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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 76 - 5 de Outubro de 2008

WALDENIR APARECIDO CUIN
wacuin@ig.com.br
Votuporanga, São Paulo (Brasil)  


Fraternidade 

Sê o anjo da fraternidade para os que te seguem dominados de aflição, ignorância e padecimento”. (Emmanuel, “Fonte Viva”, item 73, psicografia de Francisco C. Xavier.)

 
A criatura, na Terra, sempre estará numa posição intermediária, entre aqueles que conseguiram maior equilíbrio e os que ainda trilham pelos caminhos de sofrimentos mais intensos.

Para aqueles que padecem mais que nós, podemos nos transformar em anjos da fraternidade, bastando para isso procurar identificar em nosso íntimo o que já temos de bom para oferecer-lhes. E sempre existirá, em nossos corações, algo que podemos ceder aos mais necessitados.

A caridade, em sua extensão, nos permite socorrer os irmãos do caminho das formas mais criativas e diferentes, precisamos apenas usar da boa vontade e do forte desejo de servir.

A mãe desesperada diante da fome dos filhos necessitará de um pouco de alimento para conseguir serenidade e motivação para continuar lutando por dias melhores.

O pai desempregado precisará de alguém que o ajude a obter uma ocupação, onde poderá conseguir o sustento da sua família com dignidade, mantendo assim a esperança de uma vida mais equilibrada.

O jovem que se comprometeu, pelas estradas ilusórias dos tóxicos, espera que mãos amigas lhe direcionem o destino, visando conseguir novas oportunidades de soerguimento e direção.

A criança sem lar ou aquela que vive na indiferença aguarda a presença de corações amigos que possam lhe apontar rumos e diretrizes.

O homem que cometeu crimes e desatinos no meio social, depois da reeducação feita pela justiça, tem extrema necessidade de reintegração no contexto da sociedade.

O familiar de trato difícil, embora os transtornos que causa, não passa de um doente à espera de um melhor amadurecimento interior.

O patrão déspota ou o empregado desatento são criaturas que ainda não entenderam o valor da humildade e da responsabilidade, que devem morar em nosso âmago.

O analfabeto ou aquele que não teve a oportunidade de maiores esclarecimentos acadêmicos aguarda pelas instruções que poderão abrir-lhe a visão e o entendimento.

Portanto, observando atentamente o quadro social em que vivemos, não será nada difícil identificar o quanto podemos fazer para que o mundo, aos poucos, se transforme na direção do equilíbrio e serenidade que todos queremos.

Conforme ensina a sabedoria do Espírito Emmanuel, na frase anotada acima, podemos nos transformar no anjo da fraternidade para os que seguem dominados de aflição, ignorância e padecimento.

Não esperemos muito para nos lançarmos a cooperar pela implantação de uma sociedade mais justa e humana. A tarefa é de todos. É um engano acreditar que tal empreitada seja atribuição exclusiva da administração pública.

Se não pudermos muito, façamos o pouco possível, mas não deixemos de ser o anjo da fraternidade, para os que sofrem mais do que nós.

Pensemos nisso.  
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita