MARCELO HENRIQUE
PEREIRA
cellosc@floripa.com.br
Florianópolis,
Santa Catarina
(Brasil)
No passo certo
Curioso o
elemento humano.
A noção de
certeza,
aplicada a si
mesmo, baseia-se
nos referenciais
que cada um
possui, levando
em conta fatores
como educação,
instrução,
cultura e
experiência, por
exemplo. Isto
nos remete à
conhecida
comparação entre
a minha verdade
pessoal e a do
outro, com quem
entro em contato
em cada
“esquina” da
existência.
Que é a verdade?
– perguntou
certa feita
Jesus a Pilatos,
quando este lhe
havia
questionado se o
que diziam dele,
sobre seus
feitos e
palavras, era ou
não verdadeiro.
A minha ou a sua
verdade, isto é,
em que pontos
ela se baseia e
quais os seus
contornos
principais.
Há pessoas em
torno de nós
muito
competentes e
sábias. Nelas
nos espelhamos,
aqui e alhures,
de modo que os
bons exemplos
são referenciais
a ser seguidos,
adaptados às
nossas
particularidades.
Em contraponto,
existem, também,
os “donos da
verdade”,
aquelas pessoas
que parecem
estar sempre
certas, e que,
em todos os
assuntos, têm o
costume de dar a
última palavra.
Quando,
porventura,
contestadas, não
titubeiam em
criar ou
manifestar
justificativas
para continuarem
“com a razão”.
Não adianta,
portanto, querer
demover nosso
“amigo” de suas
idéias; é
simplesmente
inútil. Isso não
quer dizer que
cultivaremos a
inimizade do
companheiro ou
nos afastaremos
dele. Apenas,
com muito tato,
não nos
envolveremos
“até a cabeça”
em discussões
intermináveis e
que, não-raro,
trarão
contratempos e
dissabores aos
partícipes. O
ideal é levar
“em
banho-maria”,
sem aprofundar
os debates, pois
já conhecemos as
características
de
intransigência e
teimosia do
mesmo.
Figurativamente,
nos lembramos de
certo episódio
ocorrido à nossa
volta. No
tradicional
desfile cívico
de sete de
setembro, as
escolas do
Município em que
resido enviam
seus alunos para
participar do
evento. No
último deles,
enquanto
esperava a
aparição de
minha filha,
conversava com
uma conhecida,
que observava,
amiúde, o
desfile do seu
rebento. Toda
contente, ela
virou-se e
disse: “– Veja
como todos estão
errados. Só o
Paulinho (filho
dela) está
certo! Mas, que
coisa! Será que
as professoras
não estão vendo
isso?” Não
enxergava a
dileta mãe que,
de todas as
crianças, o
Paulinho era o
único
“descompassado”,
que não cumpria
o ritmo dado
pela fanfarra.
Para algumas
pessoas, esta é
a verdade: a da
sua opinião, com
base no que
sentem e no que
seus olhos
conseguem ver.
Alguns acham que
estão sempre
certos...