JORGE
HESSEN
jorgehessen@gmail.com
Brasília,
Distrito
Federal
(Brasil)
As
propostas espíritas em
face da violência social
A violência de todos
matizes deslustra as
conquistas sociológicas
deste século. Irrompe-se
em todos os níveis da
sociedade,
manifestando-se em
múltiplas intensidades.
A brutalidade humana tem
esmaecido o caminho para
Deus.
Lemos um jornal, uma
revista; assistimos à
televisão e a violência
é insistentemente
veiculada, seja pelos
noticiários, pelos
documentários; seja
pelos filmes, pelos
programas de auditório
cada vez mais obscuros
de valores éticos.
Assimilamos
subliminarmente as
informações e no
quotidiano reagimos
violentamente, muitas
vezes, perante os
reveses da vida ou
perante as
contrariedades.
Condenamos a violência
alheia, no nosso
dia-a-dia, ao invés de
agirmos de forma
pacífica e fraterna,
somos como que
andróides, reagindo
sempre de acordo com o
que motivou a nossa
reação. Somos autômatos
sem nos apercebermos.
Desde há dois mil anos
que Jesus de Nazaré
trouxe à humanidade um
código de conduta que
traria ao homem a
felicidade. Essa
diretriz que Jesus
deixou na Terra é a
garantia da paz, da
felicidade, do bem-estar
social. Contudo o homem
perdeu-se no meio das
suas lutas, do egoísmo,
do orgulho, da
violência, ignorou tal
diretriz e hoje se
confronta consigo
próprio numa mistura
explosiva de
intranqüilidade interior
e gargalhadas
descontroladas.
Jamais o homem
conquistara tantas
coisas na ciência como
nos dias atuais, porém
nunca caminhou tão
vagarosamente em busca
de sua espiritualização.
São as contradições da
vida contemporânea. Esse
homem velho, que carrega
dentro de si ao longo
das várias existências,
experiências violentas,
vê-se hoje a braços com
uma dualidade muito
intensa: os hábitos
enraizados no passado,
nas vidas anteriores,
onde semeou essa
violência, colhendo hoje
na sua vida, já que
somos o somatório das
nossas vidas pretéritas.
O Espiritismo,
demonstrando a
imortalidade da alma,
através dos fatos
mediúnicos, aponta
também que existe uma
lógica para a vida e que
cada um colhe dela
aquilo que semeia e/ou
semeou outrora, dentro
da lei de ação e reação,
onde cada ato, positivo
ou negativo, irá
repercutir-se
invariavelmente em nós,
trazendo-nos paz ou
tormento interior. Claro
que quem estuda o
Espiritismo e pratica
seus preceitos vê-se
melhor instrumentalizado
para a vida em
sociedade, nestes tempos
atribulados, encontrando
conceitos lógicos e
racionais para o
entendimento da vida
numa visão evangélica da
mesma.
Assim sendo, os
postulados espíritas são
antídotos para a
violência, posto que
quem os conhece sabe que
não poderá eximir das
suas responsabilidades
sociais, sabendo que o
seu futuro será uma
decorrência do presente.
Aquele que conhece o
Espiritismo sabe ainda
mais que terá de se
modificar moralmente, se
quiser ter mais harmonia
íntima.
O Espiritismo, no seu
aspecto tríplice,
resgata as Verdades que
Jesus ensinou, clareando
o raciocínio,
interpretando-as com
mais lógica e atualidade
dentro dos enfoques da
pluralidade das
existências que cada vez
mais vai sendo uma
realidade nos centros de
pesquisas desatrelados
dos dogmas religiosos em
torno do estudo da
personalidade humana.
Precisamos cultivar a
compaixão, a
generosidade que se
conjuga no ato de dar as
coisas para aportar na
atitude de olvidarmo-nos
espontaneamente em favor
do próximo. Aprendermos
a orar e meditar, porque
quem não tem o hábito de
introjetar o pensamento
pela meditação não se
conhece a si mesmo, e
nesse exercício teremos
autoridade para soltar
as estóicas vozes
inarticuladas emitidas
por quem sente alegria
espiritual, como o fez
Paulo: "Já não sou quem
vive, mas o Cristo vive
em mim..."