Imaginemos um castelo de
prodigiosa beleza, no
cimo da montanha,
talhado em ouro maciço,
ostentando torres de
cristal, ameias
incrustadas de pérolas e
pátios pavimentados de
brilhantes, entre ogivas
refulgentes, mas sem
água que lhe garanta a
habitabilidade e
alegria.
Ao clarão diurno, faísca
de cintilações e, à
noite, assemelha-se a
santuário sublime
vestido de prateada luz.
Entretanto, na aridez em
que se encrava, reduz-se
a solitário retiro, no
qual somente as aranhas
e as serpes da sombra se
amontoam, rebeldes e
envenenadas.
Eis, porém, que surge um
dia em que de fonte
oculta aflora no palácio
um fio dágua humilde.
E onde havia abandono
aparece o pouso
agasalhante, cercado de
jardins, substituindo a
secura que se enfeitava
de pó.
Escorpiões e víboras
fogem apressados, ante
os hinos do trabalho e
as vozes das crianças.
Temos nesses símbolos o
cérebro supermentalizado
e o coração regenerador.
O raciocínio erguido às
culminâncias da cultura,
mas sem a compreensão e
sem a bondade que fluem
do entendimento
fraterno, pode ser um
espetáculo de grandeza,
mas estará distante do
progresso e povoado
pelos monstros das
indagações
esterilizantes ou
inúteis.
Enriqueçamo-lo, porém,
com o manancial do
sentimento puro e a
inteligência
converter-se-á, para nós
e para os outros, num
templo de sublimação e
paz, consolo e
esperança.
Cultivemos o cérebro sem
olvidar o coração.
Sentir, para saber com
amor; e saber, para
sentir com sabedoria,
porque o amor e a
sabedoria são as asas
dos anjos que já
comungam a glória de
Deus.
Mensagem transmitida
psicofonicamente em
2/10/1954 pelo médium
Francisco Cândido
Xavier, constante do
cap. 30 do livro
Instruções Psicofônicas,
obra publicada pela
Federação Espírita
Brasileira.