Mariana Perez Nogueira:
“Não chorem. Estou
bem.
Amo vocês”
Faz
sete anos que
desencarnou a jovem
Mariana, filha dos
nossos amigos e
confrades Júlio César
Nogueira e Maria Luiza
Perez Nogueira
(foto). Nascida em
8 de maio de 1987 na
cidade de Ponta Grossa
(PR), ela contava pouco
mais de 14 anos quando
retornou à Pátria
Espiritual.
Filha muito carinhosa,
meiga e amiga, Mariana
nasceu em lar espírita
e, por isso, ingressou
na escolinha de
evangelização espírita
bem cedo, em 1990, na
Sociedade Espírita
Francisco de Assis de
Amparo aos Necessitados,
em sua cidade natal. Em
Ponta Grossa iniciou
seus estudos e ali os
cumpriu até a 5a série
na Escola Santa
Terezinha,
transferindo-se com a
família, em 1999, para
Londrina, onde passou a
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estudar na
Escola Estadual
Dr. Gabriel
Carneiro
Martins. |
Aos
seis anos de idade
iniciou-se no balé
clássico na Escola La
Ballerina, onde estudou
de 1993 até 1997. O balé
era para Mariana
sinônimo de disciplina,
determinação, paciência,
dedicação, amor, arte e
vida. Segundo sua mãe, a
jovem dizia sempre: “Eu
amo a dança, eu vivo a
dança, eu respiro a
dança, pois eu sou a
dança. Se eu não tiver o
balé, nada me fará
feliz. Gostaria de
desencarnar no palco,
dançando”.
E foi assim que
aconteceu. No dia 13 de
novembro de 2001, às 19
horas, dançando no
Centro de Danças e Artes
Adanac, em Londrina,
Mariana sofreu um
acidente vascular
cerebral isquêmico.
Socorrida, sobreviveu
somente 36 horas,
porquanto no dia 15 de
novembro os médicos
declararam que a jovem
tivera morte encefálica.
A decisão
de doar os órgãos
– Desde a idade dos
cinco anos, Mariana
manifestara o desejo de
doar seus órgãos quando
desencarnasse,
explicando que órgãos
são apenas matéria e
que, desencarnada, não
iria precisar mais
deles, enquanto outras
pessoas poderiam
sobreviver graças a esse
gesto.
Atendendo, portanto, a
esse desejo, os pais não
tiveram dúvida e doaram,
de Mariana, as córneas,
o fígado, os rins, o
coração e válvulas.
Mariana, como costuma
ocorrer com os jovens
espíritas, era
discriminada por
colegas, e até por
amigas, pelo fato de ser
espírita, mas nunca
pensou em largar a sua
condição de espírita
devido a isso. Dizia
ela: “Sou espírita, sigo
a Doutrina e não nego,
assim como muitos fazem.
Sou muito discriminada
por muitas pessoas; até
minhas amigas fazem
piadinhas por eu ser
espírita. Eles me magoam
muito, mas, como aprendi
na evangelização, não
dou ouvidos”. “Jamais
irei abandonar a minha
religião por causa
disso.”
Foi assim, com os
ensinamentos adquiridos
no Espiritismo, na
evangelização infantil e
em seu próprio lar, e
graças também às
leituras que fazia, pois
Mariana lia pelo menos
um livro por mês, que
tudo se tornou mais
fácil para ela quando,
ainda tão jovem, teve de
partir para o mundo
espiritual, conquanto a
saudade sua não fosse
diferente da que todos
nós sentiríamos.
Dança e
balé no Plano Espiritual
– Logo que se adaptou às
condições de sua nova
existência, Mariana
enviou notícias à
família. A primeira
mensagem veio em 28 de
novembro de 2001, treze
dias depois do seu
falecimento, por meio de
um desenho de uma
bailarina (foto), que ela
assinou MA, como sempre
fazia nas
correspondências
enviadas às amigas,
acrescido de um breve
recado psicografado pela
médium Elenice Saviani,
do Centro Espírita Nosso
Lar, de Londrina.
O recado dizia
simplesmente:
“Mamãe e Papai,
Dançarei Giselle.
Não chorem.
Estou bem.
Amo vocês.” |
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Maria Luiza, mãe de
Mariana, disse o
seguinte a propósito da
comunicação mencionada:
“Quando assinei o
documento fazendo a
doação dos órgãos da
Mariana, na Santa Casa
de Londrina, com toda a
minha preocupação de
mãe, ao ver a filha
partindo, pedi que, se
ela tivesse oportunidade
e permissão, me mandasse
notícias. Gostaria muito
de saber se ela estava
bem e que, se essa
notícia fosse através de
uma bailarina, eu iria
ter certeza que era dela
a mensagem”.
Por que Mariana
escreveu: “Dançarei
Giselle”? Maria Luiza
esclarece que, ao dar
essa informação, Mariana
atendera ao seu pedido,
visto que ela soube mais
tarde, por meio de uma
mensagem obtida no Grupo
Perseverança, que a
filha dançava balé no
Plano Espiritual.
“Dançar Giselle”, que é
o sonho das jovens
bailarinas, continuava
sendo uma meta possível,
comprovando o que os
espíritas sabem muito
bem, ou seja, que a vida
na Crosta terrestre é
uma cópia imperfeita do
que existe na verdadeira
vida, que é a vida
espiritual.
Depois do primeiro
contato, Mariana
manifestou-se oito
vezes. No dia 22 de
março de 2002, no Grupo
Espírita de Pictografia
Leonardo da Vinci, do
Centro Espírita Nosso
Lar, de Londrina, ela
desenhou seu próprio
retrato (foto), valendo-se da
mediunidade de Cibele de
Fátima Athayde Missola.
Eis
a explicação da mãe para
esse fato: “Ela disse à
médium que queria pintar
um presente para os
pais. A médium perguntou
como poderia saber quem
eram seus pais. Ela
disse que havia
desencarnado há pouco
tempo e que seus pais
pertenciam ao Grupo de
Pais daquela Casa
Espírita”. No mês de
março, tanto a mãe
quanto o pai de Mariana
comemoram aniversário.
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As
mensagens seguintes
– Em 9 de
novembro de 2002, ela
escreveu nova mensagem,
psicografada pelo Grupo
Consolo ao Próximo, da
Sociedade Espírita
Francisco de Assis de
Amparo aos Necessitados,
da cidade de Ponta
Grossa (PR).
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No
dia 29 de julho de 2003,
no Grupo Espírita “Os
Mensageiros”, do Centro
Espírita Nosso Lar, de
Londrina, Mariana
comunicou-se novamente,
por intermédio da médium
Maria Lindaci da Silva
Delai.
As
duas mensagens são
transcritas logo abaixo,
juntamente com a última
enviada por Mariana em 9
de fevereiro de 2006.
A
mensagem recebida em
Ponta Grossa
“Com
vocês aprendi a crescer
na Fé do Cristo”
Mamãe amada Maria Luiza.
Papai amado Júlio César.
Muita paz, muito amor
para o coração de cada
um... Um beijo com mais
amor ainda... Eu amo
vocês. Amo vocês sempre.
E o amor que está nos
nossos corações vai nos
embalar sempre; vai nos
suprir de serenidade, de
alegria, de amor.
Mãe querida, transforme
sim a sua vida, com
doçura para a
espiritualidade,
servindo a Deus através
da caridade.
Papai amado, segure
firme nas mãos de
Deus... assim como
segura mentalmente até
hoje minhas mãos...
Pai, com a sua proteção,
aprendi a flutuar na
liberdade de novos
conhecimentos e rumos;
relembro seu olhar... e
não temo seguir adiante.
Com vocês aprendi a
crescer na Fé do Cristo;
e com essa Fé estou aqui
encorajada a seguir
diante.
Mamãe amada, sorria para
a vida. Cada vez que sua
alegria se expandir na
felicidade do próximo,
serei eu que responderei
ao teu coração, com meu
beijo de gratidão e paz.
Pai, Mãe, obrigada pelo
tempo de bênçãos!
Mãe, fique na paz do
Criador.
Aqui deslizo no
aprendizado de amor
maior. Nosso Bezerra de
Menezes nos fala de
Jesus e me sinto com paz
no coração.
Pai, te amo. Mãe, te
amo. O olhar de alegria,
o sentimento de amor
transcende...
Com amor,
Mariana.
(Mensagem psicografada
em 9 de novembro de 2002
no Grupo Espírita
Consolo ao Próximo, na
Sociedade Espírita
Francisco de Assis de
Amparo aos Necessitados,
em Ponta Grossa-PR.)
A
mensagem de 29 de julho
de 2003
“Estou
empenhada em ajudar os
que aqui chegaram como
eu”
Obrigada, Senhor, pela
oportunidade de aqui
estar nesta noite.
Obrigada, Senhor, por
estar nesta casa
abençoada onde consegui
ter meus primeiros
ensinamentos, onde
galguei meus primeiros
passos. Onde estou
agora, isto tudo foi de
grande valia.
Estou empenhada em
trabalhar e ajudar
aqueles que aqui
chegaram como eu, ainda
na flor de sua
juventude, mas que são
chamados para continuar
seu trabalho deste lado.
Obrigada a esta irmã
(1) que me dá
esta oportunidade, pois
foi com ela que aprendi
um pouco do que hoje
sei.
Abraços e agradecimento
a esse grupo. Beijos e
abraços saudosos à minha
mãezinha Luiza, ao meu
pai e à minha irmãzinha
Gabi (2).
Estou bem e já estou
aprendendo no trabalho e
na dedicação de irmãos
abnegados, cheios de
amor e que me ajudam
sempre.
Obrigada,
Mariana.
(Mensagem psicografada
em 29 de julho de 2003
pela médium Maria
Lindaci da Silva Delai,
no Grupo Espírita “Os
Mensageiros”, no Centro
Espírita Nosso Lar, em
Londrina-PR.)
A
derradeira mensagem
“A
felicidade está dentro
de cada um de nós”
Mamãe, por que tamanha
tristeza no coração?
Você não está sozinha;
há tantas pessoas que
ainda precisam de você
para sobreviver. A
felicidade, lembra o que
você sempre me disse,
está dentro de cada um
de nós. Temos que ser
felizes por estarmos
vivos, com saúde. Outras
coisas nos são dadas por
Deus.
Não esqueça, por mais
difícil que esteja o seu
dia: Deus sempre está
nos amparando, e só você
pode mandar sua tristeza
embora.
Seja feliz, pois tudo
está bem; pior seria se
a saúde lhe faltasse,
bem como o apoio dos
nossos mentores.
Fique em Paz, estou
sempre por perto.
Te amo sempre,
eternamente.
Mariana.
(Mensagem psicografada
em 9 de fevereiro de
2006 pela médium Mônica
Colognesi Rossini, no
Grupo Mediúnico “Amor e
Paz”, no Centro Espírita
Nosso Lar, em Londrina,
PR.)
Notas: