Oração e cura
Recorres à
oração, junto
desse ou daquele
enfermo, e
sofres, quando a
restauração
parece tardia.
Entretanto,
reflete na Lei
Divina a que
todos,
obrigatoriamente,
nos entrosamos.
Isso não quer
dizer devamos
ignorar o
martírio
silencioso dos
companheiros em
calamidade do
campo físico.
Para tanto,
seria preciso
não haver
sentimento.
Sabemos, sim,
quanto dói
seguir, noite a
noite, a
provação dos
familiares, em
moléstias
Irreversíveis;
conhecemos, de
perto, a
angústia dos
pais que
recolhem no
coração o
suplício dos
filhinhos
torturados no
berço;
partilhamos a
dor dos que
gemem nos
hospitais como
sentenciados à
pena última, e
assinalamos o
tormento
recôndito dos
que fitam,
inquietos, em
doentes amados,
os olhos que se
embaciam...
*
Observa, porém,
o quadro escuro
das
transgressões
humanas que nos
rodeiam.
Pensa nos crimes
perfeitos que
injuriam a
Terra; na
insubmissão dos
que se rendem às
sugestões do
suicídio,
prejudicando os
planos da Eterna
Sabedoria e
criando
aflitivas
expiações para
si mesmos; nos
processos
inconfessáveis
dos que usam a
inteligência
para agravar as
necessidades dos
semelhantes e na
ingratidão dos
que convertem o
próprio lar em
reduto do
desespero e da
morte...
Medita nos
torvos
compromissos dos
que se
acumpliciam
agora com os
domínios do mal,
e perceberás que
a enfermidade é
quase sempre o
bem exprimindo
reajuste,
sustando-nos a
queda em delitos
maiores.
*
Organizemos,
assim, o socorro
da oração, junto
de todos os que
padecem no corpo
dilacerado, mas,
se a cura
demora, jamais
nos aflijamos.
Seja o leito de
linho, de seda,
palha ou pedra,
a dor é sempre a
mesma e a prece,
em toda parte, é
bênção,
reconforto,
amparo, luz e
vida.
Lembremo-nos, no
entanto, de que
lesões e chagas,
frustrações e
defeitos, em
nossa forma
externa, são
remédios da alma
que nós mesmos
pedimos à
farmácia de
Deus.
Extraído do cap.
14 do livro
Seara dos
Médiuns,
obra
psicografada
pelo médium
Francisco
Cândido Xavier e
publicada pela
Federação
Espírita
Brasileira.
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