WELLINGTON BALBO
wellington_plasvipel@terra.com.br
Bauru, São Paulo (Brasil)
Chico, Kardec
e a arte
de
consolar
A continuidade
da vida além da
efêmera
existência
física é uma
realidade.
Embora seja
idéia comum para
muitos povos ao
longo dos
milênios de
civilização, há,
ainda hoje, uma
multidão
inconsolável de
pessoas que
sofrem pela
partida do ente
amado.
Consideram que a
morte do corpo
físico é o final
de tudo, e que
não sobrará
senão
lembranças,
muitas guardadas
nos baús em
fotos que
alfinetam o
coração e
transformam em
meras migalhas
os
relacionamentos
baseados na
sincera afeição.
No entanto, é
preciso reforçar
que estão
equivocadas, o
Espiritismo
comprova
definitivamente
a imortalidade
da alma nas
pesquisas e
estudos
realizados por
Allan Kardec, e
mais adiante
pelas divinas
mãos de Chico
Xavier, que
transformou
lágrimas de
tristeza e
desolação em
alento e
esperança a
corações
combalidos pela
partida do ente
querido.
Aliás, a
bibliografia
nascida do
médium Chico
Xavier merece
capítulo à
parte; de suas
mãos, por
intermédio da
espiritualidade,
floresceram
livros com os
mais diversos
assuntos nas
mais diferentes
áreas do saber
humano. Tão
fascinante a
figura de Chico
que, não raro, o
médium
necessitava
utilizar o que o
mundo da
gramática chama
de hipérbole, ou
seja, uma
linguagem
exagerada para
expressar
pensamento. Em
relação a si
mesmo,
costumeiramente
Chico dizia ser
apenas um cisco,
não porque
depreciasse sua
imagem, mas,
sabedor da
tendência humana
à idolatria,
fazia questão de
ressaltar seu
lado humano para
que não o
colocassem acima
do bem e do mal
endeusando sua
figura. E ainda
assim, alguns o
idolatravam,
tentando imputar
a ele um caráter
místico,
sobrenatural, no
entanto,
imperturbável, o
médium seguia
firme, sereno em
sua tarefa
mediúnica com
Jesus.
Contudo, como o
assunto central
é o consolo
proporcionado
pela literatura
espírita,
destacamos o
livro “Estamos
Vivos”,
publicado pelo
Instituto de
Difusão Espírita
– IDE –, obra
esta portadora
da história de
jovens que
tiveram o
desencarne
brutal em
acidente
automobilístico,
chocando,
naturalmente,
toda a família e
a população de
Frutal (MG),
cidade onde
residiam, isto
no ano de 1985.
O livro mostra
que a vida rompe
os corredores
escuros de uma
morte que nos
foi ensinada
como um
arcabouço
sombrio e
torturante. Além
de confortar a
família dos
jovens pelas
cartas escritas
contando
particularidades
conhecedoras
apenas dos
familiares, a
obra instrui e
ensina,
comprovando a
imortalidade da
alma.
Coloco-me a
pensar na dor e
dificuldade dos
familiares em
encarar o
desencarne de
seus amores; são
momentos de
angústia,
aflição,
desalento e
impotência,
porquanto a
morte, quando
não analisada
sob o prisma da
continuação da
vida, traz
consigo o
sentimento de
impotência,
fazendo-se
soberana onde o
servo ou o
senhor, o obtuso
ou o
inteligente, o
são ou o doente
são obrigados a
aceitar
inapelavelmente
seus insondáveis
desígnios.
O Espiritismo
nesse mister
desempenha nobre
e esclarecedor
papel; o papel
de consolar e
mostrar o
caráter
temporário da
separação. Sim,
para nós
espíritas, a
idéia do
reencontro com
os amores que
nos precederam
na grande viagem
é comum,
todavia, nem
todos têm esse
conhecimento.
Segundo dados do
IBGE (Instituto
Brasileiro de
Geografia
Estatística),
somente 1,3% da
população
brasileira é espírita. Não que para ter conhecimento da continuação da vida seja
necessário
abraçar a causa
kardequiana,
porquanto a
realidade da
vida que rasga o
véu da morte é
uma verdade e,
como verdade,
cedo ou tarde
manifestar-se-á
nas consciências
e corações de
todos, sem que
seja preciso
estar nesta ou
naquela
religião. Porém,
forçoso admitir
que o
Espiritismo traz
em seus
princípios o
papel de
consolar;
porquanto
consolar
significa
encorajar a
prosseguir,
enxugando
lágrimas e
alegrando a
jornada daqueles
que estão em
situação de
desânimo, de
modo a tornar
menos penosa a
partida e menos
aguda a saudade
dos amores
colhidos pela
ventania da
morte do corpo
físico.
A missão do
espírita,
portanto, é
divulgar as
obras de Kardec
e Chico para que
mais e mais
pessoas tomem
conhecimento dos
benefícios
oferecidos pela
literatura
espírita. Fica,
pois, a dica
para leitura do
livro “Estamos
Vivos”,
psicografado
pelo
inesquecível
Chico Xavier.
Pensemos nisso.