WELLINGTON BALBO
wellington_plasvipel@terra.com.br
Bauru, São Paulo (Brasil)
Os pais, os
filhos, os
exemplos...
Sua presença na
vida do filho
era constante.
Todas as tardes
apanhava o
garoto na escola
e saíam para
passear, pai e
filho, dois
grandes amigos.
Tranqüilamente
nas tardes
quentes
caminhava com o
garoto para o
bar mais
próximo. Pedia
uma cerveja e um
guaraná, e
ficava assim,
por várias
horas, jogando
truco com os
amigos. O filho?
Ah! sim, o
pequeno sempre a
seu lado,
observando
atentamente os
passos do pai.
Nos finais de
semana também
estava sempre ao
lado do garoto,
ensinando-o,
segundo sua
concepção as
malandragens da
vida. Estimulava
o filho a
utilizar o
estilingue para
matar pássaros e
também a
pronunciar
palavras chulas
quando uma
mulher mais bela
cruzava seu
caminho. Sua
presença era
constante na
vida do filho,
não desgrudava
do garoto um só
segundo.
Costumava dizer:
“Se alguém na
escola ofender
você, meu filho,
não deixe barato
e dê uma lição
no abusado!”.
“Filho, não leve
desaforo para
casa!”. “Filho,
homem não
chora!”. Mas era
um pai presente.
Tão presente que
sempre
presenteava o
menino com
revólveres de
brinquedo,
revistas
masculinas,
jogos de
vídeogame, onde
as brigas
existiam às
pencas. E seu
programa
preferido para
fazer com o
filho era
levá-lo às
famosas brigas
de galo, onde
animais eram
colocados um
contra o outro
para medir
forças. Era um
pai presente e
levava
constantemente o
filho para
lanchonetes, a
fim de saciar as
vontades do
garoto em
alimentar-se de
lanches
suculentos e...
nada saudáveis.
O menino já
estava 10 quilos
acima do peso
por conta das
peraltices
alimentares. Mas
era acima de
tudo um pai
presente e
orgulhava-se
disto.
A presença
paterna ou
materna na vida
dos filhos é
importante,
todavia,
agregada à
presença, é
necessário a
qualidade na
convivência. As
crianças
assimilam os
comportamentos
dos adultos,
portanto, se
crescem à mercê
de más
influências e de
uma postura
indisciplinada
por parte dos
pais, tenderão a
assimilar estas
atitudes
transferindo-as
para suas vidas.
Filhos que
crescem vendo os
pais dormirem
altas horas da
noite, por
exemplo, serão
inclinados a
dormir tarde.
Filhos que
crescem
observando os
pais viverem em
harmonia serão
inclinados a
formar famílias
harmoniosas,
copiando o
comportamento de
seus pais. Daí a
importância de
transmitir
qualidade às
crianças, e
qualidade aqui
descrita nos
seus mais
abrangentes
aspectos, como
convivência com
o semelhante,
maneira de
encarar
desafios, forma
de lidar com
perdas, postura
de se portar
perante a vida,
e assim por
diante.
Dia desses, meu
garoto chegou da
escola com dores
no corpo,
perguntei o
motivo e o
menino
respondeu-me que
as dores eram
fruto de alguns
socos proferidos
pelo colega de
classe; no outro
dia fiquei
sabendo que o
menino não
agrediu meu
filho, apenas
copiou o
comportamento de
seu pai, que nas
horas de folga
costuma brincar
de luta com o
garoto. Um
exemplo clássico
de que devemos
ficar atentos ao
nosso
comportamento
diante de nossas
crianças.
Outro dia também
tive a notícia
de que a filha
de um amigo
estava
internada.
Motivo: anemia.
Pudera! A garota
tem alimentação
completamente
desregrada em
virtude da vida
indisciplinada
dos pais.
Vejamos então: o
que adianta
estarmos pertos,
próximos e
acompanhando o
crescimento dos
filhos se o
fazemos de
maneira nociva à
sua educação? O
tempo deve ter
qualidade; e
qualidade no
tempo de
convivência com
os filhos
equivale a bons
exemplos. Nossa
responsabilidade
como pais é
enorme, devemos,
pois, nos
atentar para
nossa postura,
pequenas
atitudes como
mentir na frente
dos filhos ou
proferir
palavras de
baixo calão são
extremamente
perniciosas aos
pequenos
corações,
porquanto, bem o
sabemos, é de
pequeno que
sedimentamos
nobres valores
na alma humana.
Uma questão a
ser estudada.