WALDENIR
APARECIDO CUIN
wacuin@ig.com.br
Votuporanga, São
Paulo (Brasil)
Reparar as
nossas faltas
“– Podemos
nós, já nesta
vida, resgatar
as nossas
faltas?
– Sim,
reparando-as.
Mas não julgueis
repará-las por
algumas
privações pueris
ou por meio de
doações de após
morte, quando de
nada mais
necessitais."
Questão nº
1.000, de O
Livro dos
Espíritos –
Allan Kardec
O verdadeiro
homem de bem é
aquele que
empreende
esforços no
sentido de
superar sua
natureza
inferior,
visando sair da
ignorância para
a angelitude,
sabendo que tal
caminhada lhe
custará enormes
sacrifícios e
renúncias.
E, naturalmente,
se luta para
domar suas más
tendências, é
óbvio que ainda
não logrou a
ascensão que
deseja, do que
podemos
compreender,
seguramente, que
ainda prossegue
com dificuldades
para acertar em
tudo, donde
alguns erros
podem
acontecer.
Dessa forma, as
falhas
verificadas
precisam de
reparos. Nesta
vida, a criatura
consciente e
responsável
poderá iniciar
sua jornada de
resgate
abreviando seu
sofrimento e
lançando luzes
no porvir.
Tomemos como
exemplo as
próprias lições
do Cristo, que,
em contato com
Madalena, a
jovem que fazia
comércio do seu
próprio corpo,
escandalizando a
sociedade da
época,
recomendou que
ela se tornasse
a mãe da
humanidade. Essa
mulher de fibra
e propósitos
inquebrantáveis,
abandonando o
que fazia,
lançou-se a
servir um grupo
de leprosos, num
vale de grandes
sofrimentos,
conseguindo com
tal determinação
sublimar sua
vida, saindo da
inferioridade
para os píncaros
da sublimação
interior.
Os erros ainda
decorrem da
nossa pouca
compreensão dos
reais valores da
vida. Muitas
vezes, por falta
de um melhor
amadurecimento
espiritual,
deliberamos
trilhar por
certas estradas
que nos conduzem
a notáveis
equívocos,
somente
verificados
tempos depois,
exigindo reparos
e
redirecionamento
da nossa vida.
Identificado o
erro, imperioso
se torna que nos
lancemos, com
urgência, a
consertá-lo,
para que
complicações
maiores não
advenham.
Vimos, certa
feita, uma
pessoa muito
experiente
aconselhar uma
jovem
arrependida, que
por descuido
fizera um
aborto, a
prestar horas de
serviço numa
instituição que
acolhia crianças
pobres. Agindo
assim ela
iniciava a
reparação da sua
falta.
Conhecemos um
homem que
durante anos
viveu da
dependência
tóxica e na vida
criminal; hoje,
arrependido,
percorre as
escolas,
instituições,
associações, em
inúmeras
cidades,
contando sua
dramática
história e as
conseqüências de
seus enganos
para que jovens
e crianças não
conheçam o
abismo em que
ele caiu.
Existem
múltiplas
maneiras e
formas de
iniciarmos um
processo de
reparação das
nossas faltas,
já nesta vida. É
um grande
equívoco pensar
que, deixando
nossos bens,
após a morte,
estaremos
corrigindo os
nossos erros. Na
verdade,
deixamos os bens
porque não
podemos
levá-los.
Naturalmente,
isso não é
altruísmo, é
ignorância
mesmo.
Na verdade, no
atual estágio
evolutivo em que
mourejamos, as
falhas fazem
parte dos nossos
dias, não
podemos ignorar
isso. Façamos,
sim, o máximo
esforço para
evitá-las, no
entanto, as que
cometemos
precisam de
reparos. Então,
usemos a nossa
criatividade e
firmemos
propósitos de
fazer todo o bem
possível, na
direção do
próximo, uma vez
que os atos
benéficos
servirão como
atenuantes em
nosso favor.
Alimentar uma
criança carente,
socorrer uma mãe
pobre, ajudar um
jovem viciado,
visitar um
casebre onde a
dificuldade
impera, prestar
horas de
trabalho em
entidades
assistenciais,
conversar com
uma mãe aflita
ante a
desencarnação de
um filho,
acolher um chefe
de família
desempregado,
dar um banho num
idoso
abandonado,
ouvir a
lamentação de um
desesperado,
trabalhar pela
educação do
povo,
indiscutivelmente,
são recursos que
muito
contribuirão
para o reparo
das nossas
faltas.
Reflitamos.