O
feto não é uma
coisa
Em artigo
anterior,
escrevi que a
Doutrina
Espírita entende
o início da vida
humana no
momento da
fecundação e
que, de fato, a
Embriologia,
totalmente
independente do
Espiritismo,
considera o
zigoto único e
capaz de
comandar sozinho
o seu
desenvolvimento.
Neste, portanto,
aprofundando a
questão,
convido-te para
uma análise mais
detida sobre
quando começa a
vida,
verificando que
o feto não é uma
coisa, como
algumas vezes
a antiga ciência
queria mostrar,
nem muito menos
uma parte do
corpo materno.
Aliás, Platão já
dizia, antes
mesmo do avanço
da anatomia
humana, “o feto
é uma criatura
viva, que se
nutre e se move
nas cavidades do
corpo materno”.
Neste sentido,
verificaremos
que, realmente,
o artigo 5º
da Constituição
Brasileira
garante “a
inviolabilidade
do direito à
vida”, e o
artigo 4º
do Código Civil
afirma: “a
personalidade
civil do homem
começa pelo
nascimento com
vida, mas a lei
põe a salvo,
desde a
concepção, os
direitos do
nascituro”.
Por sua vez, a
psicanalista
brasileira,
Joanna Wilheim,
explica, em seus
escritos:
“qualquer
experiência
ocorrida no
feto, desde a
formação de cada
uma de suas
células, fica
retida numa
matriz básica
inconsciente, na
memória
celular”. Assim,
segundo a
estudiosa da
psique, desde os
primórdios da
vida
intra-uterina, o
feto já pode
perceber o som,
engolir, sonhar,
reconhecer a voz
da mãe e
apresenta sinais
de
comportamento,
expressando
estados
emocionais de
agrado e
desagrado.
Além disso, como
elucida a médica
e psicanalista
italiana,
Alessandra
Piontelli, este
padrão de
comportamento
fetal continua a
ser observado no
período
pós-natal. Por
exemplo, explica
ela, “gêmeos que
brigavam
continuaram a
brigar da mesma
maneira até os 4
anos de idade”.
Vale a pena,
desse modo,
lembrar da fala
poética de
Kahlil Gibran:
“vossos filhos
não são vossos
filhos/... /Vêm
através de vós,
mas não de vós/
E embora vivam
convosco não vos
pertencem”,
porque,
realmente, o
feto não é uma
coisa, ou um
braço materno,
mas um ser que
quer viver.
A abortação, na
verdade, é o
reflexo da
falência
ético-moral de
uma sociedade.
Toda vez que
estas caem, ela
surge como
solução fácil,
porém ilusória.
Quando não se
educa a criança,
apela-se a ela
na hora em que a
adolescente
engravida,
alegando-se a
sua imaturidade.
Quando não se
conscientiza o
ser, busca-se
ela no momento
em que a
gravidez é
inesperada,
apelando-se para
a
inconveniência.
Quando o egoísmo
campeia, olha-se
para ela para se
preservar uma
carreira ou para
se ocultar um
adultério.
Quando a falta
de planejamento
econômico impera
por parte do
governo, eis que
ela surge,
falsamente
piedosa,
pretendendo
salvar das dores
uma família já
muito pobre.
Quaisquer porém
que sejam os
motivos para a
provocação de um
aborto
intencional,
deve-se lembrar,
antes de pensar
em fazê-lo, que
o feto merece a
mesma atenção
dada a uma
criança (O
Livro dos
Espíritos,
pergunta 360).
Assim, caro (a)
leitor (a),
aprende a olhar
para este ser
com amor, pois
ele não é uma
coisa. Se,
porventura, já
escolheste antes
este caminho,
não te deixes
ficar na culpa,
sempre
prejudicial.
Desenvolve em ti
a coragem e
prossegue. O
futuro sempre
pode nos
reservar um
manancial de
bênçãos, e, o
passado, um
livro de
aprendizado. Lê
portanto o teu
passado e, com
ele e com estes
conhecimentos
acima expostos,
constrói um
porvir mais
feliz.