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Clássicos do Espiritismo
Ano 3 - N° 104 – 26 de Abril de 2009

ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

A Alma é Imortal

 Gabriel Delanne

(Parte 23)

 
Damos continuidade ao estudo do clássico A Alma é Imortal, de Gabriel Delanne, conforme tradução de Guillon Ribeiro, publicada pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. É certo dizer que é possível à alma materializar-se temporariamente, quer transformando o duplo do médium, quer tomando matéria e energia ao médium para materializar sua própria forma fluídica?

R.: Sim. A alma pode materializar-se temporariamente, quer transformando o duplo do médium, ou, mais exatamente, mascarando-o com a sua própria aparência, quer tomando matéria e energia ao médium, para as acumular na sua forma fluídica, que então aparece qual era outrora na Terra. (A Alma é Imortal, págs. 264 e 265.)

B. A observação comprovou que Katie King e Florence Cook eram duas personalidades distintas?

R.: Sim. Florence Cook, estando perfeitamente acordada, conversava com Katie e William  Crookes, que via a ambas. Não só as ideias que elas revelavam, mas as diferenças de talhe, de tez, de cabelo, de pulsações e de batimentos mostravam que se tratava, no caso, de duas personalidades bem distintas. (Obra citada, pág. 268.)

C. Como é possível à alma reproduzir a forma de um corpo físico já extinto?

R.: Não é difícil entender que o perispírito seja capaz de reproduzir a forma do corpo físico já extinto. Desde que nada se perde no envoltório fluídico, as formas do ser se fixam nele e podem reaparecer sob o influxo da vontade. O Sr. Brackett viu numa sessão um mancebo muito alto dizer-se irmão de uma senhora presente, que lhe replicou: “Como poderia reconhecê-lo, se não o vejo desde criança?” De imediato a figura diminuiu de talhe pouco a pouco, até chegar à do menino que ela conhecera. O fato citado conduz-nos à lei geral, ensinada por Kardec, de que um Espírito suficientemente adiantado pode assumir, à vontade, qualquer dos tipos pelos quais tenha evolvido no curso de suas existências sucessivas. (Obra citada, págs. 270 a 274.)

Texto para leitura 

245. Delanne acrescenta ainda à sua tese o fato, observado mais de uma vez, de que há casos em que não se mostra na sessão apenas um Espírito materializado, mas vários ao mesmo tempo e, às vezes, de sexos diferentes, provando que cada um é um ser real e dotado de um organismo que lhe permite mover-se e conversar. (Pág. 261)

246. Seguem-se alguns desses casos, tirados também da obra do Sr. Aksakof, já referida linhas acima. (Págs. 261 a 263)

247. Resumindo a discussão em torno da qualidade das provas já obtidas, Delanne afirma que, conquanto tenha havido fraudes operadas por pessoas que queriam passar por médiuns, é incontestável que, quando as experiências foram feitas por sábios, as precauções adotadas bastaram para afastar, de forma absoluta, essa causa de erro. (Pág. 263)

248. Esses relatos, de origens tão diversas e conformativos uns dos outros, constituem provas de que os fatos foram bem observados e que são verídicos. E a única teoria que pode explicá-los a todos, sem exceção de um só, é a do Espiritismo, que nos ensina que, inseparável do seu envoltório perispirítico, a alma pode materializar-se temporariamente, quer transformando o duplo do médium, ou, mais exatamente, mascarando-o com a sua própria aparência, quer tomando matéria e energia ao médium, para as acumular na sua forma fluídica, que então aparece qual era outrora na Terra. (Págs. 264 e 265)

249. Na sequência, Delanne examina a questão da identidade dos Espíritos que se comunicam e refuta uma afirmação do Sr. Aksakof que, embora convicto da imortalidade da alma, entendia que a prova absoluta da identidade do indivíduo é “impossível”. (Págs. 265 e 266)

250. É que Aksakof admitia como demonstrado que um Espírito pode mostrar-se sob qualquer forma, a fim de representar uma personagem diversa, que afinal é ele mesmo. À primeira vista, parece que o fenômeno da transfiguração lhe dá razão. Delanne, porém, discorda e mostra que nesse fenômeno o médium sofre uma influência estranha, que substitui pela sua aparência a do médium. Não se pode, portanto, pretender que o Espírito do médium seja capaz de se transformar, porquanto em nenhum caso foi isso demonstrado. (Págs. 266 a 268)

251. Evocando o exemplo de Katie King, Delanne observa que, indubitavelmente, ela não era um desdobramento de Florence Cook, porquanto esta, perfeitamente acordada, conversa com Katie e o Sr. Crookes, que vê a ambas. Não só as ideias que elas revelavam, mas as diferenças de talhe, de tez, de cabelo, de pulsações e de batimentos mostravam que se tratava, no caso, de duas personalidades bem distintas. (Pág. 268)

252. Não é difícil entender que o perispírito seja capaz de reproduzir a forma do corpo físico já extinto. Desde que nada se perde no envoltório fluídico, as formas do ser se fixam nele e podem reaparecer sob o influxo da vontade. Segundo Erny, em seu livro “O psiquismo experimental”, o Sr. Brackett viu numa sessão um mancebo muito alto dizer-se irmão de uma senhora presente, que lhe replicou: “Como poderia reconhecê-lo, se não o vejo desde criança?” De imediato a figura diminuiu de talhe pouco a pouco, até chegar à do menino que ela conhecera. (Pág. 270)

253. O fato citado - que tem sido observado muitas vezes - conduz-nos à lei geral, ensinada por Kardec, de que um Espírito suficientemente adiantado pode assumir, à vontade, qualquer dos tipos pelos quais tenha evolvido no curso de suas existências sucessivas. Não se deve concluir disso que um Espírito farsista não possa disfarçar-se, de maneira a simular uma personagem histórica, mais ou menos fielmente. Ele pode, sim, mas, evidentemente, pouco avançado na hierarquia espiritual, os seus conhecimentos, ainda muito limitados, acabarão por desmascará-lo. (Pág. 270 e 271)

254. Outra observação importante decorrente do estudo das materializações indica que não é o Espírito quem cria a forma sob a qual é ele visto, pois os moldes são verdadeiros modelos anatômicos. É um verdadeiro organismo que se imprime em substâncias plásticas e não apenas uma imagem. Que organismo é esse? (Pág. 271)

255. É um organismo que já existe durante a vida e que dá moldagens idênticas no curso dos desdobramentos: o perispírito, que a morte não destrói e que persiste com todas as suas virtualidades, pronto a manifestá-las, desde que seja favorável a ocasião. (Pág. 271)

256. Nos desdobramentos materializados de médiuns, os moldes obtidos reproduzem sempre o organismo material do médium, do seu pé, por exemplo, como se deu com Eglinton, ou de sua mão, como ocorreu com Eusápia. Esse é o critério que nos permite distinguir o desdobramento do médium de uma materialização de Espírito. Se a aparição é sósia do médium, segue-se que é sua alma que se manifesta fora do organismo carnal. No caso contrário, se a aparição difere anatomicamente do médium, quem está presente é outra individualidade. (Pág. 272)

257. Delanne relata, a seguir, diversas experiências que dão embasamento à explicação dada. (Págs. 272 a 274)  (Continua no próximo número.)



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita