Texto para leitura
114. Na vida é preciso
não enxergar somente a
evolução material, que
não é mais que uma face
das coisas. A realidade
viva reside no ser
psíquico, no Espírito. É
ele quem anima essas
formas materiais. (P.
141)
115. Outro erro da
escola materialista é
pensar que tudo o que
caracteriza o espírito
humano – aptidões,
faculdade, vícios e
virtudes – se explica
pela lei de
hereditariedade e pela
influência do meio.
Basta reparar em torno
de vós, e vereis um
desmentido a esta
asserção. (P. 142)
116. Não são a condição
nem a origem que dão o
talento ao indivíduo. Um
pai ilustrado pode ter
uma descendência
medíocre e vice-versa.
Laplace e Newton eram
filhos de pobres
camponeses. Faraday era
simples encadernador.
(P. 142)
117. É bem amargo
assinalar que o
Catolicismo e o
materialismo concorrem,
cada qual a seu modo,
para aniquilar ou, pelo
menos, dificultar o
exercício das potências
ocultas no ser humano –
razão, vontade,
liberdade... Como então
nos admirarmos de que
nossa civilização ainda
apresente tantas chagas
repugnantes, se o homem
a si mesmo ignora,
ignorando a extensão das
riquezas que nele a mão
divina colocou para sua
felicidade e elevação?
(P. 143)
118. Se o materialismo e
o negativismo tivessem
apenas sido os inimigos
da superstição e da
idolatria, ter-se-ia
podido ver neles os
agentes de uma
transformação
necessária, mas eles
extrapolaram e
preconizaram esse apego
exclusivo às coisas
materiais, que
lentamente nos desarma,
enfraquece e prepara
para a queda e para o
desbarato. (P. 144)
119. Seria pueril
acreditar que a fé do
passado pode renascer.
Para sempre se afrouxou
o laço religioso que
prendia os homens à
Igreja romana. O
Catolicismo já não está
em condições de fornecer
às sociedades modernas o
alimento necessário à
sua vida espiritual, à
sua elevação moral. Os
crentes atuais não são
nem menos materiais, nem
menos aferrados à
fortuna, aos prazeres,
aos gozos, do que os
livres pensadores. (P.
146)
120. O Cristianismo era
uma fé viva e radiante;
o Catolicismo é apenas
uma doutrina áspera e
sombria, irreconciliável
com os preceitos do
Evangelho, não tendo
para opor a seus
críticos senão as
afirmações de um dogma
impotente. (P. 147)
121. O Cristianismo
trouxe ao mundo, mais
que todas as outras
religiões, o amor ativo
por todo aquele que
sofre, a dedicação à
Humanidade levada até ao
sacrifício, a idéia de
fraternidade na vida e
na morte. (P. 148)
122. O Cristianismo,
para renascer e
resplandecer, deverá
vivificar-se nessa fonte
em que se desalteravam
os primeiros cristãos.
Terá que transformar-se,
libertar-se de todo
caráter miraculoso,
voltar a ser simples,
claro, racional. (P.
149)
123. A Religião deve
inspirar-se nas modernas
descobertas, nas leis da
Natureza e nas
prescrições da razão;
deve fazer compreender
que uma estreita
solidariedade liga
homens e Espíritos; deve
mostrar, acima de tudo,
a regra de soberana
justiça, segundo a qual
cada um colhe, através
dos tempos, tudo o que
semeou de bem e de mal.
(P. 149)
124. Os fenômenos de
além-túmulo são
encontrados na base de
todas as grandes
doutrinas do passado,
seja na Índia, na Grécia
ou no Egito, onde esse
estudo era privilégio de
reduzido número de
iniciados. (P. 152)
125. Foi, contudo, num
mundo novo, menos
escravizado aos
preconceitos do passado
– a América do Norte –
que se produziram as
primeiras manifestações
do moderno
Espiritualismo, dali se
espalhando por todo o
globo. (P. 154)
126. Essa nova revelação
tomou um caráter
científico, e foi por
meio de fatos materiais
que atraiu a atenção dos
homens. Grosseiras no
princípio, à proporção
que se ganhava terreno,
as manifestações
transformaram-se. (P.
156)
127. De cinqüenta anos
para cá, em todos os
países o fenômeno
espírita tem sido objeto
de freqüentes
investigações,
empreendidas e dirigidas
por comissões
científicas. Céticos,
sábios, professores
célebres têm submetido
esses fatos a um exame
profundo e rigoroso.
()
(P. 157)