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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 92 - 1º de Fevereiro de 2009

WALDENIR APARECIDO CUIN
wacuin@ig.com.br
Votuporanga, São Paulo (Brasil)                          

              
A mensagem da humildade

Não julgueis que vim destruir a lei e os profetas; eu não vim destruí-los, mas dar-lhes cumprimento...” (Jesus, Mateus, Capítulo V, versículo 17)


Há quase dois milênios a humanidade terrestre atingiu sua maioridade espiritual e Jesus, Ele mesmo, veio trazer a mensagem generosa do amor e da fraternidade. A Sua proposta de humildade e simplicidade teve seu início na manjedoura, como a dizer ao mundo a imperiosa necessidade de vivermos despidos do orgulho e da ostentação. 

Cresceu entre criaturas pobres, viveu num ambiente ríspido, enfrentando todas as dificuldades inerentes à época. 

Para o seu trabalho de mensageiro jamais requisitou qualquer privilégio pessoal, nem tampouco exigiu qualquer aparato exterior. Espalhou sua boa palavra nas praças públicas, nos locais simples, sempre preocupado com o interior da criatura humana. 

Falou de esperanças, da vida eterna, de um Pai Amoroso, Único, Perfeito. Conclamou todos ao exercício do bem, inclusive a retribuirmos com o bem todo o mal que nos fizerem. Proclamou o  perdão como forma de desenvolvermos boa convivência com os homens. Afirmou que, perante Deus, somos todos iguais, quer sejamos ricos ou pobres, brancos ou de cor, religiosos ou não. Disse ainda que cabe aos mais ricos zelar pelos mais pobres, aos mais fortes amparar os mais fracos, aos intelectuais proteger os menos cultos. 

Sua grande característica foi o constante contato com o povo, jamais fugindo daqueles que o procuravam. Seus amigos mais próximos não foram os doutores da época, apesar da cultura que o Mestre portava; não foram os afortunados, mas sim os sofredores, aqueles que jaziam vitimados por problemas físicos, morais, espezinhados pelas injustiças e pela opressão dos poderosos. Sua palavra firme encontrou solo fértil nos “pequeninos” e nas viúvas. 

Em nenhum lugar do Evangelho se encontra informação que se vestia a rigor para fazer suas pregações, que usava acessórios para impressionar seus seguidores. Sua arma era, sem dúvida, a própria mensagem, repleta de ensinamento e de muito amor. Convencia pela bondade e pelo conteúdo do que dizia; enfim, eram marcas patentes do Mestre: a simplicidade e a humildade. 

Hoje a Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, carrega consigo o propósito de restaurar o Evangelho de Jesus, deturpado que fora pelos interesses humanos através dos tempos. É a Doutrina Espírita o Consolador prometido. 

E se nós espíritas quisermos seguir adiante com a pureza do cristianismo não nos esqueçamos dos exemplos de Jesus. A obra que o Nazareno deixou à humanidade é a construção do homem e não a suntuosidade dos templos. Ele jamais se preocupou com os patrimônios da Terra, mas muito se dedicou à edificação da criatura humana. E se sua obra está no mundo há quase dois mil anos e ainda não foi entendida, significa que nós ainda não cuidamos disso. 

As Casas Espíritas devem imitar Jesus, cuidar de instalações seguras, mais humildes e simples, como humildes e simples foram seus exemplos. Se a tarefa é a construção de um homem melhor, que nos misturemos com os simples, com os sofredores, com aqueles que se fazem solo fértil para as mudanças. Se a obra de Jesus tivesse o intuito de começar por cima, teria sido informada nas Universidades e não numa manjedoura. Revelada na Grécia e não em Israel. Se tivesse o desejo do gigantismo e da ostentação, teria sido confiada a uma organização imperial e não à gente do povo. 

Meditemos.    

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita