ANGÉLICA
REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
A Alma é Imortal
Gabriel
Delanne
(2ª
Parte)
Damos
continuidade ao estudo
do clássico A Alma é
Imortal, de Gabriel
Delanne, conforme
tradução de Guillon
Ribeiro, publicada pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Como as idéias sobre
a alma e sua
imortalidade eram
ensinadas no Egito
antigo e na China
milenária dos tempos de
Confúcio?
R.: No Egito antigo a
pessoa humana era tida
como composta de quatro
partes: o corpo
material, o duplo (ka),
a substância inteligente
(khou) e a
essência luminosa (ba
ou baí).
Essas quatro partes
reduziam-se, no entanto,
a duas, visto que o
duplo era parte
integrante do corpo
material durante a vida,
e a essência luminosa se
achava contida na
substância inteligente
(khou). A
imortalidade da alma
substituía, assim, a
imortalidade do corpo,
que fora a primeira
concepção egípcia. Na
China, o culto dos
Espíritos se impôs desde
a mais remota
Antigüidade. A natureza
da alma era bem
conhecida dos chineses.
Confúcio atribuía aos
Espíritos um envoltório
semimaterial, um corpo
aeriforme. (A Alma é
Imortal, pág. 22 a 24.)
B. A quem podemos
atribuir a paternidade
da teoria dos anjos
guardiães?
R.: A Zoroastro. Segundo
ele, abaixo do Ser
Incriado, eterno,
existem duas emanações
opostas: Ormuzd e Arimã.
O primeiro tem o encargo
de criar e conservar o
mundo e dois gênios
celestes, emanados do
Criador, o ajudam no
trabalho da criação,
além de uma série de
Espíritos, de gênios,
de ferúers,
pelos quais pode o homem
crer que tem em si algo
de divino. O ferúer
é, ao mesmo tempo,
inspirador e um vigia e
sua missão é combater os
maus gênios produzidos
por Arimã. (Obra
citada, pág. 25.)
C. Qual era a visão
predominante dos
filósofos gregos acerca
dos Espíritos e sua
influência sobre os
homens?
R.: Segundo a maioria
dos filósofos gregos,
cada homem tem por guia
um daimon
particular, que lhe
personifica a
individualidade moral. A
generalidade dos humanos
era guiada por Espíritos
vulgares; os doutos
mereciam visitados por
Espíritos superiores.
Tales de Mileto, que
viveu seis séculos e
meio antes da era
cristã, ensinava que o
Universo é povoado de
daimons e de gênios,
testemunhas secretas das
nossas ações, mesmo dos
nossos pensamentos, além
de nossos guias
espirituais. Sócrates e
Platão, como achassem
excessivamente grande a
distância entre Deus e o
homem, enchiam-na de
Espíritos,
considerando-os gênios
tutelares dos povos e
dos indivíduos e os
inspiradores dos
oráculos. (Obra
citada, págs. 26 e 27.)
Texto para leitura
11. Pelos fins da 18a
dinastia - 3064 a 1703
a.C. - os sacerdotes
conceberam um sistema em
que coubessem essa e
outras hipóteses
formuladas sobre esse
tema. A pessoa humana
foi tida, então, como
composta de quatro
partes: o corpo
material, o duplo (ka),
a substância inteligente
(khou) e a
essência luminosa (ba
ou baí).
Essas quatro partes
reduziam-se, no entanto,
a duas, visto que o
duplo (ka) era
parte integrante do
corpo material durante a
vida, e a essência
luminosa (ba) se
achava contida na
substância inteligente
(khou). A
imortalidade da alma
substituía, assim, a
imortalidade do corpo,
que fora a primeira
concepção egípcia.
(Págs. 22 e 23)
12. Na China, o culto
dos Espíritos se impôs
desde a mais remota
Antigüidade. Confúcio
respeitou essas crenças
e, certo dia, entre os
que o cercavam, admirou
umas máximas - escritas
1.500 anos antes -
sobre uma estátua de
ouro, no Templo da Luz,
sendo uma delas a
seguinte: “Falando ou
agindo, não penses,
embora te aches só, que
não és visto, nem
ouvido: os Espíritos são
testemunhas de tudo”.
(Pág. 23)
13. Na China de então se
acreditava que os céus
eram povoados, como a
Terra, não apenas pelos
gênios, mas também pelas
almas dos homens que
neste mundo viveram. A
par do culto dos
Espíritos, estava o dos
antepassados, que tinha
por objeto, além de
conservar a lembrança
dos avós e de os honrar,
atrair a atenção deles
para os seus
descendentes, que lhes
pediam conselhos em
todas as circunstâncias
importantes da vida.
(Pág. 23)
14. A
natureza da alma era bem
conhecida dos chineses.
Confúcio atribuía aos
Espíritos um envoltório
semimaterial, um corpo
aeriforme. Quando o
budismo penetrou na
China, assimilou-lhe as
antigas crenças e
continuou as relações
estabelecidas com os
mortos. (Pág. 24)
15. O Sr. Estanislau
Julien narra assim a
aparição do Buda, devida
a uma prece feita por
Hiuen-Thsang, que viveu
por volta do ano 650
d.C.: “Tomado de
alegria e de dor,
recomeçou ele as suas
saudações reverentes e
viu brilhar e apagar-se
qual relâmpago uma luz
do tamanho de uma salva.
Então, num transporte de
júbilo e amor, jurou que
não deixaria aquele
sítio sem ter visto a
sombra augusta do Buda.
Continuou a prestar-lhe
suas homenagens e, ao
cabo de duzentas
saudações, teve de
súbito inundada de luz
toda a gruta e o Buda,
em deslumbrante
brancura, apareceu,
desenhando-se-lhe
majestosamente a figura
sobre a muralha”.
“Ofuscante fulgor
iluminava os contornos
da sua face divina.”
(Pág. 24)
16. Essa aparição,
comenta Delanne, lembra
a transfiguração de
Jesus, quando se
mostraram Moisés e
Elias. Os Espíritos
superiores têm um corpo
de esplendor
incomparável, visto que
sua substância fluídica
é mais luminosa do que
as mais rápidas
vibrações do éter.
(Pág. 25)
17. No antigo Irã - a
Pérsia - deparamos com
uma concepção especial
acerca da alma.
Zoroastro pode
reivindicar a
paternidade da invenção
do que é hoje chamado o
“eu” superior, a
consciência subliminal
e, ainda, a paternidade
da teoria dos anjos
guardiães. (Pág. 25)
18. Segundo o grande
legislador, abaixo do
Ser Incriado, eterno,
existem duas emanações
opostas: Ormuzd e Arimã.
O primeiro tem o encargo
de criar e conservar o
mundo. Arimã procura
combatê-lo e destruir o
mundo, se puder. Dois
gênios celestes,
emanados do Criador,
ajudam Ormuzd no
trabalho da criação,
além de uma série de
Espíritos, de gênios,
de ferúers,
pelos quais pode o homem
crer que tem em si algo
de divino. O ferúer
é, ao mesmo tempo,
inspirador e um vigia e
sua missão é combater os
maus gênios produzidos
por Arimã. (Pág. 25)
19. Na Judéia, ao tempo
de Moisés, os hebreus
desconheciam
inteiramente qualquer
idéia de alma. Foi
preciso o cativeiro de
Babilônia para que esse
povo bebesse, entre os
seus vencedores, a idéia
da imortalidade e da
verdadeira composição do
homem. Os cabalistas,
intérpretes do
esoterismo judeu, chamam
nephesh ao corpo
fluídico da alma.
(Pág. 26)
20. Os gregos, desde a
mais alta Antigüidade,
estiveram na posse da
verdade sobre o mundo
espiritual. Em Homero, é
freqüente os moribundos
profetizarem e a alma de
Pátroclo vem visitar
Aquiles na sua tenda.
Segundo a maioria dos
filósofos gregos, cada
homem tem por guia um
daimon particular,
que lhe personifica a
individualidade moral. A
generalidade dos humanos
era guiada por Espíritos
vulgares; os doutos
mereciam visitados por
Espíritos superiores.
(Págs. 26 e 27)
21. Tales de Mileto, que
viveu seis séculos e
meio antes da era
cristã, ensinava que o
Universo era povoado de
daimons e de
gênios, testemunhas
secretas das nossas
ações, mesmo dos nossos
pensamentos, além de
nossos guias
espirituais. Sócrates e
Platão, como achassem
excessivamente grande a
distância entre Deus e o
homem, enchiam-na de
Espíritos,
considerando-os gênios
tutelares dos povos e
dos indivíduos e os
inspiradores dos
oráculos. (Pág. 27)
(Continua no próximo
número.)