicas, e
até mesmo nas
reuniões de
estudos. A
lembrança dos
fatos ocorridos
no dia-a-dia de
nossas vidas
exerce grande
influência em
nossa atuação
nessas
atividades,
contribuindo
dessa forma para
o desequilíbrio
e desarmonização
do ambiente
fluídico, que
não se beneficia
de forma
completa das
vibrações
elevadas com que
todos os
participantes
deveriam
contribuir de
forma eficiente
para o sucesso
da tarefa.
Isso ocorre com
muita
freqüência,
porque ainda não
desenvolvemos o
hábito salutar
de fixar nossa
atenção nos
assuntos de
conteúdo
edificante, pois
estamos cercados
de lixo mental,
a tomar nossa
atenção em
qualquer parte
por onde
passamos, seja
nas manchetes
estampadas nas
bancas em que os
jornais
sensacionalistas
despejam as
sujeiras da
sociedade nas
manchetes
diárias, onde
campeiam
notícias de
crimes,
corrupção,
pornografias etc;
seja em
conversas que
ouvimos em
qualquer parte
em que
estejamos, onde
o palavrão, a
falta de
educação, o
desrespeito, a
futilidade são
amplamente
utilizados como
se fossem
absolutamente
normais, e, quem
assim não
procede é
considerado
cafona, “está
por fora”.
Pouco sobra de
aproveitável em
tudo que vemos
ou lemos, e, por
isso mesmo,
deveríamos desde
há muito nos
precavermos e
carregar sempre
um livro de
conteúdo moral
elevado, para
nos ocuparmos
com sua saudável
leitura, o que,
com certeza,
faria uma grande
diferença, pois
nos ajudaria a
desenvolver o
hábito da nossa
concentração nas
coisas belas e
nobres que um
bom livro nos
proporciona,
facilitando, em
muito, nossa
participação nos
labores da casa
espírita, dos
quais tomamos
parte.
Precisamos
portanto, desde
já, nos
preocuparmos com
nossa preparação
para uma
eficiente
participação nos
trabalhos de
cunho moral
espiritual e é
precisamente
disso que os
Espíritos
Superiores mais
sentem falta,
pois nossa
concentração
nesses misteres
da Seara
Espiritual não
pode ser
desenvolvida sem
uma acurada
concentração que
nos permita uma
sintonia
perfeita com os
dignos obreiros
do Cristo, que,
através dos
trabalhos
realizados nas
casas espíritas
sérias, muito
podem beneficiar
a nós mesmos, ao
nosso próximo e
à sociedade
inteira.
Inúmeras são as
páginas trazidas
ao nosso
conhecimento
através da vasta
literatura
espírita, que
nos alertam para
a necessidade de
uma urgente
atitude nossa,
em favor da
melhoria da
nossa antena
receptora,
através de uma
melhor
concentração,
para que
possamos
absorver, sem
interferências
negativas, as
mensagens dos
Arautos do Mundo
Maior, que estão
sempre dispostos
a nos trazer as
notícias da
esfera
espiritual, para
nosso
crescimento e
desenvolvimento
moral
espiritual, nos
facultando os
necessários
instrumentos
para uma vitória
nos confrontos
com as
tribulações
naturais do
mundo material
em que
estagiamos.
A concentração
só é conseguida
através do
exercício diário
e constante da
meditação,
através da qual
o indivíduo
disciplina a
vontade,
exercita a
paciência e o
controle da
mente para
vencer,
dia-a-dia, as
tendências
inferiores que
lhes fazem
companhia desde
tempos
imemoriais e
que, sem esse
trabalho
paciente e
impostergável de
reforma
interior, não
conseguirá se
libertar de tão
pesada carga de
materiais
tóxicos e
nocivos que
tanto mal tem
causado a seu
Espírito
imortal.
A benfeitora
Joanna de
Ângelis nos diz
taxativamente:
“(...) Meditar é
uma necessidade
imperiosa que se
impõe antes de
qualquer
realização. Com
esta atitude
acalma-se a
emoção e
aclara-se o
discernimento,
harmonizando-se
os sentimentos
(...)”;
“(...) Começa o
teu treinamento,
meditando
diariamente num
pensamento do
Cristo,
fixando-o pela
repetição e
aplicando-o na
conduta através
da ação.
Aumenta, a pouco
e pouco, o tempo
que lhe
dediques,
treinando o
inquieto corcel
mental e
aquietando o
corpo
desacostumado.
Sensações e
continuados
comichões que
surgem,
atende-os com
calma, a mente
ligada à idéia
central, até
conseguires
superá-los
(...)”;
“(...) Invade o
desconhecido
país da tua
mente, a
princípio
reflexionando
sem censurar nem
julgar, qual
observador
equilibrado
diante de
acontecimentos
que não pode
evitar. Respira,
calmamente,
sentindo o ar
que te abençoa a
vida. Procura a
companhia de
pessoas
moralmente
sadias e sábias,
que te
harmonizem
(...)”;
“(...)
Não lute contra
os pensamentos.
Conquiste-os”.
(1)
Na mesma obra,
em novo
capítulo,
esclarece-nos: “O
reto pensar é o
método único
para o reto
atuar.
Somente o
pensamento bem
direcionado
impede que
germinem as
sementes da
perturbação
mental geradora
dos tormentos
que procedem dos
vícios
ancestrais.
O esforço para
insistir no reto
pensar preenche
os espaços do
pensar mal ou
não pensar,
ambos do agrado
da ociosidade e
da acomodação.
Mediante o reto
pensamento, o
homem se
descobre também
agindo
retamente.
Inclina tua
mente para o
mais saudável.
Não te faças
fiscal do lixo
moral da
sociedade, nem
te permitas
coletar os
detritos do
pessimismo como
da vulgaridade
(...)”. (2)
O benfeitor
Emmanuel também
muito nos fala
sobre a
importância do
pensamento,
veículo
principal da
concentração,
conforme segue:
“(...) A energia
mental é
fermento vivo
que improvisa,
altera,
constringe,
alarga,
assimila,
desassimila,
integra,
pulveriza ou
recompõe a
matéria em todas
as dimensões.
Por isso mesmo,
somos o que
decidimos,
possuímos o que
desejamos,
estamos onde
preferimos e
encontramos a
vitória, a
derrota ou a
estagnação,
conforme
imaginamos
(...)”;
“(...) Os
acontecimentos
obedecem às
nossas intenções
e provocações
manifestas ou
ocultas.
Encontraremos o
que merecemos,
porque merecemos
o que buscamos.
A existência,
pois, para nós,
em qualquer
parte, será
inevitavelmente
segundo
pensamos”;
“(...) o
progresso mental
é o grande
doador de
renovação ao
equipamento do
Espírito, em
qualquer plano
de evolução
(...)”;
“(...) Quem mais
pensa, dando
corpo ao que
idealiza, mais
apto se faz à
recepção das
correntes
mentais
invisíveis, nas
obras do bem ou
do mal”. (3)
O Espírito
Vianna de
Carvalho também
nos esclarece a
respeito do
assunto,
asseverando: “A
concentração,
por isso mesmo,
deve ser um
estado habitual
da mente em
Cristo e não uma
situação
passageira em
Cristo”. (4)
O Instrutor
Aniceto também
esclarece André
Luiz sobre o
assunto,
afirmando: “Boa
concentração
exige vida
reta”. (5)
Concluímos,
diante de tantos
ensinamentos que
encontramos na
farta,
diversificada e
rica literatura
espírita à nossa
disposição, que
todos quantos
nos dispomos ao
trabalho na
Seara
Espiritual,
qualquer que
seja ele,
precisamos antes
de tudo,
prepararmo-nos,
adequadamente,
seguindo essas e
outras tantas
lições dos
mensageiros do
mais Alto,
procedendo à
imediata mudança
em nossos
hábitos e
pensamentos,
renovando nossas
concepções,
através das
leituras
edificantes, do
estudo sério da
mediunidade,
mantendo
conversações
positivas,
trabalhando
incessantemente
no bem,
cultivando
aspirações
elevadas, e
inserindo em
nosso dia-a-dia
o exercício
salutar da
prática da
meditação.
Urgente se faz
que empreendamos
sinceros
esforços para
nos despojarmos
das idéias e
hábitos malsãos,
substituindo-os
por outros
nobres e
edificantes,
desfazendo-nos
da rotina mental
equivocada que
utilizávamos,
até então, que
muito nos tem
dificultado a
concentração nas
idéias
superiores, nos
pensamentos
nobres e
elevados,
trabalhando
tenazmente para
tornar esse
estado mental em
permanente e
natural, a
benefício de
nossa elevação
espiritual.
Fontes:
(1) e (2)
Momentos de
Meditação –
Cap. 1 [Recorre
à meditação];
Cap. 3 [Reto
Pensar]. Médium:
Divaldo Pereira
Franco, Espírito
Joanna de
Ângelis.
(3) Roteiro
– Cap. 5 [Nos
Círculos da
matéria]; Cap. 6
[O Perispírito]
e Cap. 25 [Ante
a Vida Mental].
Médium: Chico
Xavier, Espírito
Emmanuel.
(4)
Sementeira da
Fraternidade
– Cap. 25.
Médium: Divaldo
Pereira Franco,
Espírito:
Manoel
Philomeno de
Miranda.
(5) Os
Mensageiros
– Cap. 47 [No
trabalho ativo].
Médium Chico
Xavier, Espírito
André Luiz