LEDA MARIA
FLABOREA
ledaflaborea@uol.com.br
São Paulo, SP
(Brasil)
Buscando
respostas
– Por que sofro tanto?
– Por que tantas
dificuldades à
realização dos meus
desejos?
– O que fiz para merecer
tudo isso?
Estas perguntas – que
fazemos com frequência –
não estão ligadas apenas
ao aspecto material da
vida, mas, também, à
saúde, à afetividade,
aos problemas de ordem
emocional, moral ou
profissional. Por essa
razão, Deus nos enviou
Jesus, a fim de que Ele
colocasse em nossos
corações e em nossas
mentes o entendimento
das Leis divinas,
através dos Seus ensinos
que, de forma amorosa,
nos convidam a meditar
sobre esses pesares e
dificuldades pelos quais
passamos.
Deus não possui dois
pesos e duas medidas,
mas nós achamos que sim.
Todas as vezes que os
problemas nos pesam,
pensamos que Ele é
injusto, porque
consideramos nosso
sofrimento maior do que
o do outro. Mas, ao
contrário, se o outro
sofre é porque deve
merecer. Estabelecemos,
assim, uma imagem de
Deus à semelhança do
homem: do homem que
privilegia uns em
detrimento de outros,
que é parcial, que age
por capricho; do homem
que não percebe que, se
Deus é bom para com ele,
também é bom para com o
outro.
E se Ele é todo Bondade
e Justiça – e sem essas
perfeições não seria
Deus –, então a causa de
cada sofrimento, seja
grande ou pequena,
também é justa.
O que dificulta nosso
entendimento é não
conhecer as razões das
nossas aflições. O
Evangelho segundo o
Espiritismo, em seu
capítulo 5, consolando e
trazendo esperança, nos
mostra que elas podem
ter suas causas ainda
nesta encarnação ou em
encarnações passadas.
Assim, para procurarmos
as causas atuais das
nossas aflições,
necessitamos compreender
a ESSÊNCIA dos atos que
praticamos nas nossas
atividades diárias, pois
não basta obedecer às
leis humanas, é
indispensável que
examinemos a qualidade
dessas atitudes, pois
aquilo que semeamos será
devolvido a nós, porque
isto é da Lei de Deus.
Somos livres para
plantar, mas seremos
obrigados a colher
aquilo que plantarmos. E
se consultarmos nossa
consciência, na busca da
fonte de tantas
aflições, ela,
certamente, nos dirá:
“se não tivesse feito
tal coisa isso não teria
acontecido e eu não
estaria nessas
condições”!
Entretanto, ao invés de
nos reconhecermos como
criadores do próprio
sofrimento, buscamos
fora de nós essas
causas. Primeiro
culpamos a Deus, depois
a sorte, depois outras
pessoas e, por fim,
outras tantas causas. Na
verdade, essas
dificuldades são uma
advertência de que
andamos mal. Isso é tão
verdadeiro que muitas
vezes dizemos ou ouvimos
dizer: “se soubesse
antes o que sei hoje,
quantas coisas teria
evitado”!
Mas as causas desses
sofrimentos também podem
estar em plantios
antigos, de outras
vidas, feitos sem
cuidado e que nos
obrigam, hoje, a
colheitas amargas. Dessa
maneira, se hoje
colhemos aflições e
sofrimentos, certamente
plantamos angústias e
penalidades; se colhemos
dificuldades materiais,
devemos ter semeado o
desperdício, pensando
somente em nós, na
satisfação egoísta de
nossos desejos e
caprichos; como, também,
não podemos colher paz
se semeamos discórdias,
ou colher alegria se
plantamos tristezas, ou,
ainda, colher amor se
plantamos mágoas e
desamor. É da Lei Divina
que tudo retorna à fonte
de emissão.
Ademais, o ontem já
passou e nada mais
podemos fazer. Todavia,
neste momento, através
de uma mudança nas
nossas atitudes, nos
nossos pensamentos,
podemos iniciar outra
semeadura, com vistas a
um futuro mais feliz.
Cabe somente a nós
mudarmos esse quadro,
hoje. Se desejarmos no
futuro uma colheita
farta e de boa
qualidade, precisamos
cuidar do que estamos
plantando hoje, agora,
neste momento.
Jesus é o Grande
Semeador e se Ele
encontrar em nós solos
propícios, adubados com
a boa vontade, a
esperança, o amor e a
resignação diante dos
desígnios de Deus, e não
mais mágoas ou
queixumes, as sementes
que Ele depositar em nós
brotarão e se cumprirá a
promessa que Ele nos
fez, em nome do Pai:
aqueles que souberem
aproveitar essas
corrigendas que Deus nos
dá, através dos
sofrimentos, terão o
Reino de Deus, terão a
felicidade plena.
Muitos dizem que a
felicidade não é deste
mundo. Mas ela é sim. É
do mundo de luz que cada
um de nós cria dentro de
si na luta contra as
tendências inferiores,
que nos afastam de Deus
e que nos trazem um
sentimento de
desesperança e de
profundo pesar.
A felicidade é deste
mundo sim; não do mundo
de necessidades
fantasiosas, mas do
mundo do amor ao próximo
pela tolerância, pela
aceitação do outro como
ele é, pela alegria de
ser útil sem querer nada
em troca.
Vamos, pois, fazer novos
plantios, tornando-nos
uma pequena luz a
espalhar o exemplo do
amor por onde passarmos.
Referências:
Kardec,
Allan. O Evangelho
segundo o Espiritismo,
LAKE Ed., Capítulo 5.
Emmanuel
(Espírito). Vinha de
Luz [psicografado
por F.C.Xavier]. FEB
Ed., lição 40.
Emmanuel
(Espírito). Fonte
Viva, idem, lição
16.