Vez por outra
esse assunto
salta aos olhos.
Desde a
observação de
uns pelos
outros, das
críticas que
surgem, dos
caminhos seguros
a seguir, das
dúvidas diante
de polêmicas ou
das atividades
nas
instituições, o
assunto vai e
volta...
É importante
respeitar e
manter a
Codificação nos
patamares em que
a recebemos, em
sua proposta e
vinculação ao
Evangelho de
Jesus. Todavia,
é reconhecida a
existência de
nossas
limitações e
imperfeições
face aos
inúmeros
desafios de
conduta
individual e
mesmo de
administração
das instituições
fundadas em nome
do Espiritismo,
tanto nos
recursos humanos
quanto materiais
e mesmo na
convivência e
integração com o
movimento
espírita em
geral.
Há, entretanto,
um tesouro à
disposição dos
espíritas, para
orientação
nesses caminhos
desafiadores.
Trata-se de
excepcional
obra, esquecida
dos espíritas,
que relata as
viagens que
Kardec fez com
dupla
finalidade:
oferecer e
colher
experiências e
orientações.
Além disso,
havia o desejo
de
confraternizar
com os irmãos
espíritas de
outras
localidades,
vivendo a
fraternidade que
o ideal espírita
por si só
proporciona,
conforme suas
próprias
palavras na
introdução da
obra, que ele
intitulou
Impressões
Gerais,
especificando
localidades,
manifestando
gratidão e,
sobretudo,
destacando os
benefícios do
conhecimento
espírita nas
instituições que
pôde visitar.
Aliás, o texto,
apesar de ser
apenas um
introito com
menos de 20
páginas, é de
uma riqueza
impressionante.
Trata-se do
livro Viagem
Espírita em 1862.
A obra está
editada pela
Federação
Espírita
Brasileira, com
tradução de
Evandro Noleto
Bezerra, e pela
Casa Editora O
Clarim, com
tradução de
Wallace L.
Rodrigues. Na
obra traduzida
por Wallace, o
Prefácio do
tradutor
igualmente é de
grandeza
histórica e
doutrinária.
Destaca Wallace,
referindo-se à
experiência
pessoal do
Codificador em
suas falas aos
espíritas de sua
época: “(...)
Entre o homem e
sua felicidade,
ergue-se a
sombra, a
terrível paixão:
o egoísmo.
(...)” e cita o
percurso de 1862
em mais de 20
cidades, onde
presidiu mais
perto de
cinquenta
reuniões, num
período de mais
de seis semanas
num percurso de
193 léguas.
Wallace também
ressalta que os
conceitos
expressos no
livro são tão
atuais, tão
fundamentais à
boa conduta das
entidades
espíritas que
parecem ter sido
escritos em 1962
(época da
tradução), sendo
que podemos
perfeitamente
atualizar essa
data para 2009,
face à
atualidade do
texto integral.
Por isso vale
repetir o que
disse Wallace:
“(...) O leitor
arguto e atento
fará aqui mil
descobertas de
transcendental
valor. (...)” E
discorre que
após cem anos (à
época da
tradução,
repetimos, e que
atualizamos sem
receio)
transcorridos,
tais instruções
de Kardec são
ainda
perfeitamente
aplicáveis e uma
garantia para a
pureza
doutrinária,
caracterizando-se
pela firmeza,
lucidez e
responsabilidade.
E do editorial
da Revista
Espírita, de
novembro de
1862, o tradutor
transcreve dois
parágrafos que
ele considera
magníficos e que
recomendamos aos
leitores.
O livro está,
pois, composto
de
pronunciamentos
de Kardec em
reuniões que
participou. Há
ainda os
preciosos
documentos
Instruções
particulares aos
grupos em
resposta a
algumas das
questões
propostas e
Projeto de
Regulamento para
o uso de grupos
e pequenas
sociedades
espíritas.
Esses últimos
documentos
deveriam ser
impressos em
separata e
distribuídos,
divulgados,
estudados por
diretorias e
trabalhadores de
nossas
instituições,
tamanho o seu
conteúdo
doutrinário e
valor de
orientação,
capaz de vencer
– se aplicados –
os imensos
desafios vividos
pelo movimento
espírita.
Parece-nos que
quanto mais o
tempo passa mais
necessidade há
de divulgarmos,
estudarmos e
divulgarmos o
pensamento de
Kardec. Seja
pelo aumento dos
adeptos, seja
porque
esquecemos tais
instruções e nos
deixamos perder
pela própria
vaidade ou
porque não temos
sido vigilantes
o suficiente
para vencer a
nós mesmos...
De riquíssimo
valor
doutrinário para
nossas
instituições, é
obra que todo
dirigente e
tarefeiro
espírita não
podem deixar de
ler, sob pena de
encontrar-se
desatualizado
com o lúcido e
claro pensamento
de Allan Kardec.
Nos dois últimos
itens (X e XI)
das
Instruções
particulares aos
grupos,
acima referida,
ambos bem
compactos,
encontramos
esclarecimentos
oportunos sobre
formação de
grupos e
sociedade
espíritas
(item X) e
uso de práticas
exteriores de
cultos nos
grupos, bem
oportunos, pois,
para a época que
vivemos.
No final da obra
está um Projeto
de Regulamento
para o uso de
grupos e
pequenas
sociedades
espíritas. Seria
muito oportuno
reproduzir
referido
documento para
estudá-lo em
nossas reuniões.
Apesar de
algumas
adaptações
cabíveis, sua
aplicação
evitaria uma
multidão de
obstáculos a que
assistimos
acontecer
diariamente em
nossas
instituições. É
que estamos
esquecidos de
regras básicas
para a harmonia
que a Doutrina
Espírita
preconiza com
tanta
competência e
lucidez. Fica,
pois, nossa
sugestão.