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Estudando as obras de Kardec
Ano 2 - N° 78 - 19 de Outubro de 2008

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)

A Revue Spirite de 1861

Allan Kardec 

(Parte 13)

Damos continuidade ao estudo da Revue Spirite correspondente ao ano de 1861. O texto condensado do volume citado será aqui apresentado em 14 partes, com base na tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

Questões preliminares

A. Como, segundo Kardec, podemos reconhecer o verdadeiro espírita?

O verdadeiro espírita, disse o Codificador, é reconhecido por suas qualidades, e a primeira é a abnegação da personalidade. É, pois, por seus atos que o reconhecemos, mais que pelas palavras. O verdadeiro espírita não é movido pela ambição, nem pelo amor-próprio. (Revue Spirite de 1861, p. 363.)

B. Que compromissos contraem os que assumem a condição de espírita?

Na visão do Sr. Desqueyroux, de Bordeaux, com a doutrina contraímos compromissos que consistem, na verdade, em quatro deveres: dever de submissão, que nos faça ouvir com docilidade; dever de afeição, que nos faça amar com ternura; dever de zelo, para defender seus interesses com ardor; dever de prática, que nos faça honrá-la por nossas obras. (Obra citada, p. 371.)

C. O Espiritismo prega o proselitismo?

Não. Cabe aos espíritas falar abertamente do Espiritismo, sem afetação e, sobretudo, sem buscar forçar convicções nem fazer prosélitos a todo custo. Escreveu Kardec: “O Espiritismo não deve ser imposto: vem-se a ele porque dele se necessita”. (Obra citada, pp. 388 e 389.) 

Texto para leitura

225. “Coisa séria -- afirma Kardec -- é confiar a alguém a suprema direção da doutrina”, visto que um indivíduo pode, com idéias errôneas, arrastar a sociedade por uma rampa perigosa e até à sua ruína. (P. 362)

226. O verdadeiro espírita é reconhecido por suas qualidades, e a primeira é a abnegação da personalidade. É, pois, por seus atos que o reconhecemos, mais que pelas palavras. O verdadeiro espírita não é movido pela ambição, nem pelo amor-próprio. (P. 363)

227. A Revue  publica a carta que Erasto dirigiu aos espíritas de Bordéus. (PP. 364 a 368)

228. Incentivando-os a manter a concórdia, de que até então deram provas brilhantes, Erasto lembrou aos espíritas bordeleses: “Encarando como subversiva toda doutrina contrária à moral do Evangelho e aos princípios gerais do Decálogo, que se resumem nesta lei concisa: Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a vós mesmos, ficareis invariavelmente unidos”. (P. 365)

229. No banquete oferecido ao Codificador pelos espíritas bordeleses, falaram o Sr. Lacoste, o Sr. Sabò, o Sr. Desqueyroux e, por fim, Allan Kardec, e seus discursos foram transcritos pela Revue. (PP. 368 a 374)                            

230. Representando o Grupo de operários espíritas, o Sr. Desqueyroux, mecânico de profissão, afirmou: “Para nós é inefável felicidade havermos nascido numa época em que podemos ser esclarecidos pelo Espiritismo”. (P. 371)

231. “Mas -- reconhece Desqueyroux -- não é bastante conhecer e desfrutar essa felicidade. Com a doutrina, contraímos compromissos, que consistem em quatro deveres diferentes: dever de submissão, que nos faça ouvir com docilidade; dever de afeição, que nos faça amar com ternura; dever de zelo, para defender seus interesses com ardor; dever de prática, que nos faça honrá-la por nossas obras.”(P. 371)

232. Na seqüência, o Sr. Desqueyroux  lembrou que “há momentos na vida em que a razão talvez pudesse sustentar-nos, mas há outros em que se tem necessidade de toda a fé que o Espiritismo dá, para não sucumbirmos”. (P. 371)

233. Em sua alocução, Kardec disse ser providencial o fato de se inaugurar uma sociedade espírita que se inicia pela reunião espontânea de cerca de 300 pessoas, atraídas não por vã curiosidade, como a de Bordéus. (P. 372)

234. Atribuindo esse interesse à campanha contrária ao Espiritismo feita por um jornalista do Courrier de la Gironde, Kardec finalizou seu discurso agradecendo ao autor do artigo por sua involuntária colaboração. (P. 374)

235. A Revue  publica duas fábulas em versos, escritas pelo Sr. Dombre, de Marmande, o qual também foi ao encontro espírita realizado em Bordéus. Na segunda, intitulada “O Ouriço, o Coelho e a Pega”, seu autor destaca a importância da caridade, quando o coelho ajuda o ouriço, apesar de desestimulado pela pega: “O coelho respondeu: - Nenhuma inquietação/ Nos deverá afastar de impulsos benfeitores;/ Vale bem mais expor-se à ingratidão/ Do que faltar aos sofredores!” (N.R.: Ouriço é um roedor. Pega é uma ave da família dos corvídeos, de cor preta.) (PP. 374 a 378)

236. Noticiando a publicação da 2a. edição de “O Livro dos Médiuns”, Revue  e ampliada por Kardec, este diz que, seguindo-a pontualmente, evitar-se-ão os escolhos tão numerosos que costumam chocar os neófitos inexperientes. (P. 379)

237. Comentando o lançamento  da 1a. publicação feita pela Sociedade Espírita de Metz, Kardec a elogia e adverte que as publicações intempestivas podem ser mais nocivas do que úteis à propagação do Espiritismo. (PP. 379 e 380)

238. Falando do Espiritismo na América, em que se destaca o trabalho do juiz Edmonds, de Nova York, Kardec transcreve parte de um texto escrito pelo Dr. Edmonds em 1854, três anos antes do advento d’ O Livro dos Espíritos: “De nossa conduta depende nosso destino futuro e não de nossa adesão a esta ou àquela seita religiosa, mas de nossa submissão a este grande preceito: Amar a Deus e ao Próximo... Não devemos adiar a nossa conversão. Nós próprios devemos trabalhar pela nossa salvação, não mais tarde, mas agora; não amanhã, mas hoje”. (P. 384)

239. Os espíritas, diz Kardec, têm uma bela e importante missão a cumprir:  espalhar a luz em seu redor. (P. 388)

240. Cabe-lhes falar abertamente do Espiritismo, sem afetação e, sobretudo, sem buscar nem forçar convicções, nem fazer prosélitos a todo custo. “O Espiritismo não deve ser imposto: vem-se a ele porque dele se necessita.” (P. 389)

241. Partidário decidido da idéia de se criarem vários grupos, em lugar de um só, numeroso, nas cidades maiores, Kardec diz que, quando o primeiro grupo se tornar muito numeroso, que faça como as abelhas: funde outros. (P. 391)

242. Os novos grupos serão outros tantos centros de ação, irradiando em seu respectivo círculo, e mais poderosos para a propaganda do que uma sociedade única. (P. 391)

243. A uniformidade na doutrina, quer a sociedade seja una, ou fracionada, será a conseqüência natural da unidade de base que os grupos adotarem. Ela será completa em todos os que seguirem a linha traçada pelo Livro dos Espíritos e pelo Livro dos Médiuns. (N.R.: Não existiam então os demais livros que compõem o Pentateuco Kardequiano.) (P. 391) (Continua no próximo número.)


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita