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Brasil |
Ano 2 - N° 79 -
26 de Outubro de
2008 |
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O retorno de
Jorge Rizzini
Defensor da
pureza
doutrinária do
Espiritismo,
Jorge Rizzini
colocou a
Doutrina
Espírita acima
das instituições
e
dos interesses
puramente
humanos
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O paulistano
Jorge Toledo
Rizzini
(foto) viveu
84 anos. Nasceu
em 25 de
setembro de
1924 e
desencarnou em
17 de outubro de
2008. Costumava
dizer aos amigos
que queria
morrer
tranqüilo, como
um passarinho. E
assim foi. No
último dos
enfartes que
sofreu em uma
viagem aérea que
fez à Argentina,
seria preciso
operá-lo, mas
com a sua idade,
sem dúvida, não
suportaria.
Rizzini
manifestava
mediunidade de
cura desde a
infância. Aos
dez anos, curava
as dores da mãe,
Cecília Toledo
Rizzini. De
família
tradicionalmente
espírita (a avó,
os pais e os
irmãos), o pai,
Joaquim Vicente
de Andrade
Rizzini, médium
vidente e de
psicofonia,
participou de
atividades de um
centro espírita
no Rio de
Janeiro.
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Minutos antes da
saída do corpo,
no dia 18 de
outubro, do
local onde
estava sendo
velado, para o
enterro, no
cemitério Parque
Morumbi, na
capital
paulista, sua
esposa, a
pedagoga e
escritora
Iracema
Sapucaia,
agradeceu a
todos e disse
que Rizzini
amava os amigos
e que todos
sabiam o quanto
ele tinha lutado
com amor pela
Doutrina
Espírita,
deixando a todos
o que tinha de
mais marcante: a
sinceridade e a
coragem de dizer
o que falava o
coração. “Sua
grande lição: a
luta”, acentuou
Iracema
Sapucaia. |
Rizzini e
Iracema tiveram
três filhos:
Maria Angélica –
advogada,
Ricardo –
engenheiro e
Eliana –
bióloga. Família
numerosa e
unida, com netos
e bisnetos.
Grande
trabalhador da
Doutrina
Espírita, Jorge
Rizzini foi
defensor da
pureza
doutrinária,
dentro e fora do
movimento.
Colocava a
Doutrina
Espírita acima
das instituições
e dos interesses
puramente
humanos. Na
televisão,
participou de
polêmicas que
repercutiram em
todo o Brasil,
quando defendeu
os médiuns
Otília Diogo,
Francisco
Cândido Xavier,
Waldo Vieira e
José Pedro de
Freitas – o
Arigó, de quem
também foi
testemunha de
defesa no
segundo processo
criminal.
Jorge Rizzini
foi o primeiro
biógrafo de
Monteiro Lobato
e
autor de Vida
de Monteiro
Lobato
Autor de várias
obras
não-doutrinárias,
recebeu em 1965
o Prêmio
Narizinho, do
Departamento de
Cultura do
Estado de São
Paulo, pela peça
infantil Cidade
Perdida e o
Prêmio Fábio
Prado, em 1957,
da União
Brasileira de
Escritores, pelo
livro de contos
Beco dos
Aflitos. Foi o
primeiro
biógrafo de
Monteiro Lobato
e é o autor de
Vida de Monteiro
Lobato. Fez
parte da
Comissão
Monteiro Lobato,
criada pela
União Brasileira
de Escritores
para defender a
memória do
escritor.
Seu livro
Eurípedes
Barsanulfo, o
Apóstolo da
Caridade, foi
também lançado
pela União
Espírita
Francesa.
Psicografou 44
poetas
nacionais,
portugueses e
norte-americanos,
em poemas que
estão nos livros
Sexo e Verdade,
Castro Alves
Fala à Terra e
Antologia do
Mais Além,
prefaciados por
José Herculano
Pires,
biografado por
Rizzini no livro
J. Herculano
Pires – O
Apóstolo de
Kardec.
Presidiu em 1959
o Clube dos
Jornalistas
Espíritas do
Estado de São
Paulo; lançou
nesse mesmo ano
Kardequinho, a
primeira revista
infanto-juvenil
espírita; Criou
em 1961 a
Filmoteca Allan
Kardec, a
primeira no
movimento
espírita; Filmou
na França e nos
Estados Unidos
documentários
sobre Allan
Kardec e as
Irmãs Fox;
Registrou com
exclusividade as
cirurgias
realizadas por
Arigó e os
trabalhos
mediúnicos de
Francisco
Cândido Xavier;
criou e
apresentou em
1966 o programa
semanal, de uma
hora, Em Busca
da Verdade, na
TV Cultura de
São Paulo.
Recebeu músicas
de vários
compositores
brasileiros e
internacionais,
gravadas nos LPs
Compositores do
Além, volumes I,
II e III, com
canções que
foram
apresentadas em
três Festivais
de Música
Mediúnica, com
participações de
cantores
profissionais de
renome, com
acompanhamentos
da Orquestra
Eldorado,
Regional de
Isaías e Seus
Chorões e a
Banda da
Política Militar
do Estado de São
Paulo, o
primeiro
apresentado no
Teatro Municipal
de São Paulo, o
segundo no
Palácio das
Convenções do
Anhembi e o
terceiro no
Ginásio do
Ibirapuera.
Realizou o
Festival da
Música Mediúnica
no Rio de
Janeiro e em São
Paulo, sendo que
resultou no CD
Compositores do
Além – Festival
de Músicas
Mediúnicas,
produzido por
Oceano Vieira de
Melo.
Seu Guia
Espiritual e sua
mãe eram as
pessoas que ele
esperava ver
primeiro após
sua
desencarnação
Jorge Rizzini
fez palestras em
países da
América Latina e
países europeus.
Foi recebido
por altas
autoridades
mundiais e
manteve
correspondências
com algumas
delas. Podem ser
encontradas
referências a
Rizzini nas
revistas Oggi,
Planète e
Seleções do
Reader’s Digest
e nos livros
Arigó – Surgeon
of the Rusty
Knife, de John
Fuller e no
livro Uri Geller,
de Andrija
Puharich.
Apresentamos
uma relação das
obras de Jorge
Rizzini: Beco
dos Aflitos
(contos), O Sexo
nas Prisões,
Eurípedes
Barsanulfo, o
Apóstolo da
Caridade
(biografia),
Escritores e
Fantasmas
(documentário
histórico),
Materializações
de Uberaba
(documentário),
Kardec, Irmãs
Fox e Outros, O
Regresso de
Glória (contos),
Caso Arigó
(documentário),
O Regresso de
Glória (contos),
Herculano Pires,
o Apóstolo de
Kardec.
Literatura
Infanto-Juvenil:
Vida de Monteiro
Lobato,
Histórias de
Dona Santinha
(contos),
Carlito e os
Homens da
Caverna.
Literatura
Teatral: A
Cidade Perdida,
A Terceira
Revelação, A
Visita.
Biografias
Sonoras: A Vida
Missionária de
Allan Kardec e A
Vida Maravilhosa
de Chico Xavier
(textos
teatralizados em
um CD). Obras
Psicografadas:
Antologia do
Mais Além, Sexo
e Verdade,
Castro Alves
Fala à Terra,
Guerra Junqueiro
no Aquém e no
Além. Músicas
Mediúnicas:
Compositores do
Além, volumes
I, II e III,
Marchas
Mediúnicas,
Melodias do
Além,
Compositores do
Além, produzido
por Oceano
Vieira de Melo.
Jorge Rizzini
falava-nos
sempre de
assuntos que
ele estava
reunindo para serem publicados
em um livro,
cujo título
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seria A
Verdade
sem Véu.
Entre os
seus
papéis,
encontram-se,
certamente,
documentos
valiosos,
frutos
de uma
vida
plena de
realizações.
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“Tudo passa”;
“tudo é ilusão”;
”os tempos são
chegados”,
repetia nas
conversas com os
amigos, certo da
transitoriedade
da vida material
e convicto de
que é preciso
que o Ser Humano
aproveite ao
máximo o tempo
disponível, num
trabalho que
eleve cada vez
mais o seu
Espírito.
Numa entrevista
para a
jornalista Ana
Carolina
Coutinho, esta
perguntou a
Rizzini o que
ele esperava
encontrar, de
imediato, após
a sua
desencarnação.
“O meu Guia
Espiritual e a
minha mãe”,
respondeu. Sem
dúvida, os
Espíritos amigos
estão em festa,
pelo retorno de
quem tanto
realizou, na
divulgação dos
ensinamentos de
Allan Kardec.
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