– Por que é que,
comumente, não
vemos
comunicações de
pretos-velhos ou
de caboclos, nas
sessões
mediúnicas
espíritas? Isso
se deve a algum
tipo de
procedimento?
Raul Teixeira:
A expressão da
pergunta está
bem a calhar.
Realmente, a
maioria dos
participantes
não vê os
espíritos que se
comunicam, mas
eles se
comunicam.
O Espiritismo
não tem
compromisso de
destacar essa ou
aquela entidade,
em particular.
Se as sessões
mediúnicas
espíritas são
abertas para o
atendimento de
todos os tipos
de espíritos,
por que não
viriam os que
ainda se
apresentam como
pretos-velhos ou
novos, brancos,
amarelos,
vermelhos,
índios, ou
caboclos, e
esquimós?
O que ocorre é
que tais
espíritos devem
ajustar-se às
disciplinas
sugeridas pelo
Espiritismo e só
não as atendem
quando seus
médiuns,
igualmente, não
as acatam.
Muitos espíritos
que se mostram
no Além como
antigos escravos
africanos, ou
como indígenas,
falam
normalmente, sem
trejeitos,
embora as formas
externas dos
perispíritos
possam manter as
características
que eles desejam
ou as quais não
lograram
desfazer.
Talvez muitos
esperassem que
esses
desencarnados se
expressassem de
forma confusa,
misturando a
língua
portuguesa com
outros sons,
expressando-se
num dialeto
impenetrável,
carecendo de
intérpretes
especiais, que,
na maior parte
das vezes, fazem
de conta que
estão entendendo
tal mescla. Se o
espírito fala em
nagô, que seja
nagô de verdade.
Se se apresenta
falando guarani,
que seja o
verdadeiro
guarani.
Entretanto, não
sendo o idioma
exato do seu
passado
reencarnatório,
por que não
falar o médium
em português,
pois que capta o
pensamento da
entidade e
reveste-o com
palavras?
Não há,
portanto,
preconceito nas
sessões
espíritas.
Entretanto,
procura-se
manter o
respeito às
entidades, à
mediunidade e à
Doutrina
Espírita,
buscando a
coerência com a
verdade que já
identificamos.
Do livro
Diretrizes de
Segurança,
de autoria de
Divaldo P.
Franco e José
Raul Teixeira,
publicado pela
Editora Fráter Livros
Espíritas Ltda.,
de Niterói-RJ.