Aborto delituoso
Comovemo-nos,
habitualmente,
diante das
grandes
tragédias que
agitam a
opinião.
Homicídios que
convulsionam a
imprensa e
mobilizam
largas equipes
policiais...
Furtos
espetaculares
que inspiram
vastas medidas
de vigilância...
Assassínios,
conflitos,
ludíbrios e
assaltos de todo
jaez criam a
guerra de
nervos, em toda
parte; e, para
coibir
semelhantes
fecundações de
ignorância e
deliqüência,
erguem-se
cárceres e
fundem-se
algemas,
organiza-se o
trabalho forçado
e em algumas
nações a própria
lapidação de
infelizes é
praticada na
rua, sem
qualquer laivo
de compaixão.
Todavia, um
crime existe
mais doloroso,
pela volúpia de
crueldade com
que é praticado,
no silêncio do
santuário
doméstico ou no
regaço da
Natureza...
Crime
estarrecedor,
porque a vitima
não tem voz para
suplicar piedade
e nem braços
robustos com que
se confie aos
movimentos da
reação.
Referimo-nos ao
aborto
delituoso, em
que pais
inconscientes
determinam a
morte dos
próprios filhos,
asfixiando-lhes
a existência,
antes que possam
sorrir para a
bênção da luz.
*
Homens da Terra,
e sobretudo vós,
corações
maternos
chamados à
exaltação do
amor e da vida,
abstende-vos de
semelhante ação
que vos
desequilibra a
alma e
entenebrece o
caminho!
Fugi do satânico
propósito de
sufocar os
rebentos do
próprio seio,
porque os anjos
tenros que
rechaçais são
mensageiros da
Providência,
assomantes no
lar em vosso
próprio socorro,
e, se não há
legislação
humana que vos
assinale a
torpitude do
infanticídio,
nos recintos
familiares ou na
sombra da noite,
os olhos divinos
de Nosso Pai vos
contemplam do
Céu,
chamando-vos, em
silêncio, às
provas do
reajuste, a fim
de que se vos
expurgue da
consciência a
falta
indesculpável
que
perpetrastes.
Do livro
Religião dos
Espíritos,
cap. 2, obra
psicografada
pelo médium
Francisco
Cândido Xavier.
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