MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Libertação
André Luiz
(3a
Parte)
Damos continuidade ao estudo da obra
Libertação,
de André Luiz, psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier e
publicada em 1949 pela Federação Espírita
Brasileira.
Questões
preliminares
A. Qual é o objetivo principal das
organizações espirituais votadas ao mal?
R.: Seu objetivo essencial é conservar o
primitivismo mental da criatura humana, para
que o planeta permaneça, tanto quanto
possível, sob seu jugo tirânico.
(Libertação, cap. II, pp. 26 e 27.)
B. Nas questões de saúde o pensamento exerce
um papel importante?
R.: Sim. "Dirija um homem a sua vontade para
a idéia de doença e a moléstia lhe
responderá ao apelo”, diz o instrutor Gúbio,
visto que, segundo ele, “a sugestão mental
positiva determina a sintonia e a
receptividade da região orgânica, em conexão
com o impulso havido, e as entidades
microbianas, que vivem e se reproduzem no
campo mental dos milhões de pessoas que as
entretêm, acorrerão em massa, absorvidas
pelas células que as atraem, em obediência
às ordens interiores, reiteradamente
recebidas, formando no corpo a enfermidade
idealizada”. Assim, o enfermo que se compraz
na aceitação e no elogio da própria
decadência acaba na posição de excelente
incubador de bactérias e sintomas mórbidos,
enquanto o espírito em reajustamento, quando
reage, vigoroso, contra o mal, encontra
imensos recursos de concentrar-se no bem,
integrando-se na corrente de vida vitoriosa.
(Obra citada, cap. II, pp. 30 e 31.)
C. Por que vias sofre o homem a
influenciação de natureza inferior?
R.: Segundo o instrutor Gúbio, o espírito
sofre a influenciação inferior através das
regiões em que se situam o sexo e o
estômago, e recebe os estímulos superiores
através do coração e do cérebro, ainda mesmo
que procedentes de almas não
sublimadas. Quando a criatura busca manejar
a própria vontade, escolhe a companhia que
prefere e lança-se no caminho que deseja.
Recebemos, assim, apelos de natureza
inferior e também apelos santificantes, mas
a opção é nossa. (Obra citada, cap. II,
pp. 31 a 33.)
Texto para leitura
10. Os filhos da revolta -
Depois que saíram do educandário, o
Instrutor Gúbio disse a André e Elói, seu
novo companheiro de trabalho, que é difícil
para muitas criaturas compreender a
arregimentação inteligente dos espíritos
perversos; no entanto, tal atitude é lógica
e natural, considerando-se que tais
criaturas se deixaram prender, sem
resistência, às teias da ignorância e da
maldade. Elas não conhecem região mais
elevada que a esfera carnal, a que estão
ajustadas por laços vigorosos. Enleadas em
forças de baixo padrão vibratório, não
vislumbram a beleza da vida superior e,
enquanto mentalidades frágeis e enfermas
se dobram humilhadas, os gênios da impiedade
lhes traçam diretrizes, enfileirando-as em
comunidades extensas e dirigindo-as em
bases escuras de ódio aviltante e desespero
silencioso. "Organizam, assim, verdadeiras
cidades, em que se refugiam falanges
compactas de almas que fogem, envergonhadas
de si mesmas, ante quaisquer manifestações
da divina luz", declarou Gúbio. Filhos da
revolta e da treva aí se aglomeram,
procurando preservar-se e escorando-se uns
nos outros... Os irmãos caídos em vibrações
desarmônicas precisam tecer os fios do
reajustamento próprio, mas milhões deles se
recusam a semelhante esforço, ociosos e
impenitentes, alongando o labirinto em que
muitas vezes se perdem por séculos.
Inabilitados para a jornada imediata rumo ao
Céu, em virtude das paixões devastadoras que
os magnetizam, arrebanham-se de
conformidade com as tendências inferiores em
que se afinam, ao redor da Crosta, de cujas
emanações e vidas inferiores ainda se
nutrem. Seu objetivo essencial é conservar
o primitivismo mental da criatura humana,
para que o planeta permaneça, tanto quanto
possível, sob seu jugo tirânico. André, ao
ouvir as palavras de Gúbio, lembrou-se de
ter passado também pelos baixos círculos da
vida, mas não tivera conhecimento direto da
existência dessas organizações maléficas.
Custava-lhe crer que as atividades do mal
gozassem de organismo diretor. (Cap. II, pp.
26 e 27)
11. Nossa mente é um centro de atração
e repulsão - Como tais entidades
malignas podiam agir -- perguntou André --
se, despidas da carne, deviam saber, mais do
que nunca, que se empenham em combates
inúteis? Por que motivo se aglomeram,
assim, através de ajuntamentos
desprezíveis e diabólicos? E' fácil
entender-se a jornada evolutiva do homem,
depois do sepulcro, mas o estacionamento
deliberado na crueldade e no ódio, além da
morte, dava para confundir a mente de
qualquer um... Gúbio sorriu, maneiroso, e
considerou tratar-se de Espíritos
perfeitamente humanos, não obstante
desencarnados. Ora, tais perguntas podiam
ser formuladas na Crosta Terrestre. Por que
nós mesmos, antes de acordar a consciência
para a revelação divina, nos precipitávamos
nas linhas inferiores? Tínhamos também,
diante dos olhos, a bendita luz do Sol,
sabíamos que seríamos defrontados pela
morte; no entanto, quantas vezes desprezamos
a Sabedoria Excelsa, com atitudes de
criminosa indiferença? Se pudéssemos ler
nosso pretérito, encontraríamos
reminiscências lamentáveis... Não nos
compete, porém, parar ou desanimar. E'
imperioso crescer, subir, para alcançar o
oxigênio de cima... Apesar dessa resposta,
André sentia ainda dificuldades para aceitar
a idéia de purgatórios e infernos dirigidos.
Era-lhe difícil compreender tanta
ignorância além do corpo que nos conserva
em ilusão, visto que a sepultura abre a
todos um caminho novo. O Instrutor Gúbio
lembrou-lhe, no entanto, que o homem comum
já atravessou, desde milênios, a estação
evolutiva em que se demora o irracional e,
em várias ocasiões, revela comportamento de
nível inferior ao deste. Explicou-lhe,
também, que eles, os desencarnados, se
movem ainda num campo de matéria que se
caracteriza por densidade específica,
embora rarefeita, e que nossa mente, em
qualquer parte em que se encontre, é um
centro psíquico de atração e repulsão,
possuindo cada vida, por mais
insignificante, expressão magnética
especial. (Cap. II, pp. 28 a 30)
12. O problema da vontade e sua
direção - Após dizer que o espírito
encarnado respira numa zona de vibrações
mais lentas, enfaixado num veículo
constituído de trilhões de células, que são
outras tantas vidas microscópicas
inferiores, o Instrutor Gúbio asseverou que
estamos sempre engendrando agentes
psicológicos, através da energia mental,
exteriorizando o pensamento e com ele
improvisando causas positivas, cujos efeitos
podem ser próximos ou remotos sobre o ponto
de origem. Se não mobilizamos nossa vontade,
somos invariáveis joguetes das
circunstâncias predominantes, no ambiente
que nos rodeia; contudo, se deliberamos
manobrá-la, é indispensável resolvamos
primeiramente o problema de direção,
porquanto nossos estados pessoais refletirão
a escolha íntima. "Existem princípios,
forças e leis no universo minúsculo, tanto
quanto no universo macrocósmico", advertiu
Gúbio. "Dirija um homem a sua vontade para a
idéia de doença e a moléstia lhe responderá
ao apelo, com todas as características dos
moldes estruturados pelo pensamento
enfermiço, porque a sugestão mental positiva
determina a sintonia e a receptividade da
região orgânica, em conexão com o impulso
havido, e as entidades microbianas, que
vivem e se reproduzem no campo mental dos
milhões de pessoas que as entretêm,
acorrerão em massa, absorvidas pelas células
que as atraem, em obediência às ordens
interiores, reiteradamente recebidas,
formando no corpo a enfermidade idealizada."
Evidentemente, não podemos ignorar as provas
necessárias, nos casos em que o indivíduo
renasce, atendendo a impositivos das lições
expiatórias, mas, mesmo aí, o problema da
ligação mental é infinitamente importante,
porquanto o enfermo que se compraz na
aceitação e no elogio da própria decadência
acaba na posição de excelente incubador de
bactérias e sintomas mórbidos, enquanto o
espírito em reajustamento, quando reage,
vigoroso, contra o mal, encontra imensos
recursos de concentrar-se no bem,
integrando-se na corrente de vida vitoriosa.
"Nossa mente é uma entidade colocada entre
forças inferiores e superiores, com
objetivos de aperfeiçoamento", acrescentou o
Instrutor. (Cap. II, pp. 30 e 31)
13. A
opção pelo bem ou pelo mal é nossa
- Gúbio comparou nosso organismo
perispiritual aos pólos de um aparelho
magneto-elétrico. O espírito sofre a
influenciação inferior, através das regiões
em que se situam o sexo e o estômago, e
recebe os estímulos superiores, ainda mesmo
que procedentes de almas não sublimadas,
através do coração e do cérebro. Quando a
criatura busca manejar a própria vontade,
escolhe a companhia que prefere e lança-se
no caminho que deseja. Recebemos, assim,
apelos de natureza inferior e também apelos
santificantes. A opção é nossa. Parecia que
Gúbio tornara compreensível a opção de
certos espíritos pela casa escura do crime,
no além-túmulo, qual ocorre a milhões de
encarnados que, em plena harmonia com a
natureza terrestre, estimam viver no
domicílio da enfermidade. Atitudes mentais
enraizadas não se modificam facilmente. O
homem acostumado a mandar não se transforma
em servidor humilde de um momento para
outro, só porque se desfez do corpo mais
denso. "Semelhante realidade -- asseverou
Gúbio -- obriga-nos a meditar na extensão do
serviço espiritual em todos os ângulos
evolutivos. Educação para a eternidade não
se circunscreve à ilustração superficial de
que um homem comum se reveste, sentando-se,
por alguns anos, num banco de universidade
-- é obra de paciência nos séculos". Não
podemos olvidar, desse modo, o amor que
devemos aos ignorantes, aos fracos, aos
infelizes. Imprescindível se torna caminhar
nos passos daqueles que igualmente, um dia,
nos estenderam compassivas mãos. (Cap. II,
pp. 31 a 33) (Continua
no próximo número.)