A Revue Spirite
de 1861
Allan Kardec
(7a
Parte)
Damos continuidade ao
estudo da Revue
Spirite
correspondente ao ano de
1861. O texto condensado
do volume citado será
aqui apresentado em 14
partes, com base na
tradução de Júlio Abreu
Filho publicada pela
EDICEL.
Questões preliminares
A. As aparições de
Espíritos são reais?
Sim. Os fatos provam que
existem verdadeiras
aparições, explicadas
perfeitamente pela
ciência espírita e só
negadas pelos que nada
admitem além do mundo
visível. O fenômeno da
aparição pode dar-se de
duas maneiras: ou é o
Espírito que vai
encontrar a pessoa que o
vê; ou é o Espírito
desta que se transporta
e vai encontrar a outra.
O mais interessante
desses casos é o que se
deu com o médico Dr.
Félix Mallo, que tratara
de uma jovem senhora, a
quem recomendara passar
algum tempo no interior
do país. Seis meses
depois, alguém bateu à
porta de seu
consultório. Era a sua
cliente que vinha para
dizer: “Senhor Mallo,
venho dizer-vos que
morri”. (Revue
Spirite de 1861, pp. 207
e 211.)
B. Que crítica Kardec
fazia aos espíritas da
América?
Inquiridos por Kardec
com respeito à
facilidade dos médiuns
americanos em obter
fenômenos
extraordinários que não
ocorriam na Europa, os
Espíritos explicaram: “A
cada um o seu papel. O
vosso não é o mesmo; e
Deus não vos deu a menor
parte na obra da
regeneração”. O
Codificador criticava,
contudo, o instinto
mercantil que tomara
conta da prática da
mediunidade na América
do Norte e, para o
provar, transcreveu
inúmeros anúncios
publicados em jornais
americanos, nos quais se
verifica que o tráfico
do Espiritualismo
estendeu-se ali até aos
objetos comuns -- como
os “fósforos
espirituais”, sem
fricção e sem cheiro,
divulgados no
Spiritual Telegraph,
de Nova York. (Obra
citada, pp. 224 a 226.)
C. Que prejuízos para o
Espiritismo advêm dos
falsos médiuns?
Sobre esse assunto,
Kardec disse que o pior
são as armas que eles
fornecem aos incrédulos
e o descrédito que
lançam no espírito dos
indecisos. E lamentou
também a ação dos
chamados médiuns
mercenários. (Obra
citada, p. 227.)
Texto para leitura
111. Falando da
separação da alma após a
morte, Ferdinand diz
que, quando se é
ignorante, e sobretudo
quando muito culpado,
um véu espesso oculta do
Espírito as belezas da
morada onde vivem os
bons Espíritos, e ele se
encontra só ou na
companhia de Espíritos
malvados e inferiores,
num círculo que não lhe
permite ver onde está.
(P. 205)
112. Kardec afirma que
os fatos provam que
existem verdadeiras
aparições, explicadas
perfeitamente pela
ciência espírita e só
negadas pelos que nada
admitem além do mundo
visível. (P. 207)
113. Há casos, porém, em
que as imagens podem ser
um efeito das impressões
deixadas pela vista de
certos objetos no
cérebro, que lhes
conserva os traços, como
conserva os sons. A
alma, desprendida do
corpo, vê no próprio
cérebro essas
impressões, que nele
ficaram como uma chapa
fotográfica. Eis a causa
provável das
alucinações. (P. 208)
114. A
idéia fixa -- afirma
Kardec -- é a lembrança
exclusiva de uma
impressão. A alucinação
é a visão retrospectiva,
pela alma, de uma imagem
impressa no cérebro. (P.
209)
115. Nas aparições há,
como em todo fenômeno
espírita, o caráter
inteligente, que é a
melhor prova de sua
realidade. Toda aparição
que não dá qualquer
sinal inteligente pode
ser posta no rol das
ilusões. (P. 210)
116. É sobretudo na
Medicina que o elemento
espiritual representa um
papel importante. Quando
os médicos o levarem em
consideração,
enganar-se-ão menos do
que agora. (P. 211)
117. O fenômeno da
aparição pode dar-se de
duas maneiras: ou é o
Espírito que vai
encontrar a pessoa que o
vê; ou é o Espírito
desta que se transporta
e vai encontrar a outra.
Kardec cita a respeito
três casos. (P. 211)
118. O mais interessante
deles é o caso ocorrido
com o médico Dr. Félix
Mallo, que tratara de
uma jovem senhora, a
quem recomendara passar
algum tempo no interior
do país. Seis meses
passados, alguém bate à
porta de seu
consultório. Era a sua
cliente que vinha para
dizer: “Senhor Mallo,
venho dizer-vos que
morri”. (P. 211)
119. O fato de aparição
mais notável é, porém, o
ocorrido com o Sr.
Robert Bruce, noticiado
pelo Oxford Chronicle
de 1o/6/1861
e referido pelo Sr.
Robert Dale Owen, que
atestou a sua veracidade
antes de narrá-lo em
livro. (P. 214)
120. A
Revue transcreve
mensagem de Jules P...,
que prova que os laços
terrenos, quando
sinceros, não se rompem
na morte. (P. 215)
121. Kardec publica
carta recebida do
presidente da Sociedade
Espírita do México, em
que este faz curta
exposição do histórico
do Espiritismo naquele
país. (PP. 218 e 219)
122. No mesmo dia,
chegou a Paris carta do
Sr. Repos, advogado em
Constantinopla,
informando que ali já se
podia contar com um
grande número de médiuns
escreventes.
Soerguimento de mesas,
batidas, transporte de
objetos, desenhos,
composições musicais --
eis os fenômenos até
então registrados pelos
espíritas da referida
metrópole. (P. 220)
123. A
Revue transcreve notícia
publicada no Herald
of Progress, de Nova
York, jornal dirigido
por Andrew Jackson
Davis, considerado um
dos pioneiros do
Espiritismo. (P. 221)
124. Comentando os
desenhos mediúnicos
descritos no citado
jornal, Kardec diz que
os médiuns americanos
têm uma especialidade
para a produção de
fenômenos
extraordinários, de que
estão longe os médiuns
europeus. (P. 224)
125. Inquiridos por
Kardec, os Espíritos
explicaram: “A cada um o
seu papel. O vosso não é
o mesmo; e Deus não vos
deu a menor parte na
obra da regeneração”.
(P. 224)
126. Informando que do
outro lado do Atlântico
se dizia que os europeus
estavam muito atrasados
em Espiritismo, Kardec
dá o troco, criticando o
instinto mercantil que
tomou conta da prática
da mediunidade na
América do Norte. Para
provar, transcreve
inúmeros anúncios
publicados em jornais
americanos. (PP. 224 e
225)
127. O tráfico do
Espiritualismo
estendeu-se até aos
objetos comuns -- como
os “fósforos
espirituais”, sem
fricção e sem cheiro,
divulgados no
Spiritual Telegraph,
de Nova York. (P. 226)
128. Em 1859, segundo o
Spiritual Register,
havia 1.284.000
espiritualistas nos
Estados Unidos. O número
total no mundo, segundo
o jornal, era avaliado
em 1.900.000. Havia na
mesma época, consagrados
à causa, 1.000 oradores
espiritualistas, 40.000
médiuns públicos e
privados, 500 livros, 6
jornais semanais, 4
mensais e 3 quinzenais.
(P. 226)
129. Reportando-se aos
falsos médiuns, Kardec
diz que o pior são as
armas que eles fornecem
aos incrédulos e o
descrédito que lançam no
espírito dos indecisos.
Kardec lamenta ainda a
ação dos chamados
médiuns mercenários. (P.
227)
(Continua no próximo
número.)