ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, Minas Gerais (Brasil)
Em torno das
questões de fé
"O que duvida
é semelhante à
onda do mar que
é levada pelo
vento e lançada
de uma para
outra parte."
(Tiago, 1:6)
Escrevendo aos
Hebreus (10:35),
Paulo
aconselhava a "não
sujeitarmos a
nossa confiança,
que tem grande e
avultado
galardão".
Se já optamos
por Jesus como
nosso "Modelo
e Guia",
fazem-se
necessárias
imensas mudanças
de atitudes.
Ele jamais Se
deixou levar
pelas aparências
e Sua fé na
conquista da
meta foi sempre
o farol que O
norteou, porque
estava
confiantemente
submetido aos
Desígnios
Divinos. Não
podemos, pois,
rejeitar a Fé,
porque a senda
terrestre jaz
eivada de sarças
e espinheiros
que nos ferem,
insultando nossa
sensibilidade
com os quadros
pavorosos e
afligentes que
decorrem da
obtusidade
humana.
O discípulo do
Cristo não pode
deixar-se
vencer,
descoroçoando
ante os
obstáculos e
impedimentos.
Por onde for, há
que conduzir a
Alma na
qualidade de
fonte
inesgotável de
compreensão e
serviço! Há que
lutar
incansavelmente,
trabalhando e
realizando,
guardando a
certeza de que a
indefectível
Justiça Divina a
ninguém
desampara,
permitindo, no
futuro, a
colheita dos
frutos sazonados
da cuidadosa
sementeira de
hoje.
Tomé não se
encontrava
presente quando
o Divino Amigo
veio ter com os
Seus discípulos
e, descrente,
exigiu provas.
Ora, o discípulo
decidido, jamais
duvida e está
sempre presente
nas leiras dos
deveres pelos
quais se
responsabiliza.
Até meados do
século passado,
quando as
abençoadas
claridades da
Doutrina
Espírita não
haviam desvelado
os horizontes
espirituais para
o homem
encarnado, a fé
era como um
filete tênue de
água correndo
medrosa e
debilmente entre
vales escuros e
profundos,
apertado por um
lado pelo
paredão da
incredulidade e
da negação e,
pelo outro lado,
contido pela
monolítica e
inarredável
parede
dogmática.
Com o advento do
Espiritismo
postulando que
"verdadeira
só o é a Fé que
olha de frente a
razão em todas
as épocas da
Humanidade",
unindo
sentimento e
razão, podemos
hoje
beneficiar-nos
das alcandoradas
visões da Fé
Raciocinada.
Assim, não é
difícil entender
– com Emmanuel
(1) – que “ter
fé é guardar no
coração a
luminosa certeza
em Deus, certeza
que ultrapassou
o âmbito da
crença
religiosa,
fazendo o
coração repousar
numa energia
constante de
realização
divina da
personalidade.
“Conseguir a fé
é alcançar a
possibilidade de
não mais dizer:
‘eu creio’,
mas afirmar: ‘eu
sei’, com
todos os valores
da razão tocados
pela luz do
sentimento.
“Essa fé não
pode estagnar em
nenhuma
circunstância da
vida e sabe
trabalhar
sempre,
intensificando a
amplitude de sua
iluminação, pela
dor ou pela
responsabilidade,
pelo esforço e
pelo dever
cumprido.
“Traduzindo a
certeza na
assistência de
Deus, ela
exprime a
confiança que
sabe enfrentar
todas as lutas e
problemas, com a
luz divina no
coração, e
significa a
humildade
redentora que
edifica no
íntimo do
Espírito a
disposição
sincera do
discípulo,
relativamente ao
faça-se no
escravo a
vontade do
Senhor".
Fonte:
(1)
XAVIER, F.
Cândido. O
Consolador.
23 ed. Rio de
Janeiro: FEB,
2001, questão
nº. 354.