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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 96 – 1º de Março de 2009

WALDENIR APARECIDO CUIN
wacuin@ig.com.br
Votuporanga, São Paulo (Brasil)  


A migalha
 

Havia um homem rico, que se vestia de púrpura e de linho, e que se tratava magnificamente todos os dias. Havia também um pobre chamado Lázaro, estendido à sua porta, todo coberto de úlcera, que quisera se saciar com as migalhas que caíam da mesa do rico...” (Lucas, Cap. XVI). 

A Parábola do Mau Rico, descrita parcialmente acima, mostra que uma criatura infeliz vivia seu drama à porta de um homem abastado e que se satisfaria apenas com as migalhas que caíam da mesa fausta. Apenas com as migalhas teria condições de prosseguir seu calvário em busca de dias melhores e tempos menos difíceis. 

Dessa forma, concluímos, então, pelo valor das migalhas, muitas vezes desprezadas e em algumas circunstâncias até mesmo desconhecidas, mas que poderão, se devidamente utilizadas, render grandes e profícuos resultados no seio da coletividade em que vivemos. 

Com migalhas de fé conseguiremos conduzir nossa vida pelos caminhos seguros da confiança na providência divina que a ninguém desampara,  em momento algum. 

Com migalhas de esperança estaremos sempre firmes e determinados a superar qualquer tipo de obstáculo que se interponha ao nosso desejo de ser feliz e viver com serenidade. 

Com migalhas de compreensão saberemos suportar, com equilíbrio, as possíveis adversidades que possam surgir ao longo da nossa jornada, tentando impedir nossos sonhos de ventura. 

Com migalhas de tolerância, por certo, não teremos dúvidas em conviver com as diferenças tão constantes e naturais no roteiro de vida de todas as criaturas. 

Com migalhas de alegria  veremos os fatos e acontecimentos do cotidiano, mesmo os mais difíceis e complicados, pelas lentes do bom ânimo e da resignação. 

Com migalhas de otimismo reafirmaremos o vigor no prosseguimento das nossas lutas, buscando a superação dos desafios que surgem, naturalmente, pelas vielas da existência. 

Com migalhas de trabalho sério e contínuo veremos crescer a nossa colheita de bens e serviços em nosso favor e em favor daqueles que ombreiam seus dias conosco. 

Com migalhas de perseverança demonstraremos a arrojo que carregamos no coração, dando seguimento aos nossos projetos de crescimento interior e amadurecimento pessoal, fatores básicos para a sustentação dos nossos ideais. 

Com migalhas de coragem apresentaremos, a quem segue os nossos passos, as disposições destemidas que granjeamos, buscando vencer os defeitos e as mazelas que insistem em nos prender ao marasmo dos erros, equívocos e ilusões. 

Com migalhas de renúncia aprenderemos a esperar um pouco mais para realizar as conquistas que entendemos ser importantes, mas que por ora não poderão se concretizar. 

Com migalhas de fraternidade saberemos utilizar o amor - esse sentimento profundo e indispensável – como mecanismo de aglutinação de forças, amizade e entendimento, sempre preocupados em servir ao nosso próximo, pois é dando que se recebe. 

Portanto, fazendo o uso devido das migalhas que temos à disposição, se desejarmos firmemente, construiremos o mundo de paz que sonhamos e conseguiremos viver a felicidade que desejamos. 

Não percamos tempo. Usemos nossas migalhas...

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita