CHRISTINA NUNES
cfqsda@yahoo.com.br
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
Não gosto e não
acredito!
Quando
oferecemos algum
paladar novo às
crianças de
certa faixa
etária, é comum
observarmos a
reação: "Não
gosto! Não
quero!", ao que
os pais,
devidamente
prevenidos, em
muitas das vezes
respondem: Não
gosta como, se
nunca provou?!
Venho observando
o paralelo disso
nas reações de
muitas pessoas
no que diz
respeito às
revelações de
ordem espiritual
que, como onda
monumental tão
bem-vinda, vêm
presenteando as
consciências no
decorrer das
últimas décadas.
Muitos,
acomodados às
velhas
"verdades"
impostas pela
ortodoxia
secular de
várias vertentes
religiosas, sem
maior
verificação de
ordem pessoal,
reagem desse
mesmo modo às
novidades de um
Universo mais
vasto para todos
nós. Com efeito,
revidam a
revelação
maravilhosa da
continuidade das
nossas vidas
para além dos
limites da
materialidade
com estranha
repulsa, do
mesmo modo
insólita, como
faria um
eventual
encarcerado de
décadas
rejeitando as
claridades do
sol e o anúncio
de que está,
finalmente,
livre para alçar
vôo rumo a
destinos mais
gratos!
Faz algum tempo,
alguém criou um
fórum de
discussão sobre
uma das nossas
obras
psicografadas; e
despertaram-me a
curiosidade
justamente
algumas poucas
respostas,
nestes termos: "Deve
ser de fato bom
o livro, e a
escritora merece
todo o meu
respeito...
mas não acredito
e não gosto!"
Ao que de minha
parte me detive,
com embatucado
humor,
refletindo.
Como assim,
não gosta?!
– pensei. A
reação, de fato,
me recordou a
das crianças
diante do prato
novo, mencionada
acima. Porque
aqui não se
trata de gostar
ou de não gostar
de um paladar
novo, de uma
nova opção para
o lanche ou
almoço do dia,
talvez exótico,
cuja aceitação
obedeça, em
decorrência, a
mero capricho de
ordem
individual.
Trata-se de
outra coisa: da
nossa
realidade pura e
simples, que
já nos rodeia
desde agora,
neste mesmo
minuto!
Trata-se da
vastidão da vida
para além dos
limites
acanhados da
materialidade
que nos serve –
a todos! – em
caráter
meramente
transitório de
aprendizado, e
de cuja
realidade
nos mantemos
durante este
período mais ou
menos
dissociados,
muito embora
esses que assim
se posicionam
considerem,
estranhamente,
que somo, justo
nós, os canais
dessas mensagens
oportunas, os
alienados!
Trata-se da
Vida viva,
divina,
palpitante em
todos os setores
do Cosmos e em
tudo na Criação
– e não de
palavras mortas,
deturpadas ao
longo dos
séculos,
sepultadas em
livros tidos
como vivos!
Da
constatação pura
e simples dos
cenários
gloriosos que
nos aguardam a
todos, logo ali,
mais além, após
a curva deste
minuto
vertiginoso dos
estágios
evolutivos nas
esferas
materiais!
Trata-se da
materialização à
luz do dia do
que Jesus de há
muito já nos
asseverava, em
épocas nas quais
o espírito
humano ainda se
achava imaturo
para
compreender:
a palavra é
morta; o
espírito
vivifica!
Não acredito
e não gosto!
É de se
refletir, caros
leitores, se de
alguma coisa
adianta "não
acreditar".
Se o cego,
efetivamente, se
obstinasse a não
acreditar no sol
e na luz, única
e exclusivamente
por não dispor,
momentaneamente,
da comprovação
perceptiva dos
mesmos, acaso
deixariam de
existir,
obedecendo a
limitações não
mais que
restritas a
alguns?!
Isto me recorda
a passagem de
uma obra do
Espírito André
Luiz,
psicografada
pelo nosso Chico
Xavier, na qual
ele nos dá
conhecimento da
existência, nas
dimensões
invisíveis, dos
"Espíritos
endurecidos".
Conta-nos sobre
as realidades
que nos aguardam
em sintonia com
as nossas
convicções
íntimas, já que
a Criação
funciona em
consonância com
a lei das
afinidades
vibratórias e
jamais nos
violenta no
terreno sagrado
do
livre-arbítrio –
nem mesmo no que
se relaciona a
meras convicções!
Aqueles
Espíritos
inertes, em
estado letárgico
de sono pétreo,
agrupados num
dos recintos das
unidades
socorristas das
colônias
espirituais,
eram justo
algumas dessas
almas que
insistem em crer
no nada.
Ora, se, pois,
tudo o que
esperavam e
quase que
desejavam para
si após a
transição era o
nada –
mesmo em pleno
oceano de Vida
contínua! –, seu
estado mental
não mais fez que
situá-las
segundo as suas
expectativas,
até ao ponto em
que
espontaneamente
despertassem
para alguma
modificação
significativa de
ordem interior
que lhes
alterasse a
condição
lamentável na
qual se achavam!
O episódio
ilustra, meus
amigos, as
razões pelas
quais devemos
cuidar do que
defendemos tão
encarniçadamente
no que diz
respeito ao
quesito mais
importante dos
nossos destinos,
qual o do
alcance de nossa
consciência, do
nosso
entendimento
para as
maravilhosas
realidades
maiores que nos
aguardam no mais
além! Pois se o
Criador nos
abençoa em nossa
própria
intimidade
espiritual com
as
magnificências
maiores,
eternas,
indescritíveis,
do Universo, por
que haveríamos
de nos apegar ao
recinto acanhado
de uma visão da
vida que
correspondeu a
épocas em que o
espírito humano
apenas ainda não
se via pronto
para entender –
ademais
prejudicado pelo
tolhimento de
informações que
muitas
instituições
religiosas,
estabelecidas no
decorrer dos
séculos,
primaram por nos
outorgar,
visando à
monopolização e
à manipulação de
consciências?
Escolhamos,
pois, os tempos
novos: as novas
Boas Novas,
a evolução
contínua, a
liberdade,
enfim!
Nada de recusar
o prato novo
apenas por ser
novo, antes de
lhe experimentar
o paladar, para
não se incorrer
em infantilidade
espiritual em
tempos que já
nos cobram
amadurecimento
evolutivo em
favor da
melhoria de nós
mesmos e, por
conseguinte, do
nosso mundo!