O que o
Espiritismo
espera
de nós?
O Espiritismo pode ser
definido como uma
doutrina científica de
cujo entendimento emana
conseqüências morais e
religiosas. Ele trata do
espírito humano, suas
características, poderes
e potencialidades, e de
suas vidas sucessivas a
caminho do progresso.
Pela acepção tradicional
da palavra, o
Espiritismo não poderia
ser considerado uma
religião. Faltam-lhe,
para tanto, os ritos, os
dogmas, os sacerdotes,
os templos, que são os
elementos classicamente
caracterizadores de uma
religião.
No entanto, nada obsta
de concebermos outro
nível de religiosidade,
diferente do
tradicional, sem
expressões exteriores.
Nessa hipótese, o
Espiritismo é religião,
sim, porquanto assevera
a existência de um Poder
Supremo uno, criador e
mantenedor de tudo o que
existe, propugna pelo
respeito às leis
inerentes a este Poder e
à vida em geral, bem
como pelo progresso
incessante de toda a
criação, em especial,
dos Espíritos. Talvez
seja uma religião de
natureza interior,
vale dizer, mais
próxima, em sua origem,
do cristianismo, uma
doutrina
ético-religiosa.
Originário da Europa, é
no Brasil que o
Espiritismo encontra
maior compreensão de sua
função
reformadora-moral. Aqui,
o viés evangélico foi
mais acentuado, tanto na
literatura quanto na
prática do bem, do
atendimento fraterno ao
próximo. Muitas
entidades e instituições
foram e ainda são
constituídas por
espíritas brasileiros
para acolher e cuidar
dos que se encontram
mais necessitados.
O Espiritismo-Cristão,
como, por suas
características, é
chamado, tem como
finalidade o
esclarecimento e a
reforma moral, pela
prática do bem, visando
ao adiantamento
espiritual dos homens.
Segundo mensagem ditada
pelo Espírito São Luiz,
transcrita por Allan
Kardec na Revista
Espírita, número 9,
do ano de 1866, “O
Espiritismo não é senão
a aplicação legítima dos
princípios de moral
ensinados por Jesus”.
Assim, seus adeptos têm
apenas três obrigações
de natureza
essencialmente moral. A
primeira: buscar o
esclarecimento pela
aquisição de
conhecimentos. A
segunda: esforçar-se
para ser melhor, lutando
contra as próprias
imperfeições (é o
auto-aperfeiçoamento).
Por fim: exemplificar,
ou seja, viver de modo
que suas atitudes
suscitem nos demais o
desejo da evolução. Como
afirma Emmanuel, em
Vinha de Luz,
“pregar é revelar a
grandeza dos princípios
de Jesus nas próprias
ações diárias”. Simples,
mas nada fácil. Todavia,
não é impossível. Basta
melhorar um pouco a cada
dia, ou a cada mês, ou a
cada ano.