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Clássicos do Espiritismo
Ano 2 - N° 82 - 16 de Novembro de 2008

ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 


A Alma é Imortal

 Gabriel Delanne

(1ª Parte)

 
Iniciamos nesta edição o estudo do clássico A Alma é Imortal, de Gabriel Delanne, conforme tradução de Guillon Ribeiro, publicada pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. De que modo os espíritas descobriram a existência do perispírito?

R.: Foi pela observação que os espíritas descobriram a existência do perispírito, uma conclusão a que já haviam chegado os magnetizadores, valendo-se de outros métodos. Segundo Billot, Deleuze e Cahagnet, a alma conserva, após a morte, uma forma corporal que a identifica, observação confirmada pelos médiuns videntes. (A Alma é Imortal, pág. 14.) 

B. Onde se encontram arquivadas as leis organogênicas pelas quais o corpo físico se forma e se mantém enquanto vivo?

R.: No corpo espiritual, ou perispírito. O organismo fluídico contém todas as leis organogênicas pelas quais o corpo se forma, o que explica como a forma típica de um indivíduo pode manter-se durante a vida toda, sem embargo da renovação incessante de todas as partes do corpo material. (Obra citada, pág. 16.) 

C. Sob que forma o corpo espiritual se apresenta nos seres desencarnados?

R.: O corpo espiritual reproduz, quase sempre, o tipo que o Espírito apresentava na sua última encarnação. Provavelmente é a essa semelhança que se devem as primeiras noções acerca da imortalidade. (Obra citada, pág. 18.)

Texto para leitura 

1. A ciência espírita prova que a alma não é uma entidade ideal, uma substância imaterial sem extensão, mas sim que é provida de um corpo sutil, onde se registram os fenômenos da vida mental e a que foi dado o nome de perispírito. O “eu” pensante é inteiramente distinto do seu envoltório, mas Espírito e perispírito são inseparáveis um do outro. (Obra citada, pág. 12)

2. Foi pela observação que os espíritas descobriram a existência do perispírito. Aliás, os magnetizadores já haviam chegado à mesma conclusão, valendo-se de outros métodos. Assim é que, segundo Billot, Deleuze e Cahagnet, a alma conserva, após a morte, uma forma corporal que a identifica, observação confirmada pelos médiuns videntes. (Pág. 14)

3. As narrativas dos sonâmbulos e dos videntes têm grande valor, mas não nos dão uma prova material. Eis por que os espíritas fizeram todos os esforços por obter a prova inatacável e o conseguiram: as fotografias de Espíritos desencarnados, as impressões por estes deixadas em substâncias moles ou friáveis, e as moldagens de formas perispirituais. (Pág. 14)

4. Esse caminho foi aberto pelos fenômenos de desdobramento do ser humano, denominados por vezes de bicorporeidade Há no momento mais de dois mil fatos, bem verificados de aparições de vivos, mas os pesquisadores não se limitaram a observá-los e chegaram a reproduzi-los experimentalmente. (Pág. 15)

5. Descobriu-se, por fim, que o organismo fluídico contém todas as leis organogênicas pelas quais o corpo se forma, o que explica como a forma típica de um indivíduo pode manter-se durante a vida toda, sem embargo da renovação incessante de todas as partes do corpo material. (Pág. 16)

6. A natureza íntima da alma ainda nos é desconhecida. Quando dizemos que ela é imaterial, devemos entender essa expressão em sentido relativo e não absoluto, porquanto a imaterialidade completa seria o nada. Ora, a alma ou o espírito é alguma coisa que pensa, sente e quer. Assim, quando a qualificamos de imaterial, queremos dizer que sua essência difere tanto do que conhecemos fisicamente, que nenhuma analogia guarda ela com a matéria. (Pág. 17)

7. O corpo espiritual reproduz, quase sempre, o tipo que o Espírito apresentava na sua última encarnação e é provavelmente a essa semelhança que se devem as primeiras noções acerca da imortalidade. (Pág. 18)

8. Em todas as partes do globo, mesmo entre os indígenas, a sobrevivência do ser pensante é unanimemente afirmada. Remontando aos mais antigos testemunhos que possuímos - isto é, aos hinos do Rigveda - vemos que os homens que viviam nas faldas do Himalaia, no Sapta Sindhu, tinham intuições claras sobre o além da morte. (Pág. 19)

9. As modernas experiências sobre os Espíritos que se deixam fotografar ou se materializam mostram que o perispírito é uma realidade física, tão inegável como o corpo material. Ora, era essa a crença dos antigos habitantes da margem do Nilo e constitui fato digno de nota que, no alvorecer de todas as civilizações, topemos com crenças fundamentalmente semelhantes.  (N.R. Esta obra surgiu logo após A Evolução Anímica, que é de 1895.) (Pág. 21)

10. No Egito, antes mesmo das primeiras dinastias históricas, surgiu a idéia de que somente “uma parte do homem” ia viver segunda vida. Não era uma alma, era um corpo, diferente do primeiro, mas proveniente deste, embora mais leve, menos material. Esse corpo, quase invisível, saído do primeiro corpo mumificado, estava sujeito também a todos os reclamos da existência: era preciso alojá-lo, nutri-lo, vesti-lo. Sua forma, no outro mundo, reproduzia - pela semelhança - o primeiro corpo. É o ka, o duplo, ao qual, no antigo Império - 5004 a 3064 a.C. -, se prestava o culto aos mortos. (Pág. 22) (Continua no próximo número.)

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita