Tropeços
e
queixas
“Não
recalcitre
ante os
aguilhões.”
Jesus
(Atos,
9:5).
Jesus
não nos
enganou
quanto
às
dificuldades
que
enfrentaríamos
em nossa
senda
evolutiva.
Em
diversas
ocasiões
Ele nos
alertou.
É bem
verdade,
também,
que
incentivou-nos
a
“perseverar
até o
fim”.
“No
mundo
tereis
aflições”;
“Não
resistais
ao mal”;
“E vos
acontecerá
isto
para
testemunhos”;
são
frases
de Jesus
que
encontramos
ao
compulsar
o
Evangelho.
Afirma
Emmanuel
(1):
“Naturalmente
o Mestre
não
folgará
de ver
Seus
discípulos
mergulhados
em
sofrimentos.
Considerando,
porém,
as
necessidades
extensas
dos
homens
na
Terra,
compreende
o
caráter
indispensável
das
provações
e dos
obstáculos.
A
pedagogia
moderna
está
repleta
de
esforços
seletivos,
de
concursos
de
capacitação,
de
testes
de
inteligência.
O
Evangelho
oferece
situações
semelhantes.
O amigo
do
Cristo
não deve
ser uma
criatura
sombria,
à espera
de
padecimentos;
entretanto,
conhecendo
a sua
posição
de
trabalho,
num
plano
como a
Terra,
deve
contar
com
dificuldades
de toda
sorte.
Para os
gozos
falsificados
do
mundo, o
Planeta
está
cheio de
condutores
enganados.
Como
invocar
o
Salvador
para a
continuidade
de
fantasias?
Quando
chamados
para o
Cristo é
para que
aprendamos
a
executar
o
trabalho
em favor
da
Esfera
Maior,
sem
olvidarmos
que o
serviço
começa
em nós
mesmos.
Existem
muitos
homens
de valor
cultural
que se
constituíram
em
mentores
dos que
desejam
mentirosos
regalos
no plano
físico.
No
Evangelho,
porém,
não
acontece
assim.
Quando o
Mestre
convida
alguém
ao Seu
trabalho,
não é
para que
chore em
desalento
ou
repouse
em
satisfação
ociosa.
Se o
Senhor
te
chamou,
não te
esqueças
de que
já
considera-te
digno de
testemunhar.
(...) O
mau
trabalhador
está
sempre
queixoso.
Quando
não
atribui
sua
falta
aos
instrumentos
em mão,
lamenta
a chuva,
não
tolera o
calor,
amaldiçoa
a geada
e o
vento.
Esse é
um cego
de
aproveitamento
difícil,
porquanto
somente
enxerga
o lado
arestoso
das
situações.
O bom
trabalhador,
no
entanto,
compreende,
antes de
tudo, o
sentido
profundo
da
oportunidade
que
recebeu;
valoriza
todos os
elementos
colocados
em seus
caminhos,
como
respeita
as
possibilidades
alheias;
não
depende
das
estações;
planta
com o
mesmo
entusiasmo
as
frutas
do frio
e do
calor; é
amigo da
Natureza,
aproveita-lhe
as
lições,
tem bom
ânimo,
encontra
na
aspereza
da
semeadura
e no
júbilo
da
colheita
igual
contentamento...
Nesse
sentido,
a lição
do
Mestre
reveste-se
de
maravilhosa
significação.
No
torvelinho
das
incompreensões
do
mundo,
não
devemos
aguardar
o Reino
do
Cristo
como
realização
imediata,
mas a
oportunidade
dos
homens é
permanente
para a
colaboração
perfeita
no
Evangelho,
a fim de
edificá-lo.
Os cegos
de
espírito
continuarão
queixosos;
no
entanto,
os que
acordaram
para
Jesus
sabem
que sua
época de
trabalho
redentor
está
pronta,
não
passou
nem está
por vir.
É o dia
de hoje,
é o
ensejo
bendito
de
servir,
em nome
do
Senhor,
aqui e
agora...”
Em
absoluta
sintonia
com
Emmanuel,
aduz
Joanna
de
Ângelis,
através
da
mediunidade
de
Divaldo
Franco:
“Lenta,
mas,
sistematicamente,
vai-se
arraigando
na
personalidade
do homem
o hábito
infeliz
da
queixa e
da
reclamação.
Insubordinado,
em razão
da
predominância
dos
próprios
instintos
agressivos,
o
indivíduo
sempre
encontra
motivos
para
apresentar-se
insatisfeito.
Saúde ou
doença,
trabalho
ou
desemprego,
alegria
ou
tristeza,
calor ou
frio,
servem-lhe
sempre
de
pretexto
para
queixar-se,
para
reclamar...
Instala-se
esse
vício,
fixando-se
no
comportamento,
que se
torna
azedo e
desagradável,
ao tempo
em que
fomenta
distonias
íntimas,
neuroses,
abrindo
campo
para que
se
originem
diversas
enfermidades.
O
queixoso
padece
de
hipertrofia
da
esperança
e do
otimismo.
Atrai a
desdita
e
sintoniza
com
amargura,
passando
a sofrer
aquilo
de que
aparenta
desejar
libertar-se.
Para
quem
deseja
encontrar,
nunca
faltam
motivos
de
queixas
e
reclamações.
Estabelece,
no teu
cotidiano,
o
compromisso
de
solucionar
dificuldades,
ao invés
de
gerá-las,
ou
complicá-las
quando
se te
apresentem.
Silencia
o
queixoso,
propondo-lhe
fazer o
melhor
que
esteja
ao
alcance
em
detrimento
do tempo
perdido
em
reclamações.
O
azedume
responde
pela
idéia
malsã de
tudo ver
de forma
negativa,
engendrando
mecanismo
de falso
martirológio.
O
queixoso,
normalmente,
gosta da
indolência
e se
compraz
no
pessimismo.
Põe sol
e beleza
nas tuas
paisagens,
passando
de uma
para
outra
área de
ação sem
o fardo
do mau
humor,
efeito
de algo
desagradável
que por
acaso
tenha-te
acontecido
na
anterior.
Quem
sabe
confiar
e
trabalha,
sempre
alcança
a meta
que
busca”.
Referências:
(1)
XAVIER,
Francisco
Cândido.
Caminho,
Verdade
e Vida.
26 ed.
Rio de
Janeiro:
FEB,
2006,
cap. 71
e 73.