EDUARDO AUGUSTO
LOURENÇO
eduardoalourenco@hotmail.com
Americana, São
Paulo (Brasil)
A renovação do
nosso interior
O homem
aperfeiçoou a
tecnologia e a
comunicação. A
ciência procurou
desvendar as
engrenagens de
como funciona o
universo íntimo.
A medicina está
utilizando-se de
técnicas cada
vez mais
avançadas. O
entretenimento
chegando aos
lares pela
televisão,
computador e
Internet. Tudo
isto vindo para
facilitar a vida
humana, gerando
conforto, saúde
e diversão.
Todas estas
ferramentas e
conquistas fazem
parte do
processo
evolutivo da
humanidade, e do
desenvolvimento
intelectual do
ser humano.
Enquanto o lado
intelectual do
homem evolui,
contribuindo
para o progresso
material, ele
acabou
esquecendo-se de
si próprio, de
lapidar e
construir o
principal, que é
o seu mundo
íntimo, de
reformular os
sentimentos
inferiores, de
renovar os
pensamentos
negativistas,
egoístas e
mesquinhos,
deixando de lado
o seu
desenvolvimento
moral.
De maneira
geral, os homens
pensaram na
grandeza,
iludiram-se
pelas luzes
coloridas da
cidade grande,
ofuscando suas
vistas, se
esbaldaram na
construção de
palácios,
gastaram
fortunas em
obras
gigantescas, mas
se esqueceram de
olhar para o
lado e ver que
seus
semelhantes,
seres da mesma
espécie, passam
fome e passam
frio. Necessitam
de uma palavra
de carinho, de
um gesto que
lhes dê
esperança, e
querem se sentir
importantes e
reconhecidos
perante a
própria espécie
humana.
A humanidade
prova do próprio
remédio pela
indiferença,
pelo descaso,
pelo egoísmo de
enfrentar seus
tesouros na
escravidão do
consumismo
desenfreado.
As fugas no
alcoolismo, a
sexolatria
compulsiva, os
tranqüilizantes
maquiando as
dores da alma. A
insatisfação
gerada no íntimo
por não repartir
seu talento
pessoal com quem
precisa.
O ser deixou-se
abater pelo ter,
o amor sumiu com
a sombra do
egoísmo. A
humildade
apagou-se com a
grandeza do
orgulho e o
homem racional
insiste em
retornar ao
mundo animal.
A humanidade
adoece, tentando
buscar respostas
e soluções
rápidas, sem
entender o
processo pelo
qual está
passando.
É preciso
reconhecer que
temos um mundo
íntimo e que
precisamos
cuidar dele com
muito zelo.
Regando com
amor, adubando
com a prática da
caridade,
amadurecendo e
florescendo com
a reflexão
sincera.
Sócrates falava
do conhece-te a
ti mesmo, Jesus
dizia da
plantação e da
colheita, que
uma árvore má
não pode dar
frutos bons e
uma árvore boa
não pode dar
frutos maus.
Allan Kardec, o
codificador da
Doutrina
Espírita, nos
falou da
“Reforma
Íntima”.
A mudança é
necessária para
entendermos
melhor o
significado da
vida. O ser tem
duas asas que o
fazem voar, a
asa do
conhecimento
(razão –
pensamento) e a
asa do
sentimento
(moral –
caridade). É o
desenvolver
destas asas que
o levará rumo à
evolução.
A emoção e a
razão atuam no
palco da mente
em estreita
sintonia na
maior parte do
tempo. Ambas
trocam
informações para
nos mostrar qual
é o melhor
caminho.
A harmonia entre
as duas é sempre
constante, a
emoção
produzindo e
orientando as
operações da
mente racional,
e a razão
controlando os
impulsos
emocionais.
Razão e emoção
são
independentes,
mas estão
interligadas no
cérebro.
A mesma força
que temos em
fazer o mal,
temos para fazer
o bem. O poder
curador da prece
é alívio
balsâmico para
quem recebe e
para quem faz,
forma-se uma
corrente
fluídica de um
para com o
outro. Esse
fluido recebe o
impulso da
vontade, do amor
e da fé. É o
veículo do
pensamento, como
a luz é veículo
do fluido
cósmico.
A prece reajusta
o sistema
imunológico,
fortalecendo o
organismo,
revigora as
células
fadigadas,
restabelece os
órgãos doentes,
revitaliza a
esperança do
oprimido e
reanima a alma
aflita. A
felicidade e a
alegria ativam o
centro cerebral
que inibe os
sentimentos
negativos e
favorece o
aumento da
energia
existente.
Silencia aqueles
que geram
pensamentos
negativistas e
pessimistas,
proporciona
tranqüilidade,
faz o corpo
recuperar-se
mais depressa do
estímulo de
emoções
perturbadoras,
tendo mais
disposição e
entusiasmo para
enfrentar as
dificuldades da
vida e qualquer
tarefa imediata.
A neuropsicóloga
Dra. Lúcia
Willadino Braga,
médica da Rede
Sarah de
Brasília, que é
um dos centros
de reabilitação
mais importante
do país. No
trabalho de um
ano, a Dra.
Lúcia concluiu
que os pacientes
que eram
cuidados pelos
familiares
obtinham
resultados 50%
superiores aos
daqueles que
eram tratados
pelos
profissionais do
Hospital Sarah.
A comparação
indica que a
química do afeto
ativa funções
cerebrais.
A Dra. Lúcia
disse que “muitas
mães envolvidas
no projeto eram
analfabetas e
não tinham
conhecimento
algum. Ao longo
do processo de
reabilitação dos
filhos,
superaram
profissionais
tarimbados”.
O neurocirurgião
Raul Marino Jr.,
68 anos, um dos
maiores
especialistas em
neurocirurgia do
país, autor do
livro “A
Religião do
Cérebro”
(ed. Gente), diz
que “A
vivência da
espiritualidade
ajuda no bom
funcionamento do
organismo. As
pessoas que têm
fé se recuperam
melhor de
tratamentos de
doenças
crônicas”. E
diz que “práticas
como a prece, a
meditação e a
contemplação
modificam a
produção de
substâncias do
cérebro que têm
atuação em
locais como o
sistema límbico,
envolvido no
processamento
das emoções”.
O oncologista
Riad Yunes, do
Hospital do
Câncer de São
Paulo, diz que:
“Os pacientes
que têm
religiosidade
parecem suportar
mais as dores e
o tratamento.
Também lidam
melhor com a
idéia da morte”.
Afirma o Sr.
Thomas McCormick,
do departamento
de História e
Ética Médica da
Universidade de
Washington
(EUA), que “hoje,
há muitas
evidências
científicas de
que a fé e
métodos como a
oração e
meditação ajudam
os indivíduos”.
O médico Harol
Koenig, da
Universidade de
Duke (EUA),
afirma que “as
pessoas que
adotam práticas
religiosas ou
mantêm alguma
espiritualidade
apresentam 40%
menos chance de
sofrer de
hipertensão, têm
um sistema de
defesa mais
forte, são menos
hospitalizadas,
se recuperam
mais rápido e
tendem a sofrer
menos de
depressão quando
se encontram
debilitadas por
enfermidades”.
O psicólogo e
clínico João
Figueiró, do
Centro
Multidisciplinar
da Dor, do
Hospital das
Clínicas (HC/SP),
diz que “setores
do sistema
nervoso
relacionados à
percepção, à
imunidade e às
emoções são
alteráveis por
meio das crenças
e significados
atribuídos aos
fatos, entre
outros fatores.
Assim, um
indivíduo
religioso tem
condições de
atribuir
significados
elevados ao seu
sofrimento
físico e padecer
menos do que um
ateu ou
agnóstico”.
O ser que ama
estimula ação
parassimpática,
o oposto
fisiológico da
mobilização para
“lutar-ou-fugir”,
partilhada pelo
medo e a ira.
Um ato de amor,
falamos aqui do
amor
incondicional,
gera um conjunto
de reações em
todo o nosso
organismo, cria
um estado geral
de calma e
satisfação,
relaxamento,
ânimo,
facilitando e
cooperando com
as engrenagens
do universo
íntimo, como diz
o Dr. Antônio
Damásio: “O
amor não precisa
ser
necessariamente
físico. O
sistema de
prazer do
cérebro pode ser
ativado por
sensações não
sexuais, não
físicas. Podemos
sentir uma
profunda
serenidade com
um ato de fé, ou
nos satisfazer
plenamente
escutando uma
bela sinfonia ou
contemplando uma
escultura...
Todas as
alternativas são
válidas!”
“O verdadeiro
homem de bem é
aquele que
pratica a lei de
justiça, de amor
e de caridade na
sua maior
pureza.
Questiona sua
consciência
sobre os seus
próprios atos e
pergunta se não
violou essa lei,
se não fez o
mal, se fez todo
o bem que podia,
se ninguém tem
nada a se
lamentar dele,
enfim, se fez a
outrem tudo
aquilo que
gostaria que os
outros lhe
fizessem”. (O
Evangelho
segundo o
Espiritismo –
cap. 17, item
3.)