GILBERTO SIMIONI
gilbertosimioni@yahoo.com.br
Bragança
Paulista, São
Paulo (Brasil)
A Nova
Revelação
Poucas pessoas
sabem, em
especial nas
lides espíritas,
que Sir Arthur
Conan Doyle,
médico inglês,
novelista,
criador de
Sherlock Holmes
e Watson, seu
criado, era
médium,
espírita, mas
não exatamente
kardecista, pois
naquela época a
comunicação
entre os povos
era difícil. Mas
tudo indica que
ele havia lido e
estudado todos
os cinco livros
do mestre
lionês, haja
vista que falam
a mesma língua,
os mesmos
termos.
O título de
“Sir” foi-lhe
dado pelo
governo
britânico em
reconhecimento
aos serviços
prestados
durante a Guerra
dos Boers, na
África, e seus
estudos
científicos.
Mais tarde
recebeu o título
de Doutor em
Leis.
Nasceu em 22 de
maio de 1859, em
Edimburgo,
Escócia, e
desencarnou em 7
de julho de 1930
(71 anos), em
sua residência
de Windleshan,
Sussex.
Estudou na
Alemanha,
diplomou-se em
Medicina, em
1881, em sua
terra, e se
doutorou em
1885. Clinicou
por algum tempo,
viajando depois
pelas regiões
árticas e costa
ocidental da
África, sempre
pesquisando,
cientificamente,
os fenômenos
espíritas.
Quando ainda
incrédulo,
freqüentava
sessões
espíritas para
conhecer,
analisar,
estudar melhor
os fenômenos que
ele e outros
cientistas não
conseguiam
explicar,
entender. Lia
todos os livros
espiritualistas
e científicos de
seus colegas
britânicos e
americanos, que
estudavam os
fenômenos. Por
linhas
paralelas,
chegou às mesmas
conclusões que
Kardec.
Quando conseguiu
provar,
cientificamente,
os fenômenos,
falando a mesma
língua de
conhecimento de
Kardec, não se
preocupava com
os demais
incrédulos e nem
em provar que os
Espíritos e os
fenômenos
existiam. Apenas
pedia aos
interlocutores
que provassem
que não
existiam. Não
iria perder
tempo provando o
que o outro não
queria ou tinha
dificuldade em
acreditar.
Tinha prazer em
freqüentar
sessões
psicofônicas e
psicográficas,
chegando a
viajar para
pesquisar a
autenticidade
das
comunicações.
Usando o mesmo
método de
Kardec, escrevia
cartas a várias
cidades,
Estados, países,
para que
mandassem
respostas às
suas dúvidas,
perguntadas aos
Espíritos e
médiuns da
época. Usava
métodos
científicos até
em suas obras
literárias, em
especial as de
seu personagem
Sherlock Holmes.
Muitas foram
levadas ao
teatro e cinema,
e outras tantas
a novelas de
rádio na América
do Norte.
Escreveu em
março de 1918 o
livro A Nova
Revelação,
que foi
traduzido por
Guillon Ribeiro,
da sexta edição
inglesa, e
publicado pela
FEB. Usando seus
conhecimentos
científicos e
filosóficos,
dividiu o livro
em:
-
Pesquisas
-
Revelação
-
Vida
Futura
-
Problemas
e limitações
-
Documentos
suplementares
-
A
Outra Vida
-
Escrita
Automática
(psicografia)
-
O abrigo de
Cheriton,
onde estuda
ações de
Espíritos
poltergeisters
que
usavam a
mediunidade
de efeitos
físicos do
dono da
propriedade,
amparado por
uma plêiade
de
cientistas
da
Physical
Society,
que estudava
os fenômenos
à luz da
Ciência.
Dedicou a última
parte de sua
vida à difusão
do Espiritismo,
do qual se
tornou adepto de
profunda
convicção e um
de seus
expoentes mais
entusiastas.
O mundo que o
admirava por seu
talento
literário
recebia-o agora
como pregoeiro
da Nova
Revelação,
semeador
incansável e
destemido das
verdades da
sobrevivência da
alma e sua
comunicação com
os chamados
“vivos”.
Até o fim de
seus dias foi
presidente da
London
Spiritualist
Alliance Ltd.,
colaborador
do jornal
Light (Luz)
e de outros
periódicos
espíritas.
Afirmou certa
vez: “Empenho
minha honra em
como o
Espiritismo é
uma verdade e
sei que o
Espiritismo é
infinitamente
mais importante
que a
literatura, as
artes, a
política; mais
importante, com
efeito, do que
tudo no Mundo”.
A Livraria
Psíquica, em
Londres, de sua
propriedade,
foi, durante
muitos anos, o
ponto de reunião
dos mais famosos
espiritistas da
Inglaterra.
Além de A
Nova Revelação
(1918),
publicou A
Mensagem Vital
e
História do
Espiritualismo –
2 volumes,
ambas em 1926, e
uma novela
espiritualista
em 1929, O
país da bruma.
Em 1922, publica
The wandering
of a
Spiritualist
(Vagueações de
um
espiritualista),
onde declara
irrefutavelmente
provada a
comunicação com
os “mortos”.
Mas, na
realidade,
afirmou-se um
apóstolo das
modernas idéias
espiritualistas
através de
inúmeras
conferências e
preleções orais,
sempre
acompanhado de
sua bem-amada
esposa, que o
amparava em seu
árduo labor de
propagandista,
correndo quase
todos os países
da Europa,
viajando pelos
Estados Unidos.
Apoiado na
autenticidade
dos fatos
espíritas,
iluminou e
consolou, com
seu verbo
persuasivo e
cheio de lógica,
milhares de
ouvintes de
todas as
categorias
sociais,
revelando-se
pregador
excepcional da
palavra Divina.
Por tudo isto
foi chamado o
“São Paulo do
Espiritismo”.
Em 1928, durante
o Congresso
Espirita
Internacional,
realizado em
Londres, sob sua
presidência,
reafirmou que a
Doutrina dos
Espíritos tem
seu máximo valor
no aspecto
religioso ou
moral, dizendo:
“...
considero muito
importante pôr
em evidência,
cada vez mais, o
lado religioso
do Espiritismo”.
Os ingleses,
americanos e
alguns outros
povos levavam o
Espiritismo (ou
Espiritualismo)
para o lado
religioso e não
para o aspecto
científico –
doutrinário –
filosófico que
Kardec levava.
Haja vista que
naquele tempo os
médiuns eram
remunerados por
produção, daí
tantas fraudes.
E até hoje, no
Reino Unido,
existem médiuns
que cobram para
dar passes,
consultas.
Conta-se que uma
vez, para provar
aos colegas de
Academia o que
dizia, colocou a
mão sobre uma
cadeira e pediu
que anotassem e
fizessem um tipo
de auditoria.
Disse o nome e
endereço da loja
que vendeu a
cadeira, da
fábrica, da
serraria, da
mata em que foi
cortado, nome da
fazenda e do
dono.
Cientificamente
foram atrás das
informações, e
constatou-se
serem
verdadeiras.
Sir Oliver
Lodge, gigante
do Espiritismo,
sábio, físico,
disse em
despedida: “Nosso
valoroso
batalhador cedo
estará
continuando sua
campanha do
outro lado, com
mais sabedoria e
conhecimento”.
O reverendo C.
Drayton Thomas,
assim se
expressou nos
funerais: “Ele
não está morto.
Deus o abençoe
pela bela vida
que viveu, cheia
de
desprendimento:
patrocinando
sempre com
coragem a causa
dos que sofriam
injustiças, bem
como levando
socorro, sempre
rápido, aos
necessitados.
Não tinha um só
pensamento
egoísta. Nunca
homem algum
seguiu mais
dignamente as
pegadas do
Mestre”.