Na Terra e no
Além
Interessado em
desfrutar
vantagens
transitórias no
imediatismo da
existência
terrestre, quase
sempre o homem
aspira à
galhardia de
apresentação e a
porte distinto,
elegância e
domínio, no
quadro social em
que se expressa;
entretanto,
conduzido à
Esfera Superior,
pela influência
renovadora da
morte,
identifica as
próprias
deficiências, na
tela dos
compromissos
inconfessáveis a
que se junge, e
implora da
Providência
Divina
determinados
favores na
reencarnação,
que envolvem, de
perto, o
suspirado
aprimoramento
para a Vida
Maior.
É assim que
cientistas
famosos, a
emergirem da
crueldade, rogam
encarceramento
na idiotia;
políticos
hábeis, que
abusaram das
coletividades a
que deviam
proteção e
defesa, suplicam
inibições
cerebrais que os
recolham a
precioso
ostracismo;
administradores
dos bens
públicos que não
hesitaram em
esvaziar os
cofres do povo,
a favor da
economia
particular,
solicitam
raciocínio
obtuso que lhes
entrave a
sagacidade para
o furto
aparentemente
legal;
criminosos que
brandiram armas
contra os
semelhantes
requisitam
braços
mutilados,
assinando
aflitivas
sentenças contra
si mesmos;
suicidas que
menosprezaram as
concessões do
Senhor,
atendendo a
deploráveis
caprichos,
recorrem a
organismos
quebrados ou
violentados no
berço, para
repararem as
faltas
cometidas
contra si
mesmos; tribunos
da desordem
pedem os
embaraços da
gaguez; artistas
que se
aviltaram,
arrastando
emoções alheias
às
monstruosidades
da sombra,
invocam a
internação na
cegueira física;
caluniadores
eminentes, que
não vacilaram no
insulto ao
próximo,
requerem o
martírio
silencioso dos
surdos-mudos;
desportistas
eméritos e
bailarinos de
prol, que
envileceram os
dons recebidos
da Natureza,
exoram nervos
doentes e
glândulas
deficitárias que
os segreguem à
distância de
novas quedas
morais;
traidores que
expuseram
corações
respeitáveis, no
pelourinho da
injúria,
demandam a
própria
detenção no
catre dos
paralíticos;
mulheres que
desertaram da
excelsa missão
feminina, a se
prostituírem na
preguiça e na
delinqüência,
solicitam
moléstias
ocultas que
lhes impeçam a
expansão do
sentimento
enfermiço, e
expoentes da
beleza e da
graça que
corromperam a
perfeição
corpórea,
convertendo-a em
motivo para
transgressões
lamentáveis,
requestam longos
estágios em
quadros
penfigosos que
lhes desfigurem
a forma, de modo
a expiarem nas
chagas da
presença
inquietante as
culpas ominosas
que lhes agoniam
os
pensamentos...
Ajudai-vos,
assim, buscando
no auxilio
constante aos
outros o
pagamento
facilitado das
dívidas do
pretérito,
porquanto,
amanhã, sereis
na
Espiritualidade
as consciências
que hoje somos,
abertas à
fiscalização da
Verdade, com a
obrigação de
conhecer em nós
mesmos a
ulceração da
treva e a
carência da luz.
Do livro
Religião dos
Espíritos,
cap. 26,
de Emmanuel,
psicografado
pelo médium
Francisco
Cândido Xavier.
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