A expressão
metades eternas
constitui uma
simples figura
1. A
questão 298 d’ O
Livro dos Espíritos
nos diz que “não há
união particular e
fatal de duas
almas”. “A união que
há é a de todos os
Espíritos, mas em
graus diversos,
segundo a categoria
que ocupam, isto é,
segundo a perfeição
que tenham
adquirido.”
2. Na questão
seguinte da mesma
obra, lê-se que não
existem “metades
eternas”. Se um
Espírito fosse a
metade de outro,
separados estariam
ambos incompletos.
“A teoria das
metades eternas
encerra uma simples
figura,
representativa da
união de dois
Espíritos
simpáticos. Trata-se
de uma expressão
usada até na
linguagem vulgar e
que se não deve
tomar ao pé da
letra.”
3. Reportando-se ao
assunto, Emmanuel
nos diz, nas
questões 323 e
seguintes do livro
O Consolador,
que, no sagrado
mistério da vida,
cada coração possui
no Infinito a alma
gêmea da sua,
companheira divina
para a viagem à
gloriosa
imortalidade.
As almas gêmeas se
buscam, sempre que
separadas
4. Criadas umas para
as outras – afirma
Emmanuel –, as almas
gêmeas se buscam,
sempre que
separadas. A união
perene é para elas a
aspiração suprema e
indefinível.
Milhares de seres,
se transviados no
crime ou na
inconsciência,
experimentam a
separação das almas
que os sustentam,
como a provação mais
ríspida e dolorosa,
e, no drama das
existências mais
obscuras, vemos
sempre a atração
eterna das almas que
se amam intimamente.
Quando se encontram,
no acervo dos
trabalhos humanos,
sentem-se de posse
da felicidade real
para os seus
corações – a da
ventura de sua
união. E a única
amargura que lhes
empana a alegria é a
perspectiva de uma
nova separação pela
morte, perspectiva
essa que a luz da
Doutrina Espírita
veio dissipar.
5. Não sabemos
esclarecer a razão
da atração existente
entre dois
Espíritos, a ponto
de torná-los almas
gêmeas. Para nós, o
primeiro instante da
criação do ser está
mergulhado ainda num
suave mistério,
assim como a atração
profunda e
inexplicável que
arrasta uma alma
para outra, no
instituto dos
trabalhos, das
experiências e das
provas, no caminho
infinito do Tempo.
6. Nem sempre as
almas gêmeas se
encontram no mesmo
plano evolutivo. No
livro Diário dos
Invisíveis, de
Zilda Gama, o
Espírito de Victor
Hugo diz que almas
criadas na mesma
era, iniciando
“úteis peregrinações
em mundos
primitivos, e,
depois, separadas em
pontos diversos do
globo terrestre,
conservam, umas das
outras,
reminiscências
indeléveis”. Às
vezes, não se
encontram em algumas
de suas jornadas
terrenas – quando
uma delas comete
delitos graves e
retarda seu
cinzelamento
psíquico; outras há,
porém, que, logo nos
primórdios de uma
existência, se
reúnem e se
reconhecem,
fitando-se
longamente,
agrilhoadas, às
vezes, pelo afeto de
íntimo parentesco,
nascidas sob o mesmo
teto.
Almas gêmeas nada
têm a ver com
metades eternas
7. Acrescenta Victor
Hugo (Espírito):
“Quando compreendem
que se revêem enfim,
que os seus
Espíritos foram
germinados no mesmo
instante,
perlustraram o mesmo
carreiro,
tornaram-se gêmeos
pelos laços
perpétuos da
afinidade – um
júbilo intenso
irradia-se nos seus
íntimos qual uma
alvorada espancando
bruscamente as
trevas de uma noite
que parecia
intérmina... Sim, as
trevas em que jaziam
antes de se reverem,
pois as almas
isoladas,
incompreendidas,
enquanto lhes falta
a consócia que as
deixou mutiladas, o
lúcido fragmento que
as integra por um
consórcio celeste –
o Amor, o vínculo
estelífero que as
torna inseparáveis
por toda consumação
dos séculos – ficam
imersas em penumbra,
asfixiadas em
desalento, envoltas
em brumas
polares...”
8. No livro
Renúncia, obra
psicografada por
Chico Xavier,
Emmanuel conta-nos a
história da luminosa
entidade espiritual
Alcíone, que se
afasta,
temporariamente, da
elevada esfera onde
residia para
auxiliar sua alma
gêmea Pólux. A
história de Alcíone
e Pólux é expressivo
exemplo de Espíritos
evolutivamente muito
distanciados um do
outro, mas que, por
serem almas gêmeas,
mantêm-se
intimamente
ligados.
9. É importante,
porém, que fique
claro o conceito de
almas gêmeas. Como
esclarece Emmanuel
em Nota colocada na
parte final de O
Consolador, com
a expressão “almas
gêmeas” ele não quis
dizer “metades
eternas”. Em
verdade, assevera o
notável Instrutor
espiritual, a tese é
mais complexa do que
parece ao primeiro
exame e sugere mais
vasta meditação às
tendências do
século, no capítulo
do “divorcismo” e do
“pansexualismo”, mas
ninguém pode
estribar-se no
enunciado para
desistir de
veneráveis
compromissos
assumidos na escola
redentora do mundo,
sob pena de aumentar
os próprios débitos.
Respostas às
questões propostas
1. A
teoria das “metades
eternas” é
verdadeira?
R.: Segundo o ensino
espírita, não
existem “metades
eternas”. Se um
Espírito fosse a
metade de outro,
separados estariam
ambos incompletos. A
teoria das metades
eternas encerra uma
simples figura,
representativa da
união de dois
Espíritos
simpáticos.
2. Que se deve
entender por “almas
gêmeas”? R.:
Almas gêmeas são,
segundo Emmanuel,
almas que se buscam,
sempre que
separadas, e para as
quais a união perene
é a aspiração
suprema.
3. Por que as almas
gêmeas nem sempre
permanecem juntas na
realização de suas
tarefas?
R.: No livro
Diário dos
Invisíveis, de
Zilda Gama, o
Espírito de Victor
Hugo diz que isso se
dá quando uma delas
comete delitos
graves e retarda seu
cinzelamento
psíquico, mas pode
ocorrer também que o
fato esteja ligado à
necessidade que têm
os Espíritos de
passar por
inumeráveis provas
em seu processo
evolutivo. A
separação seria uma
dessas provas.
4. As almas gêmeas
têm sempre o mesmo
grau evolutivo?
R.: Não, nem sempre
elas se encontram
num mesmo nível
evolutivo.
5. O conceito de
“almas gêmeas”
significa o mesmo
que “metades
eternas”?
R.: Não. Como
esclarece Emmanuel
em Nota colocada na
parte final de O
Consolador, com
a expressão “almas
gêmeas” ele não quis
dizer “metades
eternas”. Em
verdade, assevera o
notável Instrutor
espiritual, a tese é
mais complexa do que
parece ao primeiro
exame e sugere mais
vasta meditação às
tendências do
século, no capítulo
do “divorcismo” e do
“pansexualismo”, mas
ninguém pode
estribar-se no
enunciado para
desistir de
veneráveis
compromissos
assumidos na escola
redentora do mundo,
sob pena de aumentar
os próprios débitos.
Bibliografia:
O
Livro dos Espíritos,
de
Allan Kardec, itens
298, 299 e 303.
O
Consolador,
de
Emmanuel,
psicografado por
Chico Xavier,
questões 323 e 325,
e Nota na pág. 233.
Renúncia,
de Emmanuel,
psicografado por
Chico Xavier, 4.a
edição, págs. 15 e
25.
Diário dos
Invisíveis,
por diversos
Espíritos,
psicografado por
Zilda Gama, 2.a
edição, págs. 129 e
130.