ORSON PETER
CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br
Matão, São Paulo
(Brasil)
Preciosa
orientação
para
os pais
Quando nos
casamos, e após
os primeiros
tempos, a
preocupação
dominante passa
a ser a
conquista ou
manutenção do
patrimônio
material, entre
outros anseios
do casal,
preocupados com
o futuro –
especialmente
considerando-se
os filhos que
virão. O homem
volta sua
atenção, assim
como a mulher
nos dias atuais
– um tanto
diferente do
passado –, para
o sucesso
profissional e a
escalada dos
valores
sociais.
Em muitos casos,
viagens, cursos,
aprimoramentos e
os
desdobramentos
próprios de uma
vida que se
equilibra
gradativamente.
Tudo muito
natural, normal.
Em outros casos,
como os dos
casamentos
prematuros, das
precipitações –
inclusive
geradoras da
gravidez precoce
–, ou de jovens
casais sem
estruturas
materiais,
psicológicas e
emocionais para
assumir a vida a
dois, alguns
desfechos
infelizes causam
traumas e
dificuldades.
Nada além de
nossa limitada
condição
humana.
Consideremos,
porém, um
detalhe. Fazemos
cursos, nos
especializamos,
destinamos
recursos e tempo
para a formação
profissional,
voltamos nossa
atenção para
formação e
manutenção do
patrimônio
material,
buscamos um bom
nível de vida,
mas não somos
preparados para
a mais
importante
função de um
casal: educar os
filhos.
Tornamo-nos
pais. Sem
experiência. Sem
estrutura para
educar, para
formar o
caráter, para
direcionar os
filhos numa via
que lhes
possibilite
crescer moral e
intelectualmente,
simultaneamente
ao equilíbrio
psico-emocional
que todos
precisamos para
enfrentar os
desafios da vida
humana.
Além da formação
para a
profissão, para
cuidar da casa,
para administrar
bens e
providências de
uma família,
para gerar
renda, para
conduzir a
própria vida
conjugal e mesmo
para atender às
crescentes
exigências da
vida moderna,
deveríamos nos
preparar
igualmente para
a missão
incomparável de
educar os
filhos.
Transferimos a
eles nossas
neuroses, nossos
descaminhos,
lhes
contaminamos o
caráter com
nossos vícios,
influenciamos
sua conduta,
exemplificamos
mal com nosso
comportamento
nem sempre
recomendável, e
agimos na
maioria das
vezes sem vigiar
o que falamos ou
fazemos. Com
isso, ao invés
de educar,
deseducamos.
É correto que há
pais e pais. Não
podemos
generalizar. Há
pais e mães
notáveis,
exemplares, que
transmitem como
ninguém as
noções de
honestidade,
decência,
dignidade,
respeito,
crença,
valorização e
amor ao próximo.
Mas a maioria de
nós está ainda
deixando a
desejar nesta
notável e
intransferível
missão. Para
constatar isso,
basta visualizar
o comportamento
social a quanto
anda...
Nas classes mais
abastadas, nas
consideradas de
baixa renda ou
nas
intermediárias,
nas diferentes
designações
religiosas, com
ou sem cultura,
no poder ou fora
dele, entre
homens e
mulheres – sejam
crianças,
jovens, maduros
ou mesmo idosos
–, o que se nota
é ainda uma
carência enorme
da base que a
família deve
oferecer, o que
vem se
refletindo
severamente na
sociedade.
Mas esta não é
uma visão
pessimista. É
apenas uma visão
do que nos falta
fazer.
Estimular a
criatividade,
incentivar o
bem, combater o
egoísmo,
promover o
crescimento
intelecto-moral,
propiciar
experiências
enriquecedoras
de solidariedade
e amor ao
próximo, semear
a esperança,
fomentar a
gentileza e a
bondade estão
entre as ações
que todos nós,
pais e
educadores,
ainda podemos
fazer em favor
de nossas
crianças.
Dar-lhes
atenção,
ouvi-los,
exemplificar
mais que
proferir sermões
ou castigar,
falar-lhes ao
sentimento,
tratá-los com
carinho e,
especialmente,
trazer-lhes o
Evangelho ao
coração estão
entre os
caminhos
práticos para
referida
incumbência.
A criança
necessita das
referências do
adulto, observa
seus exemplos e
os assimila,
precisa
compreender que
há regras para a
vida social,
necessita
compreender os
valores do
respeito a si
próprio e ao
semelhante e,
mais que tudo
isso, o futuro
adulto deve ter
nos pais seus
melhores
amigos.
O que nos tem
trazido
dificuldades é o
egoísmo que
ainda trazemos
no coração,
inclusive para
com os filhos.
Achamos,
equivocadamente,
que eles são
nossos, que
devem pensar
como pensamos,
que são máquinas
sujeitas aos
nossos
caprichos. Não
são! São seres
pensantes,
individuais, de
vontade própria,
também
integrantes
desse enorme
processo de
crescimento.
Sempre há tempo
de mudarmos o
comportamento,
de atender a
esses reclamos
de dignidade
desses olhinhos
atentos e
esperançosos que
caminham ao
nosso lado.
Sempre é tempo
de
exemplificarmos
o bem e
semearmos o
amor.
Prestemos
atenção. O tempo
trará as
alegrias de
nossa ação. A
família e a
sociedade
agradecem. E
seremos mais
felizes.