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Estudando a série André Luiz
Ano 2 - N° 92 – 1º de Fevereiro de 2009

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  
 

Libertação

André Luiz

(3a Parte)

Damos continuidade ao estudo da obra Libertação, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1949 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Qual é o objetivo principal das organizações espirituais votadas ao mal?

R.: Seu objetivo essencial é conservar o primitivismo mental da criatura humana, para que o planeta permaneça, tanto quanto possível, sob seu jugo tirânico. (Libertação, cap. II, pp. 26 e 27.)

B. Nas questões de saúde o pensamento exerce um papel importante?

R.: Sim. "Dirija um homem a sua vontade para a idéia de doença e a moléstia lhe responderá ao apelo”, diz o instrutor Gúbio, visto que, segundo ele, “a sugestão mental positiva determina a sintonia e a receptividade da região orgânica, em conexão com o impulso havido, e as entidades microbianas, que vivem e se reproduzem no campo mental dos milhões de pessoas que as entretêm, acorrerão em massa, absorvidas pelas células que as atraem, em obediência às ordens interiores, reiteradamente recebidas, formando no corpo a enfermidade idealizada”. Assim, o enfermo que se compraz na aceitação e no elogio da própria decadência acaba na posição de excelente incubador de bactérias e sintomas mórbidos, enquanto o espírito em reajustamento, quando reage, vigoroso, contra o mal, encontra imensos recursos de concentrar-se no bem, integrando-se na corrente de vida vitoriosa. (Obra citada, cap. II, pp. 30 e 31.)

C. Por que vias sofre o homem a influenciação de natureza inferior?

R.: Segundo o instrutor Gúbio, o espírito sofre a influenciação inferior através das regiões em que se situam o sexo e o estômago, e recebe os estímulos superiores através do coração e do cérebro, ainda mesmo que procedentes de almas não sublimadas. Quando a criatura busca manejar a própria vontade, escolhe a companhia que prefere e lança-se no caminho que deseja. Recebemos, assim, apelos de natureza inferior e também apelos santificantes, mas a opção é nossa. (Obra citada, cap. II, pp. 31 a 33.)

Texto para leitura

10. Os filhos da revolta - Depois que saíram do educandário, o Instru­tor Gúbio disse a André e Elói, seu novo companheiro de trabalho, que é difícil para muitas criaturas compreender a arregimentação inteli­gente dos espíritos perversos; no en­tanto, tal atitude é lógica e na­tural, considerando-se que tais criaturas se deixaram prender, sem re­sistência, às teias da ignorância e da maldade. Elas não conhecem região mais elevada que a esfera carnal, a que estão ajustadas por laços vigorosos. Enleadas em forças de baixo padrão vibratório, não vislum­bram a beleza da vida superior e, enquanto mentalida­des frágeis e en­fermas se dobram humilhadas, os gênios da impiedade lhes traçam dire­trizes, enfileirando-as em comunida­des extensas e dirigindo-as em ba­ses escuras de ódio aviltante e desespero silencioso. "Organizam, as­sim, verdadeiras ci­dades, em que se refugiam falanges compactas de al­mas que fogem, envergonhadas de si mesmas, ante quaisquer manifestações da divina luz", declarou Gúbio. Filhos da revolta e da treva aí se aglomeram, procurando preservar-se e escorando-se uns nos outros... Os irmãos caídos em vibrações desarmônicas precisam tecer os fios do reajustamento próprio, mas milhões de­les se recusam a semelhante es­forço, ociosos e impenitentes, alongando o labirinto em que muitas ve­zes se perdem por sé­culos. Inabilitados para a jornada imediata rumo ao Céu, em virtude das paixões devastadoras que os magnetizam, arreba­nham-se de conformidade com as tendências inferiores em que se afinam, ao redor da Crosta, de cujas emanações e vidas in­feriores ainda se nu­trem. Seu objetivo essencial é conservar o primitivismo mental da criatura humana, para que o planeta permaneça, tanto quanto possível, sob seu jugo tirânico. André, ao ouvir as palavras de Gúbio, lembrou-se de ter passado também pelos baixos círculos da vida, mas não tivera conhecimento direto da existência dessas organizações maléficas. Cus­tava-lhe crer que as atividades do mal gozassem de organismo diretor. (Cap. II, pp. 26 e 27) 

11. Nossa mente é um centro de atração e repulsão - Como tais entida­des malignas podiam agir -- perguntou André -- se, despidas da carne, deviam saber, mais do que nunca, que se empenham em combates inúteis? Por que motivo se aglomeram, as­sim, através de ajuntamentos desprezí­veis e diabólicos? E' fácil entender-se a jornada evolutiva do homem, depois do se­pulcro, mas o estacionamento deliberado na crueldade e no ódio, além da morte, dava para confundir a mente de qualquer um... Gú­bio sorriu, maneiroso, e considerou tratar-se de Espíritos perfeita­mente humanos, não obstante desencarnados. Ora, tais perguntas podiam ser formuladas na Crosta Terrestre. Por que nós mesmos, antes de acor­dar a consciência para a revelação divina, nos precipitávamos nas li­nhas inferiores? Tínhamos também, diante dos olhos, a bendita luz do Sol, sa­bíamos que seríamos defrontados pela morte; no entanto, quantas vezes desprezamos a Sabedoria Excelsa, com atitudes de criminosa indi­ferença? Se pudéssemos ler nosso pretérito, encontraríamos reminiscên­cias lamentáveis... Não nos compete, porém, parar ou desanimar. E' im­perioso crescer, subir, para alcançar o oxigênio de cima... Apesar dessa resposta, André sentia ainda dificuldades para aceitar a idéia de purgatórios e infernos dirigidos. Era-lhe difícil compreender tanta ig­norância além do corpo que nos conserva em ilusão, visto que a se­pultura abre a todos um caminho novo. O Instrutor Gúbio lembrou-lhe, no entanto, que o homem comum já atravessou, desde milênios, a estação evolutiva em que se demora o irracio­nal e, em várias ocasiões, revela comportamento de nível inferior ao deste. Explicou-lhe, também, que eles, os desencar­nados, se movem ainda num campo de matéria que se ca­racteriza por densidade específica, embora rarefeita, e que nossa mente, em qualquer parte em que se encontre, é um centro psíquico de atração e repulsão, possuindo cada vida, por mais insignificante, expressão magnética especial. (Cap. II, pp. 28 a 30) 

12. O problema da vontade e sua direção - Após dizer que o espírito encarnado respira numa zona de vibrações mais lentas, enfaixado num veículo constituído de trilhões de células, que são outras tantas vi­das microscópicas inferiores, o Instrutor Gúbio asseverou que estamos sempre engendrando agentes psicológicos, através da energia mental, exteriorizando o pensamento e com ele improvisando causas positivas, cujos efeitos podem ser próximos ou remotos sobre o ponto de origem. Se não mobilizamos nossa vontade, somos invariáveis joguetes das cir­cunstâncias predominantes, no ambiente que nos rodeia; contudo, se de­liberamos manobrá-la, é indispensável resolvamos primeiramente o pro­blema de direção, porquanto nossos estados pessoais refletirão a es­colha íntima. "Existem princípios, forças e leis no universo minús­culo, tanto quanto no universo macrocósmico", advertiu Gúbio. "Dirija um homem a sua vontade para a idéia de doença e a moléstia lhe respon­derá ao apelo, com todas as características dos moldes estruturados pelo pensamento enfermiço, porque a sugestão mental positiva determina a sintonia e a receptividade da região orgânica, em conexão com o im­pulso havido, e as entidades microbianas, que vivem e se reproduzem no campo mental dos milhões de pessoas que as entretêm, acorrerão em massa, absorvidas pelas células que as atraem, em obediência às ordens interiores, reiteradamente recebidas, formando no corpo a enfermidade idealizada." Evidentemente, não podemos ignorar as provas necessárias, nos casos em que o indivíduo renasce, atendendo a impositivos das lições expiatórias, mas, mesmo aí, o problema da ligação mental é in­finitamente importante, porquanto o enfermo que se compraz na aceitação e no elogio da própria decadência acaba na posição de excelente incubador de bactérias e sintomas mórbidos, enquanto o espírito em re­ajustamento, quando reage, vigoroso, contra o mal, encontra imensos recursos de concentrar-se no bem, integrando-se na corrente de vida vitoriosa. "Nossa mente é uma entidade colocada entre forças inferio­res e superiores, com objetivos de aperfeiçoamento", acrescentou o Instrutor. (Cap. II, pp. 30 e 31) 

13. A opção pelo bem ou pelo mal é nossa - Gúbio comparou nosso organismo perispiritual aos pólos de um aparelho magneto-elétrico. O espírito sofre a influenciação inferior, através das regiões em que se si­tuam o sexo e o estômago, e recebe os estímulos superiores, ainda mesmo que procedentes de almas não sublimadas, através do coração e do cérebro. Quando a criatura busca manejar a própria vontade, escolhe a companhia que prefere e lança-se no caminho que deseja. Recebemos, as­sim, apelos de natureza inferior e também apelos santificantes. A opção é nossa. Parecia que Gúbio tornara compreensível a opção de certos espíritos pela casa escura do crime, no além-túmulo, qual ocorre a milhões de encarnados que, em plena harmonia com a natureza terrestre, estimam viver no domicílio da enfermidade. Atitudes mentais enraizadas não se modificam facilmente. O homem acostumado a mandar não se trans­forma em servidor humilde de um momento para outro, só porque se des­fez do corpo mais denso. "Semelhante realidade -- asseverou Gúbio -- obriga-nos a meditar na extensão do serviço espiritual em todos os ân­gulos evolutivos. Educação para a eternidade não se circunscreve à ilustração superficial de que um homem comum se reveste, sentando-se, por alguns anos, num banco de universidade -- é obra de paciência nos séculos". Não podemos olvidar, desse modo, o amor que devemos aos ig­norantes, aos fracos, aos infelizes. Imprescindível se torna caminhar nos passos daqueles que igualmente, um dia, nos estenderam compassivas mãos. (Cap. II, pp. 31 a 33)  (Continua no próximo número.)    
  


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita