AMÉRICO DOMINGOS
NUNES FILHO
americonunes@terra.com.br
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
Doação de
sangue:
o
Evangelho do
Cristo
em ação
Os jornais
noticiam a todo
o momento a
necessidade do
ato
verdadeiramente
cristão da
doação de
sangue, desde
que os
hospitais,
principalmente
os de emergência
carecem do
precioso líquido
imprescindível à
vida.
Infelizmente, a
ação doadora que
deveria ser
rotineira passou
a ser exceção.
Por quê? Como
explicar, sob o
ponto de vista
espiritual, ser
precisa a
comunicação
constante da
mídia,
convocando a
população para
se engajar na
prática
grandiosa da
doação? Por que
o descaso e a
inércia diante
do sofrimento
alheio?
A Doutrina
Espírita ensina
que vivemos em
um planeta,
denominado de
provas e
expiações,
correspondente a
uma estância
importantíssima,
destinada ao
nosso
aprimoramento e
aprendizado
espiritual,
desde que nos
encontramos em
uma fase
incipiente na
evolução do
espírito,
transitando
essencialmente
pelas trilhas da
ignorância,
presos ainda às
algemas do
desamor, cativos
da
insensibilidade
e subjugados à
tirania do
egoísmo
avassalador.
Como prepotentes
e orgulhosos,
nos julgamos
proprietários
contumazes do
planeta,
parecendo
desconhecer que
a nossa morada
se apresenta
insignificante
diante da
grandeza do
universo. É
importante
considerar que a
Terra é um ponto
minúsculo em
nossa galáxia,
comparado a um
pequeníssimo
grão de areia no
deserto, sabendo
que a Via Láctea
contém cerca de
200 bilhões de
estrelas. Ao
mesmo tempo a
nossa galáxia,
igualmente, se
revela modesta
diante da
imensidade
cósmica,
constituída de
125 bilhões de
galáxias.
Em verdade o
universo
espelha, em sua
complexidade,
beleza e
harmonia, a
existência de
uma
“inteligência”
que não pode ser
atribuída ao
nada, ao acaso.
Na realidade, a
presença da
Divindade
Superior é
imanente a todos
nós,
considerando-A
como causa
inteligente de
todas as coisas.
Um mestre, que
já possui a
plenitude
cósmica, disse
que somos também
deuses (João,
10:34) e que o
Reino de Deus
está dentro de
nós (Lucas
17:21). Denomina
Deus de “Meu
Pai” e afirma
que na casa de
Seu Pai
(universo) há
muitas moradas
(João, 14:2).
Portanto, como
filhos do
Altíssimo e
coirmãos de
Jesus, somos
herdeiros desse
grandioso oceano
de estrelas,
responsáveis
pela vida que
pulula nos
mundos
incalculáveis
que circulam no
espaço infinito.
Como
conquistaremos o
universo? Pelas
vias físicas é
impossível,
desde que, se
fosse possível,
viajar de um
extremo a outro
de nossa
galáxia, na
velocidade da
luz, levaríamos
100.000 anos.
Para chegarmos
apenas à
Andrômeda, a
galáxia mais
próxima da Via
Láctea
gastaríamos mais
de 2 milhões de
anos cruzando o
espaço sideral.
Jesus disse que
o seu reino não
é deste mundo
(João 18:33).
Para compreender
e habitar o
universo,
necessário se
torna galgar os
degraus da
evolução
espiritual,
através das
inúmeras
oportunidades
que a
reencarnação nos
proporciona.
O Novo
Testamento diz
que “Deus é
Amor”. Para nos
elevar
espiritualmente,
é preciso
praticar sempre
o bem,
cultivando o
amor nas terras
áridas do nosso
interior.
Paulo afirmou
com muita
propriedade:
“Ainda que eu
tenha o dom de
profetizar e
conheça todos os
mistérios e toda
a ciência, ainda
que eu tenha
tamanha fé a
ponto de
transportar
montes, se não
tiver caridade
(amor em ação)
nada serei” (1º
Co. 13:2).
O Cristo
ressaltou que o
óbolo da viúva
foi ofertado com
seu próprio
sacrifício, já
que sua dádiva
foi retirada do
seu sustento e
lhe faria falta
(Lucas 21:4). O
Mestre reafirmou
que o bem que
façamos a outrem
deve ser
realizado em
segredo, isto é,
sem ostentação:
“Quando derdes
esmola, não
saiba a vossa
mão esquerda o
que faz a vossa
mão direita
(Mateus 6:4).
Jesus também
considerou que,
além de amarmos
o Pai,
deveríamos amar
o nosso próximo,
assim como a nós
mesmos (Mateus
22:38-39).
A doação de
sangue está
claramente
contida nesses
ensinamentos
crísticos.
Estaremos
ofertando o que
realmente
possuímos, o que
para muitas
pessoas
erroneamente
faria falta a
nosso organismo.
Certamente os
que têm medo de
doar seu sangue
fariam intenso
sacrifício e sua
dádiva seria
análoga à de
pobre viúva,
citado no
Evangelho. Ao
mesmo tempo o
próximo que
receberá nosso
sangue, que
talvez seja uma
forma de
salvá-lo dentro
de uma
emergência
médica, não
tomará
conhecimento de
quem foi o
“samaritano” que
lhe doou o
precioso
líquido, vital
para a sua
sobrevivência.
Quem sabe
estaremos em
nosso lar,
vivenciando um
momento de
desânimo e
receberemos as
vibrações de
gratidão da
vida, mudando
todo o nosso
interior? Quem
sabe se
desprendidos do
corpo físico,
durante o
repouso noturno,
estaremos
presenciando e
participando da
vitória da
caridade sobre o
mal, em um leito
de dor?
É importante
frisar que a
doação de sangue
é realizada com
material
descartável, em
bancos de sangue
idôneos, sem
possibilidade de
se contrair
qualquer
enfermidade. Ao
mesmo tempo quem
doa sofre uma
intensa
renovação de seu
sangue,
tornando-se
novos e
saudáveis
glóbulos
sanguíneos.
Outra vantagem é
de nosso sangue
passar por um
verdadeiro
“check-up”
gratuito, onde o
laboratório fará
inúmeras
análises,
descartando
muitas doenças
latentes.
Queridos irmãos,
vamos doar
sangue! Em
nossos locais de
trabalho e em
nossas
instituições
religiosas
incentivemos a
doação,
constando-a em
nossos programas
caritativos.
No livro “O
Profeta”, de
Gibran Khalil
Gibran,
encontramos um
profundo
ensinamento:
“Vós pouco dais
quando dais de
vossas posses. É
quando dardes de
vós próprios que
realmente dais”.
E, em nosso
íntimo,
ressoarão as
palavras do
nosso querido
Mestre Jesus:
“Em verdade vos
digo, todas as
vezes que isso
fizestes a um
destes mais
pequeninos dos
meus irmãos, foi
a mim mesmo que
o fizestes.”
(Mateus 25:40).